segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Após 8 anos, município do sul do Pará volta a coletar órgãos para transplantes

Dificuldades geográficas do estado impactam no transporte de órgãos. A doação feita este mês vai beneficiar cinco pacientes, dentro e fora do Pará.

Por g1 Pará — Belém



ERedenção, no sul do Pará, uma família autorizou a doação de órgãos de um parente para salvar a vida de outras pessoas em território paraense e outros estados. Serão cinco pessoas beneficiadas com a iniciativa da família.

O processo de doação foi iniciado na sexta-feira (23), quando a equipe da Central Estadual de Transplantes (CET) da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), assumiu a coordenação da captação após autorização da família.

No sábado (24), a equipe da CET/Sespa viabilizou um avião do Graesp (Grupamento Aéreo de Segurança Pública) para buscar os rins e as córneas do doador e encaminhá-los para os transplantes, em Belém. Já o fígado irá para Brasília (DF), onde um paciente receberá o órgão, auxiliando a fila de transplantes do Distrito Federal.

A equipe da Sespa contou com o apoio de profissionais do Hospital Regional Público do Araguaia, em Redenção, que iniciou o processo de coleta dos órgãos, após a notificação da morte encefálica do paciente.

Captação de órgãos não era realizada desde 2014 no sul do Pará

Desde 2014 não era realizada a captação de órgãos na região sul do Pará devido às dificuldades geográficas do Estado.

“O transplante é a única esperança de muitos que aguardam por esse gesto nobre. O Pará é um dos estados brasileiros que menos doa órgãos e também um dos que menos realiza transplantes. Nosso trabalho é incansável para mudar essa realidade”, pontua a coordenadora da CET, Ierecê Miranda.

“Sabemos que não é fácil decidir sobre a doação de órgãos de uma pessoa querida que partiu. É ainda mais complicado quando, em meio ao luto, os parentes precisam externar a decisão de ajudar outras pessoas, mesmo sem conhecê-las. A decisão desta família possibilitará que outras cinco pessoas deixem a fila de transplantes, permitindo que a vida continue”, enfatizou Miranda.

É importante destacar que para tornar-se doador não é necessário deixar qualquer tipo de documento por escrito ou algo semelhante; depende apenas de deixar expressa a vontade de ajudar a salvar vidas para os familiares, que tratarão de autorizar a captação dos órgãos.


 


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