segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Hospital de Clínicas oferece 'Transporte Social' para pacientes de hemodiálise

Benefício facilita a locomoção do doente, garantindo segurança na ida e na volta do hospital
A paciente Jarina Cardoso em um dos carros disponibilizados pelo Hospital das Clínicas, para levá-la para a hemodiálise
Há cinco anos, Jarina Beatriz Lira Cardoso, 31, foi diagnosticada com insuficiência renal crônica - quando os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas - e, em consequência disso, precisou fazer hemodiálise três vezes por semana. Para facilitar a vida e o seu tratamento, Jarina é beneficiada pelo Transporte Social, da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV).
Jarina explica que a maior dificuldade que teve durante o tratamento foi a locomoção, já que ela mora no município de Ananindeua, apresenta um quadro de saúde delicado e sofria todas as vezes que utilizava o transporte público. "Se eu continuasse a vir de transporte público, talvez não aguentasse. Uma vez, eu vim de ônibus e o motorista freou, perdi o controle e acabei machucando o braço que tem a fístula. Graças ao transporte social da FHCGV, venho e volto com segurança", contou. A fístula é um acesso vascular implantado cirurgicamente para realizar a hemodiálise.

Jarina Cardoso é uma das mais de 130 mil pacientes que fazem hemodiálise no Brasil, segundo o Censo Brasileiro de Diálise, da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Mais de 90% dos brasileiros que dialisam fazem hemodiálise em unidades de saúde pública.
A Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna é referência no Pará, sendo totalmente gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento é disponibilizado através do Serviço de Terapia Renal Substitutiva (STRS) para pacientes internados ou ambulatoriais, no qual conta com 15 máquinas de diálise, que funcionam de segunda a sábado, em três turnos - manhã, intermediário e tarde.
A média é de mil sessões de diálise por mês. Para os pacientes que não têm condições, sejam elas físicas ou financeiras, a Fundação disponibiliza seis veículos para o transporte de pacientes, como é o caso da Jarina Beatriz.
"Para que os pacientes em tratamento de hemodiálise possam receber esse benefício, eles são orientados pelo serviço social da FHCGV para solicitar o transporte na unidade de saúde mais próxima de sua residência. É verificada a necessidade do paciente, dando prioridade a idosos, cadeirantes, debilitados, amputados, cegos e os que acabaram de se submeter a uma cirurgia. Depois de comprovar a necessidade, eles são encaminhados e incluídos no programa de Transporte Social da FHCGV", explicou a residente em Serviço Social, Tayana Watanabe.
Depois de incluídos, eles são direcionados hospital, "que através do Serviço de Apoio Administrativo inclui o paciente no planejamento da rota de transporte", acrescenta a chefe do Apoio Administrativo, Shirley Costa. Essa iniciativa beneficia oito pacientes do município de Belém e Ananindeua.
Tratamento
Hemodiálise é o procedimento através do qual uma máquina filtra e limpa o sangue, fazendo parte do trabalho que o rim doente não pode fazer. O tratamento retira do corpo os resíduos prejudiciais à saúde, como o excesso de sal e de líquidos. Também controla a pressão arterial e ajuda o organismo a manter o equilíbrio de substâncias, como sódio, potássio, ureia e creatinina. Dependendo da situação clínica do paciente, esse tempo varia de 3 a 5 horas por sessão e pode ser feita de 2 a 4 vezes por semana ou até mesmo diariamente. O médico nefrologista é quem avalia a necessidade do paciente para que seja escolhida a melhor forma de tratamento.

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