segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Suspeito de matar delegado amazonense é transportado para Belém

 


Ele foi preso no último domingo (30), na cidade de Araguaína, no Estado do Tocantins

A Polícia Civil do Pará transportou para Belém, nesta segunda-feira (31), Deyvide José Santos, suspeito de participação na morte do delegado de Polícia Civil do Amazonas Aldiney Goes Alves. O suspeito foi preso no último domingo (30), na cidade de Araguaína, no Estado do Tocantins, e trazido à capital paraense por meio de uma aeronave do Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará (Graesp).

O crime, que vitimou o agente de segurança, ocorreu na última sexta-feira (28), durante o roubo a uma farmácia localizada no bairro da Sacramenta, em Belém. Após o ocorrido, a Polícia Civil do Pará deu início às investigações do caso e, em menos de 24 horas, identificou dois dos envolvidos no crime.

A partir das apurações policiais, constatou-se que os dois responsáveis pela morte do agente haviam empreendido fuga rumo ao estado de Santa Catarina. Ao cruzar a cidade de Araguaína, o ônibus onde eles estavam foi interceptado pelas equipes policiais, que obtiveram êxito ao prender um dos autores no crime.

De acordo com o Delegado-Geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende, o trabalho investigativo do caso segue a fim de identificar e prender os demais envolvidos no caso. "As buscas seguem por meio de ação conjunta das Polícias Civis dos Estados do Pará e do Amazonas, a fim de localizar um segundo suspeito, identificado como Mikael de Souza, que empreendeu fuga no momento da abordagem. Imaginamos ainda que outras pessoas estejam envolvidas no crime. A Polícia vai seguir empenhada para identificar todos os responsáveis e solicitar as medidas cautelares necessárias para responsabiliza-los pelo ocorrido." informou o Delegado Resende.

TRABALHO INTEGRADO

Equipes da Polícia Civil do Estado do Amazonas também foram enviadas para colaborar com as investigações do caso. O Delegado Rodrigo Torres, da Diretoria de Polícia do Interior (DPI) do Amazonas, reforçou o trabalho conjunto que vem sendo executado.

"Desde o ocorrido, por determinação do Delegado-Geral do Amazonas, duas equipes foram deslocadas para compor as equipes de investigação, de forma a poder colaborar com as diligências realizadas. Desde já agradecemos o apoio incondicional e as diligências ininterruptas realizadas pela Polícia Civil do Pará. Seguimos trabalhando em conjunto para localizar e prender os outros envolvidos" pontuou o delegado.

Em Belém, Deyvide José Santos foi ouvido por equipes da Divisão de Homicídios (DH), vinculada à Diretoria de Polícia Civil Especializada (DPE) da Polícia Civil do Pará. O mesmo foi autuado em flagrante pelo crime que vitimou o agente amazonense. Após os procedimentos cabíveis, o suspeito foi encaminhado à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), onde ficará à disposição do Poder Judiciário.

A PC reforça que quaisquer informações que colaborem com o trabalho investigativo do caso podem ser repassadas via disque denúncia, 181. O sigilo é garantido.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Mais oito ararajubas são soltas no Parque do Utinga

 


Ao todo, 46 aves já foram reintroduzidas ao habitat natural, desde 2019, por meio de um projeto de conservação e proteção da espécie promovido pelo Ideflor-Bio

80% da população nativa das ararajubas está no Pará.O céu da Região Metropolitana de Belém (RMB) ganhou outra cor com a soltura de mais oito ararajubas no Parque Estadual do Utinga "Camillo Vianna", em Belém, na manhã desta terça-feira (25). A iniciativa de conservação e proteção da espécie faz parte do projeto de Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Unidades de Conservação (UCs) da RMB, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio) em parceria com a Fundação Lymington. Ao todo, desde 2019, 46 aves já foram reintroduzidas ao habitat natural. A ação corresponde à quinta soltura de ararajubas do projeto, que está na Etapa II.

"Esse projeto é a 'menina dos olhos' dentro dessa Unidade de Conservação porque traz a intenção de reintroduzir uma espécie que é ameaçada de extinção em uma área metropolitana. A cada passo do projeto identificamos a memória biológica e genética das aves. Vê-las apaixonadas pelo açaí, por exemplo, reforça a importância de elas serem reintroduzidas na região, com toda a segurança necessária", ressalta a presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson.

A ararajuba é uma espécie endêmica do bioma amazônico ameaçada de extinção e considerada "vulnerável", segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, elaborada pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), do Ministério de Meio Ambiente e a Resolução Coema n° 54. Há mais de 60 anos a espécie não era registrada na RMB.

O diretor de Gestão da Biodiversidade (DGBio) do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, frisa que 80% da população nativa das ararajubas está no Pará, que contém a maior quantidade de aves ararajubas da região amazônica, o que torna as aves praticamente endêmicas no estado.

Crisomar Lobato é diretor de Gestão da Biodiversidade (DGBioIdeflor-Bio)"Após a soltura, as aves são monitoradas visualmente e por rádio transmissor receptor. Identificamos, de outras solturas, que já contamos com, pelo menos, uma ararajuba nascida aqui e está solta. Reintroduzir aves em uma Região Metropolitana envolve muita técnica, ciência, dedicação, organização, planejamento e paciência. Estamos tendo muito sucesso", conta o diretor. A expectativa é de que a Fundação Lymington envie cerca de 10 aves até o final do ano para dar continuidade ao projeto.

Parceria - O Instituto atua em parceria com a Fundação Lymington que envia as espécies para o projeto. Antes da soltura existe um período de aclimatação e adaptação dentro do Parque do Utinga.

"As aves recebem treinamento para ganho de musculatura, com treinamento de voo, defesa de predadores, identificação de alimentos, recebem diariamente frutos, a exemplo do açaí e do muruci, além de sementes e flores nativas. Os alimentos nativos são servidos na forma mais natural possível, incluindo os ramos das plantas, e posicionados de forma a dificultar o acesso das aves, assim, elas enfrentam previamente as dificuldades que terão na vida livre, mas que nunca tiveram no cativeiro", disse o biólogo da Fundação Lymington, Marcelo Vilarta.

Etapas do projeto - A primeira etapa do projeto ocorreu entre 2018 e 2019, com três ações, somando 28 aves reintroduzidas na natureza. Já a segunda etapa iniciou em 25 de janeiro com a soltura de cinco casais da espécie e segue nesta terça-feira (25), com a soltura de mais quatro casais.

A ararajuba (Guaruba guarouba) pertence à família dos psitacídeos, endêmica do norte do Brasil. A espécie mede cerca de 35 cm de comprimento e apresenta as cores da bandeira do Brasil, com o corpo todo em plumagem amarela e a ponta das asas verde.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Assassinada durante tentativa de estupro aos 13 anos: quem foi Benigna Cardoso da Silva, cearense que será beatificada hoje


Vaticano anunciou o dia 24 de outubro de 2022 como a data de oficialização da beatificação da cearense. Ela morreu há 80 anos em uma tentativa de estupro, e desde então tem sido venerada por fiéis da região.

Por Gioras Xerez, g1 CE


Benigna Cardoso da Silva, 13 anos, se tornou símbolo de católicos cearenses após recusar ter relações sexuais com outro jovem em Santana do Cariri, a 523 km de Fortaleza. Ao recusar, a menina foi assassinada brutalmente com golpes de facão em outubro 1928. A história de Benigna se popularizou, e a adolescente conquistou devotos por todo o estado como uma mártir.

Após a morte, a menina passou a ser venerada na região do Cariri como símbolo da resistência contra feminicídio e violência sexual contra crianças e adolescentes. Com isso, o Vaticano vai oficializar, nesta segunda-feira (24), a Menina Benigna como primeira beata do Ceará e quarta mártir do Brasil. autorização foi dada pelo Papa Francisco em 2019.

Segundo o relato de pessoas que conviveram com Benigna, ela era uma menina simples, sem vaidades, muito estudiosa e com muita fé em Deus.

"Ela se relacionava bem com todos, era gentil, muito educada, não usava de palavrões e se ocupava responsavelmente com os estudos. Nela, se destacava a simplicidade e a prudência. Sua fama de santidade e martírio é justa", conta Raimundo Alves Feitosa, de 98 anos, que conviveu com a mártir. Ele foi uma das testemunhas que deram depoimento ao Vaticano no processo de beatificação.

Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928 no Sítio Oiti, em Santana do Cariri. O processo de beatificação de Benigna começou em 2013, quando a Diocese do Crato recebeu do Vaticano o "Nihil Obstat", ou seja, o "Nada Impede" para que se pudesse dar início à busca pelo título de beata.

A cerimônia estava originalmente prevista para 2020, mas foi adiada por causa da pandemia de Covid-19.

 

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Polícia Civil prende 7 pessoas e apreende 14 toneladas de carne de pirarucus e jacarés


Flagrante ocorreu em Abaetetuba, no Baixo Tocantins, e grupo deve responder por associação criminosa, corrupção ativa e crimes ambientais

A Diretoria de Polícia do Interior (DPI) da Polícia Civil do Pará, por meio da Superintendência Regional do Baixo Tocantins (4ª RISP), autuou em flagrante um grupo de sete pessoas pela prática dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e crimes ambientais.

As prisões são resultado da Operação "Pororoca", deflagrada na madrugada da última quinta-feira (20), no município de Abaetetuba, no Baixo Tocantins. O trabalho objetivou apurar crimes de contrabando de animais silvestres, comércio e transporte ilegal.

Durante a operação, foram apreendidas cerca de 14 toneladas de carne de pirarucus e jacarés, carga avaliada em aproximadamente R$ 500 mil. As carnes salgadas dos animais silvestres estavam armazenadas em uma embarcação apreendida pelos agentes, em uma área ribeirinha do município.

Os alimentos apreendidos foram vistoriados pela vigilância sanitária, que emitiu um laudo autorizando o consumo. Dessa forma, o material perecível foi encaminhado para ser distribuído para a população carente do município. A ação de distribuição contou com a participação do Exército Brasileiro, da Secretaria de Assistência Social e de outros órgãos municipais.

Após todas as medidas cabíveis, os sete indivíduos responsáveis pelo transporte ilegal da carga foram encaminhados para a delegacia do município para os procedimentos cabíveis.

Decreto transfere feriado do Dia do Servidor (28)


A Secretaria de Planejamento e Administração (SEPLAD) informa que o ponto facultativo de 28 de outubro, em alusão ao Dia do Servidor, foi transferido para o dia 14 de novembro de 2022, véspera do feriado de Proclamação da República. Com a medida, o expediente de trabalho na próxima sexta-feira (28) está mantido. O decreto nº 2.702, de 20 de outubro de 2022, foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta sexta-feira (21).

Com o ato em vigor, a prestação de serviço do dia 14 de novembro de 2022 não sofrerá qualquer prejuízo, pois os órgãos e entidades das áreas de arrecadação, saúde pública, defesa social, parques, museus, teatros e espaços de visitação turística estabelecerão escalas de serviço, incluindo os equipamentos públicos administrados por organizações sociais mediante contrato de gestão.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Políticos do Pará movem pedido de punição contra Damares Alves e revogação do título de 'Cidadã do Pará'

 Damares é alvo de críticas após fazer denúncias, sem provas, sobre práticas de tortura que supostamente ocorreriam contra crianças sequestradas na ilha do Marajó.

Por Taymã Carneiro, g1 Pará — Belém


Damares Alves durante agenda em Belém. — Foto: Cristino Martins / O Liberal

Nesta terça-feira (18), políticos do Pará anunciaram medidas contra a ex-ministra Damares Alves, em retaliação à falta de provas sobre as denúncias feitas por ela sobre práticas de tortura que supostamente ocorreriam contra crianças sequestradas na ilha do Marajó. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em 30 anos, nenhuma denúncia sobre tráfico de crianças no Marajó mencionou torturas citadas por Damares.

No sábado (8), durante culto na igreja Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia, a ex-ministra do governo de Jair Bolsonaro (PL) afirmou que crianças do Marajó são traficadas para o exterior e submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais. No discurso, Damares descreveu com detalhes escatológicos o que ela diz ter sido descoberto pelo governo.

Ela disse também que "explodiu o número de estupros de recém-nascidos" e que no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) há imagens de crianças com oito dias de vida sendo estupradas e que um vídeo com esse tipo de conteúdo é vendido por preços entre R$ 50 e R$ 100 mil.

O deputado estadual Carlos Bordalo (PT) destaca que tais crimes nunca foram antes denunciados, conhecidos ou até mesmo comprovados pelos órgãos públicos de segurança do Estado. Muito menos por Organizações não Governamentais (ONGS) e principalmente pelas duas Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPI), instaladas pela Casa Legislativa, como a CPI da pedofilia, CPI do tráfico humano, das quais, ele enquanto parlamentar, participou diretamente. E ainda enfatiza que foi relator na CPI do Tráfico Humano e na CPI da pedofilia como propositor e membro nato.

De acordo com Bordalo, a fala de Damares é "um discurso criminoso e que tem como objetivo criar pânico moral".

Além do MPF, a Polícia Civil do Pará informou que não há investigações relacionadas às denúncias. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STFRicardo Lewandowski mandou à Justiça Federal do Pará um pedido de investigação das falas da ex-ministra sobre abuso sexual infantil. A investigação corre sob sigilo.

Revogação do título de 'Cidadã do Pará'

O deputado Bordalo (PT) apresentou nesta terça-feira (18), durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Projeto de Decreto Legislativo que pede a revogação do Título de “Cidadã do Pará” a Damares Regina Alves, ex-ministra da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos do atual Governo Federal e recém-eleita senadora do Distrito Federal.

Bordalo justifica na proposição que, “Damares vem se utilizando do Programa Abrace o Marajó para fins eleitoreiros, sem a participação popular, levando a frente uma agenda que não engloba demandas históricas das populações tradicionais da região, utilizando estratégias de disseminação de mentiras e informações sem fundamentos sobre crianças e famílias da Ilha do Marajó”.

Segundo o deputado, tais atitudes vão contra a postura exigida para o recebimento do título. Segundo o §1º do Art. 259 do Regimento Interno da Casa Legislativa, para a concessão de títulos honoríficos de “Cidadão do Pará” e “Honra ao Mérito” são conferidos, privativamente, pelo Poder Legislativo, a personalidades, brasileiras ou não, que tenham prestado reais e efetivos serviços ao Estado do Pará, ou que mereçam a homenagem em decorrência de extraordinária e atuação por mérito. Contudo, para Bordalo as denúncias sem base de Damares e a má utilização do Projeto Abrace Marajó merecem a revogação do título.

Punição

A deputada Marinor Brito (PSOL) requereu, através de notícia-crime encaminhada ao Ministério Público Federal Eleitoral, instauração do procedimento competente para apuração e punição da ex-ministra e senadora eleita Damares Alves, pela prática de violência política, crime eleitoral, prevaricação, e submissão de menores ao constrangimento.

“Diante destes crimes flagrantemente cometidos pela ex-ministra Damares Alves em suas declarações, é preciso que se apure o quanto antes, para que ela seja devidamente responsabilizada o quanto antes por suas declarações irresponsáveis e desumanas”, declarou Marinor.

Os crimes apontados pela representação da deputada Marinor constam no art. 359-P e art. 319, ambos do Código Penal; no art. 299, do Código Eleitoral e no art. 232 constante no Estatuto da Criança e do Adolescente.

·         Da existência de imagens a relatos das ruas: Damares dá diferentes versões sobre supostas torturas contra crianças no Marajó





segunda-feira, 17 de outubro de 2022

42º Círio de Marabá reúne cerca de 100 mil fiéis e tem percurso mais rápido


Em Marabá, a corda, que possui 400 metros não é cortada. Ela é reaproveitada para até quatro procissões

Realizado no domingo (17), Círio de Marabá é o segundo maior do estadoO início para a tradicional procissão do 42º Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Marabá, sudeste do estado, ocorreu às 7h15, sob um céu nublado, com embarque da berlinda com a imagem peregrina, após missa campal, na Praça Duque de Caxias, Marabá Pioneira, para percorrer 7,5 km, até o Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, na Folha 16.

Este ano, a berlinda acelerou o passo e chegou às 11h05 ao destino, onde foi recepcionada pela banda do Exército, para missa de encerramento. Segundo estimativa do 5º Grupamento Bombeiro Militar (GBM), o 42º Círio de Marabá reuniu entre 80 a 100 mil fiéis em toda caminhada. Trata-se da 2ª maior procissão do estado, que tem o apoio do Governo do Estado, ficando atrás apenas do tradicional Círio de Belém.

Como de praxe, o ponto alto da romaria é na entrada do Bambuzal, ainda na Marabá Pioneira, onde os participantes param, ajoelham-se e fazem orações, pedem perdão à Nossa Senhora e prometem um novo comportamento para o ano vindouro. Ainda na Avenida Antônio Maia, destaque para homenagens à Santinha, com confetes, faixas, altares e fogos de artifício; uma delas realizadas por empresários de uma loja de eletrônica.

Para o bispo diocesano Dom Vital Corbellini, sem dúvidas, esta edição foi um dos maiores círios dos últimos tempos. "Eu me sinto emocionado. É a graça que Deus nos dá, depois de todos esses anos, depois da pandemia. É uma coisa muito linda. Deus seja louvado e que Nossa Senhora leve nossos pedidos a Jesus", desejou ele. A respeito da celeridade da caminhada, que geralmente atrasa até a chegada ao Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, o padre Fabrício Rodrigues afirmou que a Nazinha correu um pouco, para minorar o sofrimento dos fiéis a fim de que eles possam chegar mais rápido e evitar sol forte e altas temperaturas.

O secretário regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, contou que viveu na manhã de domingo (16) em Marabá, uma sensação extremamente diferente com o retorno do Círio presencial. "Depois de dois anos separados de todos os irmãos, devido à pandemia, estamos agora juntos percorrendo 7,5 km - maior distância quilométrica dos círios do estado-, o que nos deixa com mais tempo próximo às pessoas. Nossa Senhora de Nazaré proporciona o momento de estarmos juntos e felizes e agradecemos a ela por tudo que tem feito em favor de nós em Marabá", afirmou João Chamon.

Entre as homenagens mais pomposas, a queima de fogos no trevo da rotatória do Km 07 e o palco montado pela prefeitura de Marabá chamaram atenção. Cantores entoando canções líricas, banda da Fundação Casa da Cultura e coreografias marcaram a condecoração.

"O Círio é a maior festa religiosa da nossa cidade, é uma tradição grande, milhares de pessoas de Marabá e da região vem para a procissão. Então temos de fazer uma festa bonita para Nossa Senhora, com essa banda belíssima e danças. Temos de apoiar, porque é uma festa nossa", destaca o gestor municipal.

Pelo Corpo de Bombeiros, o major Felipe Galúcio, comandante do 5º GBM, caracterizou como "muito tranquilo" o deslocamento na procissão. "O tempo ajudou, todas as forças de segurança em atividades e integradas para oferecer a melhor segurança possível. A perspectiva é que do Círio continuar bastante tranquilo com poucas ocorrências, o que é bastante favorável para tradição e organização da Igreja católica", garantiu o comandante.

O oficial lembrou que em geral, o Círio costuma arrastar cerca de 150 mil pessoas, entretanto o órgão percebeu uma diminuição em função dos novos Círios criados ao redor da região e ocorreram nos mesmos dias. A estimativa é que de 80 a 100 mil pessoas participaram da festa religiosa. O efetivo do Corpo de Bombeiros foi de 50 homens e ainda 100 voluntários da Diocese treinados pelo 5º GBM.

Devotos-

O pagamento de promessas pelos devotos é uma das partes mais especiais do Círio de Nazaré. De joelhos, Meire Medeiros estava realizando o trajeto em agradecimento pela saúde da filha dela. "Eu pedi muita fé, que Nossa Senhora intercedesse aos pés de Deus, trouxesse a minha filha de volta e hoje ela está bem. Vou de joelhos até onde ela me levar, eu disse 'Mãe me guia até onde a senhora quer que eu vá", relatou ela, emocionada.

Leda Maria estava na corda em agradecimentos por muitas graças alcançadas. "Eu fui atendida pela Santinha pela cura do meu irmão que estava em depressão. Também alcancei a casa própria e por isso pedi que Nossa Senhora me abençoasse para que eu pudesse estar com ela nesse percurso", narrou a romeira.

A fisioterapeuta Patrícia Garcia, de 43 anos, estava carregando na cabeça, em forma de chapéu, uma maquete da clínica que pretende reformar, em forma de pedido. "No próximo ano venho para agradecer, estou profetizando. Eu já acompanho há vários anos o Círio de Marabá, na corda, acho mais fácil vir na corda", garantiu ela que é devota.

Nem todos agradecem de joelhos ou fazendo todo o trajeto sob os pés. É o caso de Lindalva Carneiro de Almeida. Ela fez doação de lanches e comidas para cerca de 500 romeiros na chegada da Santa, como forma de agradecimentos. Cachorro-quente, mugunzá, arroz, espetinho e suco estavam no cardápio oferecido. "A família toda se envolve. A promessa passa de geração para geração, pelas graças alcançadas", finaliza.

A segurança do Círio ficou por conta da Polícia Militar, Samu, Corpo de Bombeiros, Detran, DMTU, Guarda Municipal e ainda Polícia Rodoviária Federal.

Texto: Emilly Coelho/Ascom Secretaria Regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Agricultura praticada na região de Belém poderia alimentar 1,7 milhão de pessoas, aponta estudo inédito

 

Levantamento mostra ainda que produção de legumes e verduras pode chegar a 19 mil toneladas ao ano e que 950 mil poderiam ser supridas com bebida de açaí.

Por g1 Pará — Belém

Venda da produtos hortifrútis (hortaliças, legumes e verduras), na feira do Ver-o-Peso. — Foto: Igor Mota / OLiberal

Um estudo lançado nesta sexta-feira (14) reúne dados de uma pesquisa sobre a produção de alimentos em Belém e região metropolitana. Segundo o levantamento "Os desafios e o potencial da agricultura urbana e periurbana de Belém", a produção de alimentos pode chegar a 19 mil toneladas de legumes e verduras por ano, volume suficiente para alimentar 1,7 milhão de pessoas.

O estudo também mostra que a produção na região metropolitana de Belém pode ainda suprir outras 950 mil pessoas com bebida de açaí, além de gerar 3,267 empregos.

A pesquisa foi idealizada e realizada pelo Instituto Escolhas, em parceria com a Prefeitura Municipal de Belém, e estão disponíveis em uma plataforma digital e interativa, no link https://agriculturaembelem.escolhas.org/.

Jaqueline Ferreira, gerente de portfólio do instituto e responsável pelo projeto, afirma que "nos últimos meses, o projeto se dedicou a entender todo o sistema alimentar de Belém".

"Isso inclui saber de onde vêm os alimentos, como e onde eles são comercializados, quais são as instituições que podem ajudar a fortalecer a agricultura urbana e periurbana de Belém economicamente. Pela primeira vez, essas informações estão reunidas em um lugar, ao alcance de toda a população”.

Dividida em oito seções, a plataforma convida o usuário a entender como se configuram as relações de produção, abastecimento, comercialização e consumo na cidade de Belém e região. Traz também uma tipologia da agricultura belenense e o detalhamento dos oito tipos de agricultura identificados pelo estudo.

“Essa plataforma gera dois benefícios imediatos: primeiro, coloca na pauta da cidade a questão do desenvolvimento da agricultura urbana e faz com que as pessoas conheçam a existência desse potencial e possam se envolver. Queremos desenvolver todas as cadeias da produção econômica de alimentos saudáveis na área urbana”, comenta o secretário municipal da Economia de Belém, Apolônio Brasileiro.




quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Construção de pontes de concreto transforma realidade de comunidades no Pará


Nos últimos três anos e meio, o Governo do Pará garantiu a construção de quase 13 mil metros de pontes em todas as regiões de Integração do Estado

Mais que construir estradas, o Governo do Estado também concentra esforços para garantir que as rodovias eliminem de vez a travessia por embarcações nos traçados das rodovias onde há rios. Somente nos últimos três anos e meio, estão sendo construídos quase 13 mil metros de pontes em todas as Regiões de Integração (RISP) do Pará.

Em construção direta pela Secretaria de Estado de Transportes (Setran) são 4.948 metros de pontes em concreto. Por meio de convênio, em parceria com as prefeituras, são 5.496 metros de pontes em concreto, e ainda 1.430 metros de pontes em madeira, totalizando 12.874 metros dessas estruturas em todo o Estado do Pará.Em números absolutos, são 489 novas pontes que vêm transformando a vida de pessoas em diferentes Regiões de Integração do Pará. Entre os exemplos estão as dez pontes em concreto construídas na PA-462, em Augusto Corrêa, no nordeste paraense, a ponte Acará-Miri em Tomé-Açu, na PA-451, no nordeste do Pará, que foi reconstruída e ampliada no importante corredor logístico do agronegócio paraense e ainda a ponte Tambaí-Açu, em Mocajuba, também no nordeste paraense, que foi construída na vicinal Guaíba, corredor de produtos da agricultura familiar.

Ponte sobre o rio Meruú é um importante corredor logístico na cadeia produtiva do açaíO primeiro lote da PA-462, com 20 quilômetros, dos 45 quilômetros asfalto projetados, já foi entregue pelo Governo do Pará junto com as dez pontes em concreto. A estrada liga os municípios de Augusto Corrêa à Vila de Fernandes Belo, pertencente a Viseu. A pavimentação vai do trecho da BR-308 até a Vila Araí, em Augusto Corrêa, representando um investimento de R$ 55 milhões.Para a professora Gelziclene Nogueira, moradora de Augusto Corrêa, a obra proporciona vários avanços ao município, garantindo o acesso às principais vilas, contribuindo, inclusive, com as ações de educação. "Antes, mais de 40 escolas, das 84 do município, tiveram suas aulas suspensas por falta de trafegabilidade das vias porque impedia a circulação do transporte escolar. Dessa forma, essa pavimentação está transformando a vida das pessoas, garantindo o direito básico à educação, que é de cada aluno chegar em segurança à escola, além de melhorar o escoamento da produção do município", destacou a professora.A ponte João do Carmo Ponto sobre o Rio Tambaí-Açu, em Mocajuba, região do Baixo Tocantins, que foi construída em aço e concreto, é resultado de convênio firmado pela Setran com a Prefeitura de Mocajuba. A ponte foi erguida na estrada vicinal Guaíba, zona rural do município. Com 54 metros de extensão, a ponte é estratégica para o escoamento da produção agrícola. "Todas as pontes projetadas, ao longo dos últimos anos, trazem impressa a preocupação do Governo do Pará, não somente com a logística da produção, mas principalmente com cada paraense que vive naquelas regiões", destaca o titular da Setran, Adler Silveira.Entre as pontes entregues pelo Governo do Pará se destacam ainda as 3 pontes da Alça Viária: a ponte União (sobre o rio Moju), que foi reconstruída, e as pontes sobre os rios Guamá e Acará, que foram restauradas, e ainda a ponte Gérson Peres (sobre o rio Meruú), na PA-151, no Baixo Tocantins, importante corredor logístico da produção de açaí.

Vista aérea da Ponte Gerson Peres




Para celebrar o Dia das Crianças, Regional da Transamazônica distribui brinquedos


Em comemoração ao Dia das Crianças, o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, sudoeste do Pará, desenvolveu ações alusivas à data com as crianças internadas nas alas pediátricas e em consulta ambulatorial.

A programação da unidade, que pertence ao Governo do Pará e é gerenciada pela Pró-Saúde, teve como objetivo aliviar a rotina delicada que as internações e tratamentos exigem, minimizando o estresse e auxiliando na melhora do estado emocional.

Coordenada pelo Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), a programação contou com várias atividades, como palestras sobre higienização bucal com acadêmicos de odontologia da Faculdade Serra Dourada, entrega de brinquedos e kits de higiene e personagens infantis.

A pequena Valentina Barros, de apenas quatro anos, aguardava uma consulta pediátrica na unidade quando foi surpreendida com a presença da equipe fantasiada de dentinhos e super-herói. Logo que ganhou os presentes, abriu um sorriso e posou feliz ao lado dos personagens.

Para Rafaela Rizzi, terapeuta Ocupacional do HRPT e líder do GTH, é importante estimular as crianças a momentos de brincadeiras.

"Por meio dos brinquedos, conseguimos trabalhar, por exemplo, a coordenação motora, concentração, tolerância, além de garantir a interação social e familiar dos pequenos. O ato de brincar pode despertar habilidades e a criança aprende a socializar e ser independente", explica a profissional.

Arrecadação de brinquedos

Todas as crianças internadas no HRPT, desde os recém-nascidos até os mais velhos, receberam presentes nesta véspera de Dia das Crianças. Os itens foram doados por colaboradores e a comunidade local, durante uma campanha de arrecadação que durou cerca de 20 dias.

O Hospital Regional Público da Transamazônica é reconhecido nacionalmente entre os melhores hospitais públicos do Brasil. A unidade possui a certificação ONA 3 Acreditado com Excelência, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). O reconhecimento atesta a qualidade dos serviços prestados à população no interior do Pará.

Texto: Karine Sued

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Onze trabalhadores são resgatados de situação semelhante à escravidão em fazenda no Pará; vítimas bebiam água no mesmo córrego que gado

 

Ação foi em Novo Progresso. Entre os resgatados estão uma mulher e um idoso, que foram encontrados entre 4 e 8 de outubro.

Por g1 Pará — Belém

Barracão de lona onde viviam trabalhadores em condições semelhantes às de escravo em fazenda no Pará. — Foto: Reprodução / MPT

Uma força-tarefa resgatou onze trabalhadores que estavam em condições semelhantes às de escravo em uma fazenda de gado no município de Novo Progresso, no sudoeste do Pará.

Nos alojamentos em barracões de lona, os trabalhadores consumiam água de um olho d’água ao lado do barraco em que habitavam, e um outro grupo, a de um córrego que também era utilizado pelos bois.

A ação é do grupo móvel regional de combate ao trabalho escravo, com participação do Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Previdência, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

Entre os resgatados estão uma mulher e um idoso, que foram encontrados pela operação conjunta entre 4 e 8 de outubro.

Os trabalhadores atuavam no local em várias atividades, como corte de madeira, feitura de porteiras e cercas, bem como cuidados com o gado, já que a atividade principal da fazenda era a pecuária.

Eles estavam sem registro e Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) anotada, não realizaram exames médicos admissionais, e não possuíam equipamentos de proteção individual (EPIs) e materiais de primeiros socorros.

As vítimas estavam alojadas em péssimas condições de higiene e conforto, com três equipes alojadas em barracões de lona, em chão de terra batida, sem qualquer proteção contra a entrada de animais peçonhentos.

A operação verificou também na diligência que não eram disponibilizadas instalações sanitárias nas frentes de trabalho,

obrigando o grupo a fazer as necessidades fisiológicas no mato, e não havia nenhum tipo de proteção contra intempéries.

Diante da constatação das diversas irregularidades, a equipe de fiscalização entendeu que os trabalhadores estavam sendo submetidos a condições análogas às de escravos, na modalidade de trabalho degradante.

Os agentes solicitaram ao empregador a retirada imediata de todos os trabalhadores do local. Após o resgate, as vítimas receberam atendimento psicossocial e de saúde, com a aplicação de vacinas pendentes, entre elas a da Covid-19, pelas Secretarias de Assistência Social e de Saúde do município de Novo Progresso.

Penalidades

O proprietário da fazenda foi responsabilizado e efetuou pagamento de todas as verbas rescisórias aos trabalhadores encontrados no local, cálculo que levou em consideração o tempo de serviço de cada um deles. Ainda devem ser pagos valores por dano moral individual.

Ele ainda terá de pagar indenização por dano moral coletivo, valor que deve ser revertido para entidade ou projeto sem fins lucrativos a ser posteriormente indicado pelo MPT, de acordo com instituições cadastradas no órgão.

O empregador firmou Termo de Ajuste de Conduta (TAC) comprometendo-se a não mais manter empregados em condições degradantes de trabalho, nem sem registro, e assegurar todos os direitos trabalhistas decorrentes da assinatura em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), como o respeito ao prazo legal para pagamento de salários, 13º, recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e contribuições previdenciárias, entre outras obrigações.

O MPT informou que irá fiscalizar o cumprimento das obrigações de fazer e não fazer e de pagar.

Além da assinatura do TAC, serão lavrados autos de infração, por parte da Superintendência Regional do Trabalho, em razão do descumprimento da legislação trabalhista apurada em campo.

O órgão ressalta que, após o regular trâmite administrativo e trânsito em julgado, poderá haver a inclusão do nome do empregador no cadastro de empregadores que submetem trabalhadores a condições análogas à de escravo.

Além de toda a repercussão trabalhista, haverá ainda o encaminhamento dos autos da fiscalização ao Ministério Público Federal para fins de responsabilização pela prática do crime previsto no artigo 149 do Código Penal.

Como denunciar o trabalho escravo

As denúncias de trabalho análogo ao escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa no Sistema Ipê - ipe.sit.trabalho.gov.br, criado pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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