quarta-feira, 28 de junho de 2023

Povos Indígenas celebram entrega da TI Alto Rio Guamá após processo de desintrusão

 

Força tarefa foi coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República e mobilizou 15 ministérios e órgãos públicos governamentais

Os Tembé lado a lado com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (saia branca) e a presid. da Funai, Joenia Wapichan"Pra nós, é muita alegria, depois de tantos anos de luta e angústia, chegou o fim". Foi com essa fala emocionada que o cacique Naldo Tembé abriu a cerimônia de entrega da Terra Indígena Alto Rio Guamá, no Estado do Pará, após intenso processo de desintrusão. Um trabalho de 15 ministérios e órgãos governamentais sob a coordenação da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Cacique Naldo Tembé: ″É muita alegria, depois de tantos anos de luta e angústia, chegou o fim″O processo de desintrusão durou cerca de dois meses e previu a retirada de aproximadamente 1.200 pessoas não indígenas que ocupavam ilegalmente a TI Alto Rio Guamá. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, reitera que essa é a segunda ação mais importante deste Governo. A primeira foi o enfrentamento à crise do povo Yanomami.

Ministra Sonia Guajajara: "A ação seguinte é garantir as condições de produção, restaurar os territórios e fortalecer a cultura""É um momento de muita alegria estar presente aqui hoje. A ação seguinte é garantir as condições de produção, de restaurar os territórios, reflorestar e fortalecer a cultura. Esse território na mão do povo indígena é garantia de sustentabilidade e de proteção", destaca a ministra.

Ronaldo Amanae, presidente da Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará - Fepipa, reforça a alegria desse momento histórico.

"Tô emocionado. Nós estamos felizes. O povo Tembé está acessando hoje seu direito ancestral ao território tradicional. Seguimos na luta, somos resistência!", exclama.

Presidente da Funai Joenia Wapichana: ″A Funai está pensando no pós processo. A prioridade é regularizar as terras indígenas″Para a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas - Funai, Joênia Wapichana, esse é um ato histórico e agora é importante pensar no pós-desintrusão.

"Entra pra história o dia em que aqui estiveram as instituições públicas em um ato para devolver as terras aos indígenas. A Funai está pensando no pós processo de desintrusão. A prioridade é regularizar as terras indígenas. É a obrigação do Estado brasileiro. A partir de hoje, não queremos invasores de volta, queremos direitos sociais!", destaca.

Secretária Puyr Tembé: ″É preciso combater as ilegalidades, o garimpo e o desmatamento″, afirmou elaA secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé, ressalta que, a partir de agora, há a necessidade de uma força tarefa de todos os órgãos e instituições, para manter a defesa do território.

"É importante que haja uma força tarefa de todos os entes para dar continuidade a pós-desintrusão, para reflorestar e fortalecer esse território. É preciso combater as ilegalidades, o garimpo e o desmatamento. É preciso proteger a Amazônia e quem nela vive. É preciso preservar essa sociobiodiversidade!", ressalta Puyr.

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, foi firmada parceria com Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Justiça para garantir a fiscalização contínua e proteção da Terra Indígena Alto Rio Guamá. Assim como, a Funai vai apoiar iniciativas de produção de alimentos para garantir segurança alimentar e o Ministério da Cultura dará apoio ao fortalecimento cultural.

Segundo a ministra Sônia Guajajara, haverá uma reunião entre Ministério dos Povos Indígenas, Funai e Casa Civil para atualizar a lista dos próximos territórios indígenas a serem desintrusados.

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