segunda-feira, 21 de julho de 2014

INFLAÇÃO

Feijão vira novo vilão da cesta básica

Preço do produto acumulou alta de 21,53% no Estado, diz Dieese


Um dos principais produtos da mesa dos brasileiros está com o preço cada vez mais salgado no Pará. De acordo com pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, no primeiro semestre deste ano, o preço do feijão acumulou alta acumulada de 21,53% no Estado, contra uma inflação de 3,79%. Nem a pequena redução de 3,67% no valor do feijão em junho, na comparação com maio, foi capaz de minimizar esse grande reajuste do produto registrado de janeiro a junho. O alimento tem sido um dos grandes responsáveis para que o preço da cesta básica dos paraenses continue uma das mais caras do País. 
O produto vem apresentando altas expressivas de preço ao longo dos anos, no Pará. Em duas décadas de Plano Real (julho de 1994 a junho de 2014), ele apresentou um reajuste acumulado, no Estado, de 449,09%, contra uma inflação de cerca de 375,00 %. Em julho de 1994, o preço médio de um quilo de Feijão na Grande Belém era de R$ 1,10; em dezembro de 2013, o alimento já era comercializado ao preço médio de R$ 5,13; em fevereiro desse ano passou para R$ 5,25 ; e, em maio, já estava sendo comercializado ao preço médio de R$ 6,27.  
Como no cálculo da cesta básica, realizado pelo Dieese, a previsão de consumo mensal do feijão por trabalhador no Pará é de 4,5 kg, o Departamento estima que o gasto total mensal de consumo do feijão em dezembro de 2013 foi de R$ 22,37 e o tempo de trabalho necessário para adquirir o produto naquela oportunidade foi de 7 horas e 16 minutos, com um impacto em relação ao salário mínimo de 3,59%; No mês passado, o gasto total mensal na cesta básica com o feijão subiu para R$ 27,18 e o tempo de trabalho para adquirir o produto aumentou mais ainda, chegando a 8 horas e 16 minutos, comprometendo na sua aquisição cerca de 4,08% do salário mínimo vigente.
"A conclusão mais uma vez é de que em virtude dos produtos básicos continuarem com preços elevados, os paraenses, a cada dia, aumentam sua carga horária de trabalho para adquirir os mesmos produtos, ou seja, é preciso trabalhar cada vez mais para comprar a mesma coisa", avaliou o Dieese. 
Segundo o instituto, a alimentação básica dos paraenses continua entre as mais caras do País. No mês passado por exemplo a cesta básica, no Estado, custou R$ 318,46 e comprometeu na sua aquisição quase metade do salário mínimo de R$ 724,00.
"Várias são as causas apontadas para tentar justificar esta incômoda situação de altas sucessivas no preço da alimentação dos paraenses, entre elas talvez a mais determinante continua sendo a falta de uma ampla política para todo o setor agrícola do Estado que responda as questões voltadas para a produção e comercialização dos principais produtos básicos da mesa dos paraenses. Hoje, cerca de 60% dos produtos básicos que chegam à mesa dos paraenses são importados de outros estados. Esta situação tem tido ao longo dos anos influência decisiva nos preços para o consumidor", analisa o Dieese.
Para aqueles que não dispensam o feijão na mesa, pelo menos uma boa notícia: de acordo com o Dieese, a tendência é que, no mês de julho, uma nova queda no preço do projeto seja registrada no Estado. Fonte/O Liberal

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