Após
dois meses do acidente que derrubou a ponte do Rio Moju, a Secretaria de Estado
de Transportes (Setran) iniciará, no próximo sábado (8), a cravação das estacas
metálicas. Essas estacas formarão, mais adiante, os dois pilares do mastro
central da ponte, que terá 45 metros de altura de concreto e 20 metros de
estruturas mistas (aço-concreto) totalizando 65 metros de altura acima do
tabuleiro (pista por onde passarão os veículos).
Segundo Pádua Andrade, secretário de Estado de Transportes, as
obras de reconstrução do trecho da ponte ocorrem dentro do prazo previsto, que
é de 180 dias. "O serviço de cravação das estacas acontecerá durante todo
o mês de junho. Em julho iniciaremos a montagem do tabuleiro misto que será em
aço e concreto e terá 268 metros de comprimento. Em seguida, haverá a
instalação dos cabos-estais, tudo dentro do prazo previsto para o novo trecho
da ponte estar pronto em outubro deste ano", disse o secretário.
Segundo o titular da Setran, o prazo da obra é recorde se for
levado em consideração o tempo de construções de obras como essa no Brasil.
"A obra será feita em cinco meses, em ritmo normal, de acordo com os
modelos brasileiros, ela levaria de um ano a um ano e meio para ser
concluída", explicou Pádua.
O secretário informa ainda que os serviços não param.
"Além de estamos trabalhando 24 horas por dia, todos os finais, de segunda
a segunda para honrar o compromisso de restabelecer o tráfego de veículos na
alça viária dentro do cronograma previsto, o projeto executivo prevê que todas
as peças da nova ponte devem ser pré-fabricadas, ou seja, chegam prontas para
serem montadas", detalhou o secretário.
Tabuleiro - O mastro central dará origem ao novo trecho
de 268 metros de extensão da ponte, que será construída em estágios de 12
metros, quando são instalados estais para sustentação da pista. O serviço é,
atualmente, a principal solução para produzir grandes vãos, como é o caso da
ponte estaiada do rio Moju, que tinha 19 apoios e quatro deles foram derrubados
pelo choque da embarcação, justamente por ter um vão de apenas 88 metros,
inadequado para áreas de navegação de grandes embarcações.
Uma parte do material para a obra da ponte está mobilizada em
Belém (estacas e armações dos blocos e pilares) e outra parte está sendo
fabricada por empresas de Fortaleza e São Paulo (Aduelas de aço do tabuleiro,
segmentos de aço do mastro e as ancoragens dos cabos-estais).
"Antes de vir para Belém, todo o material passa por
certificação de qualidade da área de engenharia da Setran, que garante o
embarque apenas das peças testadas e aprovadas para a rápida montagem da
ponte", explica Pádua Andrade.
O método construtivo tomou como diretriz a construção da ponte
em dois eixos de ações: pré-fabricação da pista e parte do mastro, e a
construção, in loco, da fundação e pilares. Essa determinação possibilita que a
montagem final seja rápida o suficiente para atender o prazo previamente
estabelecido.
Escombros - Segundo o titular da Setran, Pádua Andrade,
a parte mais difícil da obra está sendo a retirada dos escombros do fundo do
rio. Inicialmente, tentou-se mover os pedaços de pista e parte dos pilares
inteiros, que pesam cerca de 1,2 tonelada, o que foi inviabilizado em razão do
emaranhamento desses escombros. A partir dos estudos elaborados ao longo dos
dias dessa ação, identificou-se ainda a necessidade de fragmentação das peças
em partes menores, o que exigiu a ampliação dos equipamentos específicos para
execução de atividades subaquáticas. A retirada total dos escombros e dos
destroços deve ocorrer paralelamente a obra,
no prazo de três meses.
Rampas - A Setran também já finalizou a pavimentação
dos acessos dos dois lados do rio, nos municípios de Acará e Moju para a
instalação de rampas flutuantes no local da ponte em obras. O teste da
travessia, que depois dará início ao serviço de balsas, deve ser feito nesta
sexta-feira (7), pela Capitânia dos Portos. A navegação no local não
prejudicará o andamento da obra de reconstrução do trecho da ponte.
Fluxo intenso - Segundo a Polícia Rodoviária Estadual
(PRE), cerca de 10 mil veículos utilizam a Alça Viária diariamente. A rodovia
PA-483 (Alça Viária) é um complexo de pontes e estradas que totaliza mais de 74
km de rodovias e 4,5 km de pontes, construídas para integrar a Região
Metropolitana de Belém ao interior do Estado. Ela tem início na rodovia BR-316,
na altura do município de Marituba, e termina no município de Barcarena,
permitindo acesso às rodovias PA-475/PA-150 rumo ao sudeste e sul do Pará.Alternativas - Paralelo aos trabalhos de melhoria das
condições dos portos, que inclui pavimentação, tapa-buraco e limpeza das vias
de acesso na capital, a Setran também está agilizando a manutenção de vias
alternativas terrestres como a PA-252, vicinal Quilombolas e Perna-Sul, que
estavam em situação precária de trafegabilidade.
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