segunda-feira, 27 de maio de 2024

Adepará reforça proibição do trânsito de amêndoas de cacau provenientes de Estados com presença da monilíase

 

Entrada da praga em território paraense poderia causar perdas de até 100% na produção de cacau, provocando graves prejuízos econômicos, sociais e ambientais

Após apreensão de 4 toneladas de amêndoas de cacau provenientes do Amazonas, Estado onde está presente o fungo da monilíase, praga que ataca os frutos do cacaueiro e do cupuaçuzeiro, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) informa que continua vigente a portaria nº 7833/2022 que proíbe a entrada, o trânsito e o comércio de materiais vegetais de cacau e cupuaçu e outras espécies hospedeiras do fungo, vindos de Estados com ocorrência da praga.

Segundo a portaria da Adepará, também está proibido o trânsito interestadual de semente, mudas, frutos ou qualquer parte propagativa de espécies vegetais hospedeiras da monilíase.

Para que possam entrar no território paraense, as amêndoas de cacau fermentadas e secas, provenientes de áreas de ocorrência da praga, devem estar acompanhadas do certificado de classificação do produto e da nota fiscal da sacaria.

O Pará é o maior produtor nacional de amêndoas de cacau. A produção de cacau é uma das principais atividades econômicas em mais de 30 municípios paraenses, gerando emprego, renda e divisas para o Estado. A entrada da monilíase do cacaueiro em território paraense pode ocasionar perdas de até 100% na produção, provocando graves prejuízos, com reflexos econômicos, sociais e ambientais.

"A fiscalização da Adepará segue vigilante para manter o Estado livre dessa praga que pode comprometer a economia e ter impacto na renda dos agricultores. Não vamos medir esforços para evitar que cargas contaminadas vindas de Estados com ocorrência da doença entrem no nosso território", enfatizou Jamir Macedo, diretor-geral da Agência de Defesa.

A monilíase é uma doença fúngica, com alto potencial de disseminação e devastadora para as culturas do cacaueiro e cupuaçuzeiro, causando podridão dos frutos. Focos da praga foram identificados em municípios dos Estados do Acre e do Amazonas, sendo por essa razão, colocados em quarentena os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, no Acre, e todo o Estado do Amazonas.

A disseminação para outros Estados pode ocorrer principalmente pelo trânsito de frutos de hospedeiros infectados pela praga, e por artigos regulamentados infestados pelo fungo.

Apreensão - Fiscais da Adepará apreenderam 4 toneladas de amêndoas de cacau vindas do Amazonas no último sábado no Terminal Hidroviário de Almeirim, no Baixo Amazonas. A carga foi apreendida e incinerada no aterro sanitário do município, em função do alto risco que apresentava para a cadeia produtiva do cacau paraense.

Fiscalização - Cabe à Agência de Defesa Agropecuária fiscalizar as unidades centralizadoras de frutos varejistas e atacadistas; unidades processadoras de frutos; trânsito de carga, bagagem e passageiros e terminais de transporte de carga, de transporte de passageiros e bagagens, portos marítimos e fluviais, aeroportos e fronteiras; além de comércio de amêndoas de cacau e cupuaçu.

A diretora de Defesa e Inspeção Vegetal, Lucionila Pimentel, explica que é uma demanda da Câmara Setorial do Cacau, grupo que reúne instituições públicas das esferas estadual e federal, além da iniciativa privada, cooperativas e produtores e demais atores que integram o setor para unir esforços e fortalecer a cacauicultura paraense, que a Adepará intensifique a fiscalização para manter a sanidade vegetal.

"Desde a detecção da monilíase no Acre, em 2021, a Adepará intensificou as ações de Educação Fitossanitária nas regiões produtoras de cacau no Estado do Pará, além de realizar o cadastro de produtores, inspeção nas propriedades e a fiscalização no trânsito interestadual de amêndoas de cacau, atividade que tem amparo legal na Portaria Estadual nº 7833/2022", ressalta Lucionila Pimentel.

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