Vaticano anunciou o dia 24 de outubro de 2022 como a data
de oficialização da beatificação da cearense. Ela morreu há 80 anos em uma
tentativa de estupro, e desde então tem sido venerada por fiéis da região.
Por Gioras Xerez, g1 CE
Benigna Cardoso da Silva,
13 anos, se tornou símbolo de católicos cearenses após recusar ter relações
sexuais com outro jovem em Santana do Cariri, a 523 km de Fortaleza. Ao
recusar, a menina foi assassinada brutalmente com golpes de facão em outubro
1928. A história de Benigna se popularizou, e a adolescente conquistou devotos
por todo o estado como uma mártir.
Após a morte, a menina passou a ser venerada na região do Cariri
como símbolo da resistência contra feminicídio e violência sexual contra
crianças e adolescentes. Com isso, o Vaticano vai
oficializar, nesta segunda-feira (24), a Menina Benigna como
primeira beata do Ceará e quarta mártir do Brasil. A autorização foi dada pelo Papa Francisco em 2019.
Segundo o relato de pessoas que conviveram com Benigna, ela era uma menina
simples, sem vaidades, muito estudiosa e com muita fé em Deus.
"Ela se relacionava bem com todos, era gentil, muito
educada, não usava de palavrões e se ocupava responsavelmente com os estudos.
Nela, se destacava a simplicidade e a prudência. Sua fama de santidade e
martírio é justa", conta Raimundo Alves Feitosa, de 98 anos, que conviveu
com a mártir. Ele foi uma das testemunhas que deram depoimento ao Vaticano no
processo de beatificação.
Benigna
nasceu em 15 de outubro de 1928 no Sítio Oiti, em Santana do Cariri. O processo
de beatificação de Benigna começou em 2013, quando a Diocese do Crato recebeu
do Vaticano o "Nihil Obstat", ou seja, o "Nada Impede" para
que se pudesse dar início à busca pelo título de beata.
A cerimônia estava
originalmente prevista para 2020, mas foi adiada por causa da pandemia de
Covid-19.
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