segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Chegou a 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes

Enfrentar os desafios impostos à sociedade pelo atual cenário econômico e social do país requer novos mecanismos de diálogo e relacionamento para melhor interagir com os diversos fatores sociais. Buscando um ponto de convergências onde letras, ideias, imagens e falas múltiplas de homens, mulheres, crianças e jovens de todas as idades se encontrem para a construção de uma nova humanidade, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), realiza a 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, quarto maior evento do gênero no Brasil e maior acontecimento literário da região Norte.
A 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes começou no último sábado, 24 de agosto, e vai até dia 1º de setembro, no Hangar Centro de Convenções & Feiras da Amazônia e, na edição de 2019, o evento homenageará duas personalidades de grande importância nos cenários literário, acadêmico e do ativismo social: o poeta João de Jesus Paes Loureiro e a professora e ativista Zélia Amador de Deus.
“Diante do convite eu me senti atônita. E muito honrada. Sou uma militante, uma ativista do movimento negro e falo para tentar convencer as pessoas a pensar sobre a existência do racismo nessa sociedade e a tentar banir esse racismo”, se apresenta Zélia Amador.
João de Jesus Paes Loureiro reforçou a importância do livro na vida das pessoas e para a humanidade. “O livro é a felicidade encadernada. É algo que percorre a história da cultura e a humanidade por séculos e permanece sendo essa maneira de ver o mundo com uma visão humana, crítica, emotiva - uma visão transformadora, através da emoção”.
A feira passou por diversas reformulações no sentido de torná-la mais inclusiva e a novidade para a edição 2019 é que cada dia terá uma programação de recorte curatorial específico, já que o evento se configura como um espaço de luta e construção de identidades para um lugar de fala. Compreender e fomentar a cultura das multivozes é dever e direito e, através das ações transversalizadas da Feira, o discurso literário, social e histórico - escrito ou oralizado - dará espaço à voz feminina, negra, originária, LGBTI's, periférica e urbana, assim como às diversas falas da cultura, traçando um ponto de interseção entre os campos erudito, teórico, acadêmico e popular _ uma transposição de muros que torna o diálogo fluido e o conhecimento circulante.
"A 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes traz em seu conceito a missão de visibilizar as vozes que formam nossa diversidade étnica e cultural; de valorizar nossas múltiplas características identitárias”, destaca Ursula Vidal, secretária de Estado de Cultura. “Cada um dos autores e autoras convidados e homenageados dialoga, em sua produção acadêmica e literária, com a investigação, análise e força poética da dinâmica sociocultural dos grupos ou temáticas abordados na programação da Feira.”
Instalada em área de aproximadamente 4.364,50m², a feira terá 207 stands e uma programação fortemente pautada na valorização da produção literária regional, onde a literatura paraense ganha destaque com a cessão de um estande para a Academia Paraense de Letras e outro grande estande para os Escritores Paraenses, reunindo obras produzidas em diversos municípios do Estado, com lançamento de livros, recitais de poesia, comercialização das publicações, entre outras atividades.
Nesta edição, os organizadores estimam receber cerca de 400 mil visitantes, alcançar mais de 30 mil participantes na programação acadêmica e cultural, além de envolver 5 mil escritores, arte educadores e artistas em geral na programação geral da Feira.
Outra meta do evento literário é gerar negócios no mercado livreiro local e nacional, movimentando recursos em torno de R$10 milhões, além de gerar 3 mil postos de trabalho (1.450 empregos diretos e 1.550 indiretos).


Em sua 23ª edição, a Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes continuará sua trajetória de sucesso, consolidando-se como um dos mais importantes eventos culturais do Pará, da Amazônia e do Brasil, não apenas para o mercado editorial, mas para a cadeia produtiva da cultura, com sua diversidade de manifestações e expressões criativas como o teatro, a música, a literatura e o cinema.
A tudo isso se juntam vivências literárias e acadêmicas, seminários temáticos, encontro de escritores abertos ao público e, também, o intercâmbio entre autores locais e nacionais. Estão confirmadas as participações de autores nacionais de renome, como a as escritoras Djamila Ribeiro e Conceição Evaristo; além de Dona Onete e Liniker e os Caramelows, dentro na arena musical.

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