Dificuldades geográficas do estado impactam no transporte de órgãos. A doação feita este mês vai beneficiar cinco pacientes, dentro e fora do Pará.
Por g1 Pará — Belém
Em Redenção, no sul do
Pará, uma família autorizou a doação de órgãos de um parente para salvar a vida
de outras pessoas em território paraense e outros estados. Serão cinco pessoas
beneficiadas com a iniciativa da família.
O processo de doação
foi iniciado na sexta-feira (23), quando a equipe da Central Estadual de
Transplantes (CET) da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), assumiu a
coordenação da captação após autorização da família.
No sábado (24), a
equipe da CET/Sespa viabilizou um avião do Graesp (Grupamento Aéreo de
Segurança Pública) para buscar os rins e as córneas do doador e encaminhá-los
para os transplantes, em Belém. Já o fígado
irá para Brasília (DF), onde um paciente receberá o órgão,
auxiliando a fila de transplantes do Distrito Federal.
A equipe da Sespa
contou com o apoio de profissionais do Hospital Regional Público do Araguaia,
em Redenção, que iniciou o processo de coleta dos órgãos, após a notificação da
morte encefálica do paciente.
Captação de órgãos não era realizada desde 2014 no sul do Pará
Desde
2014 não era realizada a captação de órgãos na região sul do Pará devido às
dificuldades geográficas do Estado.
“O transplante é a
única esperança de muitos que aguardam por esse gesto nobre. O Pará é um dos
estados brasileiros que menos doa órgãos e também um dos que menos realiza
transplantes. Nosso trabalho é incansável para mudar essa realidade”, pontua a
coordenadora da CET, Ierecê Miranda.
“Sabemos que não é fácil decidir sobre a doação de órgãos de uma pessoa querida
que partiu. É ainda mais complicado quando, em meio ao luto, os parentes
precisam externar a decisão de ajudar outras pessoas, mesmo sem conhecê-las. A
decisão desta família possibilitará que outras cinco pessoas deixem a fila de
transplantes, permitindo que a vida continue”, enfatizou Miranda.
É importante
destacar que para tornar-se doador não é necessário deixar qualquer tipo de
documento por escrito ou algo semelhante; depende apenas de deixar expressa a
vontade de ajudar a salvar vidas para os familiares, que tratarão de autorizar
a captação dos órgãos.
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