A presidente Dilma não governa mais o
Brasil, diz Aécio após a presidente da República transferir para seu vice a
condução política do governo
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio
Neves, afirmou nesta quarta-feira (8/04) que a presidente Dilma Rousseff não
governa mais o Brasil. Ao falar com jornalistas sobre a troca de comando na
articulação política do governo com o Congresso, o senador afirmou que a
presidente introduziu algo novo na vida política do Brasil: a renúncia
branca.
Para Aécio, a decisão de transferir a
responsabilidade da articulação política do governo para o vice-presidente
Michel Temer (PMDB) é mais uma prova da falta de autoridade da presidente da
República, que já transferiu a condução da economia para o ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, e, também perdeu a capacidade de diálogo com os presidentes da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan
Calheiros.
"Há hoje um interventor na economia, que
pratica tudo aquilo que a presidente combateu ao longo de todo o seu primeiro
mandato. Agora, ela delega a coordenação política ao vice-presidente da
República a quem ela desprezou durante todo o seu primeiro mandato. Já é hoje
refém das presidências da Câmara e do Senado na condução da agenda legislativa.
E a grande pergunta que resta é: que papel desempenha hoje a presidente da
República? Acredito que praticamente nenhum mais. O que assistimos a partir
desta decisão da presidente é uma renúncia branca. Hoje quem governa o Brasil
não é mais a presidente Dilma", disse o senador Aécio Neves.
Fraude política
Ele avaliou que a fragilização da presidente
da República é resultado, entre outros fatores, das promessas feitas à população
e que não foram cumpridas, dos desvios e da corrupção ocorridos na esfera
federal e dos repetidos erros cometidos na condução da política
econômica.
"O PT se transformou na maior fraude da
história política recente do Brasil. Nada do que se disse durante a campanha
eleitoral se sustenta agora. Aquilo que traz a meu ver maior indignação à
sociedade brasileira, além da corrupção deslavada, casada com esta gravíssima
crise econômica, é a sensação de engodo. Os brasileiros têm a sensação de que
foram enganados pela presidente da República e esta é a razão maior da sua
fragilização permanente", afirmou Aécio.
O presidente do PSDB classificou o resultado
do IPCA divulgado como o pior em 20 anos e disse que os mais pobres são hoje os
principais atingidos pela alta dos preços e pelo crescimento do desemprego. No
acumulado de 12 meses, o índice de inflação chegou a 8,13%, bem acima do teto da
meta do governo.
"É o pior março de toda essa série, o que
demonstra que aquilo que nós dizíamos durante a campanha eleitoral se confirma a
cada dia. A inflação está sem controle. A inflação de alimentos já está acima de
dois dígitos há muito tempo. Na verdade, os governos que têm esse viés
populista, que se utilizam das massas ou da divisão de classes para se manterem
no poder, acabam por prejudicar em primeiro lugar aqueles mesmos que eles dizem
defender, porque os que sofrem de forma mais imediata os efeitos dessa crise que
se agrava a cada dia são exatamente os que menos têm, que veem sua renda
corroída pela inflação, que veem o desemprego aumentando no Brasil com
perspectiva de crescimento negativo neste ano", disse.
Protestos do dia
12
O senador também falou sobre os protestos
contra o governo que estão sendo organizados por movimentos sociais para o
próximo domingo. Aécio afirmou que o PSDB apoia as manifestações e incentiva a
presença nas ruas de suas lideranças e militantes, mas que o partido não tem
intenção de se apropriar dos protestos.
"Não importa o tamanho do movimento porque a
indignação da população brasileira é cada vez maior. O PSDB, que não é dono
desse movimento e nem deve ser, é absolutamente solidário a todas essas
manifestações. E o que eu vejo é uma presença cada vez maior da nossa
militância, dos nossos companheiros, dos nossos líderes, dos nossos dirigentes
nesse movimento. Eu vou avaliar domingo se estarei presente",
afirmou. |
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Não governa mais o Brasil
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