Equipes estão no 6º dia de buscas após naufrágio de barco
que ia do Marajó para Belém. Governo confirmou 22 mortes e 66 sobreviventes.
Por
g1 Pará — Belém
Marcus
de Souza Oliveira, responsável pela embarcação D. Lourdes II, preso nesta
terça-feira, 13, em Ananindeua — Foto: Divulgação/Polícia Civil do Pará
O homem apontado pela Polícia Civil como responsável pela
embarcação que naufragou no Pará foi preso na tarde
da terça-feira (13) em Ananindeua, região
metropolitana de Belém. Marcos de Souza Oliveira, de 34 anos, deve
responder por dolo eventual pela morte de ao menos 22 pessoas em um naufrágio.
O barco naufragou na
quinta-feira (8) e uma pessoa segue desaparecida. As buscas foram
retomadas na terça-feira. Outras 22 pessoas morreram e 66 sobreviveram,
segundo a Segup. A 66ª pessoa que sobreviveu foi informada na
segunda (12) após um homem procurar atendimento médico informando que também
estava no barco.
Lancha
Dona Lourdes que naufragou próximo à Cotijuba, na travessia do Marajó a Belém.
— Foto: Reprodução / TV Liberal
Na tarde desta
terça-feira, por volta das 15h, o governador do Estado publicou em uma rede
social que o responsável pelo barco D Lourdes II foi preso. A polícia não
informou para qual delegacia ele foi levado e detalhes sobre depoimento.
Segundo o delegado
Walter Rezende, o comandante da embarcação deve ser indiciado por homicídio
doloso. A polícia não descarta que mais familiares do suspeito sejam
responsabilizados. "A gente está tomando depoimento e juntando às
diligências realizadas para avaliar a extensão da responsabilidade
criminal", disse o delegado geral da Polícia Civil do Pará.
Segundo a defesa, o suspeito estaria sofrendo ameaçadas e, por isso, ainda não
foi depor, conforme relatou o advogado Dorivaldo Belém. Alguns sobreviventes relataram que os salva-vidas eram velhos e se
rasgaram. Questionada sobre a responsabilização do comandante
do barco por transportar pessoas sem colete salva-vidas, o advogado disse que a
"responsabilidade é compartilhada": E a responsabilidade de quem
entra no barco e não coloca o colete?", questionou o advogado, sem
responder a questionamentos sobre as irregularidades no barco, apontadas pelas
autoridades.
O barco funcionava sem autorização das autoridades e saiu de um porto clandestino. Por isso, segundo as autoridades paraenses, não há lista oficial de passageiros. O governo do Pará não divulgou nomes das vítimas, nem dos sobreviventes.
Após o naufrágio, o
governo anunciou novas embarcações para a travessia que começaram a funcionar
nesta terça-feira (13).
O mandado de prisão de Marcos de Souza Oliveira foi expedido no sábado (10),
mas o fato só foi divulgado pela Polícia Civil no início da tarde desta terça-feira
(13), em entrevista do delegado geral da polícia, Walter Rezende.
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