terça-feira, 26 de abril de 2016

Desespero

Apelos de Dilma à comunidade internacional são frustrados diante da legalidade do impeachment


A investida da presidente Dilma para vender à comunidade internacional a tese de “golpe” não tem surtido efeito. Apesar de declarações nesse sentido à imprensa estrangeira e aos apelos ao Mercosul e Unasul, a presidente não encontrou apoio na comunidade internacional contra o processomosaico que tramita contra ela no Congresso Nacional. Deputados do PSDB acreditam que a legalidade e a constitucionalidade do pedido de impeachment tornam as declarações da petista sem nenhuma credibilidade.
Em viagem aos Estados Unidos no fim da semana passada, Dilma falou em “quebra democrática” ao referir-se ao impeachment e, em entrevista na sexta-feira (22) em Nova Iorque, chegou a sugerir que Mercosul e Unasul avaliassem o processo contra ela. Não adiantou. Apesar da mobilização de países como Venezuela e Bolívia, a União das Nações Sul-Americanas, que se reuniu no fim de semana, não aprovou uma moção de repúdio ao processo de impedimento no Brasil.
Ao falar a repórteres brasileiros, Dilma se descreveu como “uma vítima, uma pessoa injustiçada” e voltou a falar em golpe. Ela afirmou que se “a quebra democrática” se concretizar no país, pedirá que o Mercosul e a Unasul analisem imediatamente o caso. O bloco comercial poderia, segundo ela, acionar a “cláusula democrática”, que prevê a suspensão de um país em caso de ruptura. 
O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) afirma que é de conhecimento mundial o que tem acontecido no Brasil. E, em sua avaliação, as nações sabem que o processo de impeachment contra Dilma é legítimo, constitucional, legal, transparente, ocorre dentro do parlamento brasileiro e obedece às regras do jogo democrático. “É por isso que ela não encontrou eco em lugar algum, a não ser nas nações com governos populistas e demagogos como o dela e do Lula”, aponta.
Hauly ressalta que o pedido, agora em curso no Senado, tem obedecido todo o rito estabelecido pela Suprema Corte e conta com o apoio de mais de 70% dos parlamentares. Além disso, lembra o deputado, Dilma é acusada por práticas ilegais e, por isso, está passível de punição com a perda do mandato. “Todos sabem, seja nos EUA, Europa ou Canadá, que quem está envolvido em crime de responsabilidade não tem amparo em nenhum país desenvolvido, em nenhuma nação democrática”, reforça.
A propagação da ideia de “golpe” mostrou-se ainda mais frágil com o envio de uma carta escrita por deputados americanos ao Congresso Nacional brasileiro. No texto, os parlamentares dos EUA reforçam a “confiança na democracia brasileira” e nas instituições, que “terão a sabedoria de conduzir o país rumo a dias melhores no marco da lei para todo o povo”.
Para o deputado Caio Narcio (MG), as movimentações de Dilma no sentido de desclassificar um instrumento democrático é fruto de total desespero. “É parte do desespero pelo qual o governo está passando em seu estágio terminal”. O parlamentar acredita que a presidente adotou essa atitude para tentar ganhar algum fôlego, confundindo a comunidade internacional.
O tucano aponta que as nações têm sido informadas e sabem que as instituições brasileiras estão funcionando plenamente e que o impeachment é um instrumento democrático, subsidiado por uma determinação da Suprema Corte do país. “É um processo feito dentro do Legislativo de forma pacífica e organizada e com a participação de todos os parlamentares. Todos os fatos são tranquilos e rebatem os argumentos de Dilma. O governo não vê mais saída a não ser a mentira e a tentativa de confundir”, destaca.
O vice-líder do PSDB na Câmara, Lobbe Neto (SP), rechaçou a tentativa da presidente petista Dilma Rousseff de vender para o mundo que o processo de impeachment é um “golpe”.
De acordo com o parlamentar, essa manobra tem servido apenas para denegrir a imagem do Brasil, ainda mais, do que já está. “Ela age equivocadamente, indo contra as instituições democráticas, omitindo que o impeachment é um instrumento constitucional e que obedece às leis brasileiras”, afirmou.
Lobbe ressaltou que a presidente sabe que sofrerá o impedimento do seu ‘desgoverno’ e, por não ter mais apoio algum no Brasil, tenta encontrá-lo lá fora. “Se existe algum golpe que precisa ser denunciado na ONU [Organização das Nações Unidas], é o golpe pregado por Dilma contra os brasileiros”, rebateu.
PROTESTO NO PARLASUL
Um incidente diplomático provocou a saída da maioria dos  congressistas brasileiros que participavam de um evento, nesta segunda-feira (25), pela comemoração dos 25 anos do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai. A maioria dos delegados brasileiros resolveu protestar contra a opinião do presidente do Parlasul, o argentino Jorge Taiana. Ligado à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, aliada de primeira hora da presidente brasileira, Taiana chamou o processo de impeachment no Brasil  de “golpe parlamentar” em nota no site oficial do Mercosul. Só ficaram no recinto um deputado do Psol e dois do PT. 
Integrante do Parlasul, o deputado Rocha (AC) também manifestou a revolta dos parlamentares brasileiros, que foram colocados nas últimas fileiras na sessão em comemoração aos 25 anos do Mercosul. Diante disso, se retiraram da cerimônia. “A localização em que fomos acomodados foi um desrespeito com o papel e a posição do Brasil que, há 25 anos ajuda a construir e fortalecer o bloco econômico”, explicou o parlamentar do PSDB.
(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

sábado, 23 de abril de 2016

Lava Jato

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Força-tarefa da Lava Jato avalia ter indícios para denunciar Lula no caso do sítio de Atibaia
Estadão Conteúdo


  • Jefferson Coppola/Revista Veja
    O sítio em Atibaia, frequentado por Lula e familiares
    O sítio em Atibaia, frequentado por Lula e familiares
São Paulo - A força-tarefa da Operação Lava Jato considera ter elementos para levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao banco dos réus, acusado de envolvimento com a organização criminosa que corrompeu e lavou dinheiro desviado da Petrobras - independente de qual instância ele será processado. O inquérito sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), será a primeira acusação formal entregue à Justiça.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá ainda se Lula pode assumir o cargo de ministro da Casa Civil e se ele será denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), considerando o direito ao foro especial por prerrogativa de função, ou se as acusações poderão ser apresentadas pela Procuradoria, em Curitiba, diretamente ao juiz federal Sérgio Moro - dos processos em primeiro grau da Lava Jato.
Alvo em Curitiba de três frentes de apuração na Lava Jato - as outras duas envolvem o tríplex 164 A, da OAS, no Guarujá, e os pagamentos e repasses para o ex-presidente via sua empresa de palestras, a LILS, e para o Instituto Lula -, a que envolve o sítio de Atibaia é a mais robusta, na avaliação dos investigadores. Os inquéritos estão suspensos depois que ele foi nomeado ministro da Casa Civil pela presidente Dilma Rousseff, no dia 17, e o tema foi levado ao Supremo.
A peça apontará a família do ex-prefeito de Campinas (SP) e amigo de Lula Jacó Bittar (PT) como "laranjas" na ocultação da propriedade, adquirida em 2010 pelo valor declarado de R$ 1,5 milhão. Os registros de escritura em nome dos donos oficiais, um "contrato de gaveta" em nome do ex-presidente e da mulher, Marisa Letícia, encontrado nas buscas e depoimentos dos investigados farão parte da acusação.
O compadre e defensor jurídico do ex-presidente Roberto Teixeira também será citado como parte da operação de formalização do negócio. Oficialmente a propriedade está registrada em nome de um dos filhos de Bittar, Fernando Bittar, e do empresário Jonas Suassuna - ambos sócios do filho de Lula. O registro de compra do imóvel foi realizado pelo escritório de Teixeira.
Com base nas notas fiscais localizadas nas buscas e apreensões, depoimentos colhidos e movimentações bancárias analisadas, a Lava Jato também vinculará os desvios de recursos na Petrobras à reforma executada no sítio e a manutenção de bens referentes a Lula. OAS, Odebrecht e o pecuarista José Carlos Bumlai serão vinculados aos serviços executados, como compensação por obras loteadas pelo cartel.
Em documento enviado ao STF, a defesa de Lula sustenta que o sítio foi comprado pelo amigo Jacó Bittar para convívio das duas famílias, após ele deixar a presidência, em 2011.
Ao Estadão, o defensor de Lula Cristiano Zanin Martins informou que o "MPF tem conhecimento, em virtude de provas documentais, de que o sítio foi comprado com recursos provenientes de Jacó Bittar e de seu sócio Jonas Suassuna; (ii) que Fernando Bittar e Jonas Suassuna custearam, com seu próprio patrimônio, reformas e melhorias no imóvel; (iii) que Fernando Bittar e sua família frequentaram o sítio com a mesma intensidade dos membros da família do ex-Presidente Lula, estes últimos na condição de convidados".
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sexta-feira, 22 de abril de 2016

placar do Impeachment

Partidos concluem indicações e comissão do Senado tem 70% a favor do impeachment
Estadão Conteúdo

Brasília - Os líderes dos blocos partidários concluíram nesta sexta-feira as indicações dos 42 integrantes da comissão do impeachment do Senado. Entre os 21 titulares e 21 suplentes, conforme o placar do Impeachment, publicado pelo Estadão, 70% deles já se declararam favoráveis ao impedimento da presidente Dilma Rousseff. Ao todo, 29 se disseram favoráveis, sete contrários, cinco indecisos e um não quis responder.
Com a composição completa, o plenário do Senado se reunirá na segunda-feira, 25, para aprovar em votação a escolha dos indicados. Ato contínuo, pelo regimento, o senador mais velho do colegiado, o suplente José Maranhão (PMDB-PB), terá de convocar a primeira reunião da comissão para eleger o presidente e o vice.
O PMDB, maior bancada, indicou para a presidência o senador Raimundo Lira (PMDB-PB). O PSDB, que tem o segundo maior bloco partidário, apresentou o nome do tucano Antonio Anastasia (MG) para relatoria, mas o PT tem protestado contra a indicação dele, que considera parcial (já declarou voto a favor do impeachment), e ameaça recorrer à Justiça.
O bloco liderado pelo PT apresentou formalmente na manhã desta sexta-feira, 22, ao Senado o nome dos integrantes: os petistas Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e José Pimentel (CE) e o pedetista Telmário Mota (RR), como titulares; como suplentes, o líder da bancada Humberto Costa (PT-PE) e Fátima Bezerra (PT-RN) e do PDT Acir Gurgacz (RO) - a quarta vaga na suplência foi cedida a João Capiberibe (PSB-AP), que é de outro bloco partidário.
Também formalizou suas indicações o bloco formado pelo PSB, PPS, Rede e PCdoB. Foram indicados como titulares os socialistas Fernando Bezerra Coelho (PE) e Romário (RJ) e a comunista Vanessa Grazziotin (AM) e, como suplentes, Roberto Rocha (PSB-MA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Cristovam Buarque (PPS-DF)
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Má perdedora

Em nota conjunta, 14 partidos repudiam tentativa de vitimização da presidente Dilma


printEm nota divulgada na terça-feira (20), lideranças de 14 partidos repudiam de forma veemente a postura que vem sendo adotada por Dilma desde que o impeachment foi aprovado com ampla maioria na Câmara. A petista vem posando como injustiçada e vítima, apesar da consistência da denúncia que aponta claramente os crimes de responsabilidade cometidos por ela.  “A vã tentativa de vitimização, sob a alegação de injustiça, não encontra amparo no relatório da Comissão Especial, na decisão do Plenário da Câmara dos Deputados, nas decisões do STF, na realidade dos fatos e na soberana vontade da ampla maioria da população brasileira”, diz trecho do documento. Confira a íntegra:
NOTA DE REPÚDIO
1. Os partidos políticos adiante identificados, através de seus lideres ou representantes partidários na Câmara dos Deputados, vem a público para REPUDIAR DE FORMA VEEMENTE o triste espetáculo que a Nação assistiu, na manhã desta terça-feira, encenado pela Sra. Presidente da República, perante correspondentes da imprensa estrangeira no país, em que procurou desqualificar a soberana decisão da Câmara dos Deputados do Brasil, no último dia 17, quando esta, obedecendo fielmente o regramento estabelecido pelo STF – Supremo Tribunal Federal -, autorizou o processamento da denúncia formulada contra ela por prática de crimes de responsabilidade, nos termos dos arts. 85, VI e 167, V da Constituição Federal e arts. 10, item 4 e 11, item 2 da Lei nº da Lei 1.079/50, em razão da abertura de créditos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional, bem como no art. 11, item 3 da Lei 1.079/50, em razão da contratação ilegal de operação de créditos, as chamadas “pedaladas fiscais”.
2. A Sra. Presidente da República insistiu no erro de tachar de “ilegal” e “golpista” a ação dos senhores deputados, omitindo propositadamente que o rito do impeachment foi determinado pelo Supremo Tribunal Federal, nos julgamentos das inúmeras e frustradas tentativas de seu governo de impedir a atuação do poder legislativo. O Impeachment foi chancelado pela Suprema Corte do Brasil.
3. O parecer da Comissão Especial relatado pelo Deputado Jovair Arantes, que demonstra os crimes de responsabilidade por ela cometidos, restou aprovado pela contundente maioria de 367 votos, dentre os 513 representantes do povo brasileiro.
4. A Câmara dos Deputados autorizou para que o Senado Federal dê andamento no processo e promova o julgamento da Sra. Presidente, onde ela terá, novamente, amplo direito de defesa, sob o comando do Presidente do Supremo Tribunal Federal.
5. A Sra. Presidente da República, desconsidera que está sendo acusada de ter cometido um dos maiores crimes que podem ser praticados por uma mandatária, já que a vítima, no caso, é toda a nação. Para defender-se ela inverte sua posição de autora em vítima.
6. A vã tentativa de vitimização, sob a alegação de injustiça, não encontra amparo no relatório da Comissão Especial, na decisão do Plenário da Câmara dos Deputados, nas decisões do STF, na realidade dos fatos e na soberana vontade da ampla maioria da população brasileira.
Brasília, DF, 19 de abril de 2016
PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO – PMDB – SENADOR ROMERO JUCÁ – PRESIDENTE EM EXERCÍCIO
PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA – PSDB – LÍDER ANTÔNIO IMBASSAHY
PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO – PSD – LÍDER ROGÉRIO ROSSO
PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO – PSB – LÍDER FERNANDO COELHO FILHO
DEMOCRATAS – DEM – LÍDER PAUDERNEY AVELINO
PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO – PRB – MARCOS PEREIRA – PRESIDENTE NACIONAL
PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO – PTB – LÍDER JOVAIR ARANTES
SOLIDARIEDADE – SD – LÍDER GENECIAS NORONHA
PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL – PTN – RENATA ABREU – PRESIDENTE NACIONAL
PARTIDO SOCIAL CRISTÃO – PSC – LÍDER ANDRÉ MOURA
PARTIDO POPULAR SOCIALISTA – PPS – LÍDER RUBENS BUENO
PARTIDO VERDE – PV – LÍDER SARNEY FILHO
PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL – PROS – LÍDER RONALDO FONSECA
PARTIDO SOCIAL LIBERAL – PSL – LÍDER ALFREDO KAEFER
(imagem: reprodução – TV Globo)

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Começo do fim

Tucanos comemoram aprovação do impeachment da presidente Dilma na Câmara


25890212864_ca17998ce9_kO PSDB selou os rumos do impeachment com o voto emocionante do deputado Bruno Araújo (PE) na noite deste domingo (17). Com a decisão da Câmara, o processo pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff por crimes de responsabilidade segue para o Senado. O placar final foi de 367 votos favoráveis ao impeachment, 137 contrários, 7 abstenções e 2 ausências. A sessão de votação durou cerca 6 horas, mas todo o processo de discussão e votação do impeachment consumiu quase 53 horas.
O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), afirmou que o país agora tem uma presidente virtual, sem comando. “Teremos uma presidente morando no Palácio da Alvorada e despachando no Planalto sem força nenhuma”, acrescentou. O líder está confiante na confirmação da decisão dos deputados pelo Senado.
O parecer que recomenda a investigação contra a presidente Dilma Rousseff segue para o Senado Federal. Lá, será constituída uma comissão especial para decidir se convalida, ou não, o pedido de abertura de investigação. Se for aprovado por 41 senadores, a presidente será afastada do cargo e julgada pelo Senado. A condenação, que depende do aval de 2/3 da Casa (54 senadores), tira Dilma do cargo e a torna inelegível por oito anos.
Responsável pelo 342º voto, Bruno Araújo afirmou ter se sentido como “Pelé no milésimo gol”. Representar toda a mobilização nacional pelo fim da gestão Dilma justificou sua passagem pela vida pública, descreveu o tucano. “A emoção vem porque participamos desde o primeiro momento e vem um filma na cabeça com tudo, especialmente sabendo que fizemos tudo seguindo o rito definido pelo STF”, explicou.
A aprovação do processo significa uma importante vitória, declarou Carlos Sampaio (SP). “Estou convencido de que a Câmara deu uma resposta ao Brasil. O país agora vislumbra um sopro de esperança.”
Para o deputado Vitor Lippi (SP), o placar mostrou a esperança de um Brasil melhor. Ele destaca que o PSDB teve um trabalho de protagonismo muito importante em todo o processo. “Isso foi acontecendo ao longo do tempo e hoje temos a alegria de dizer que a mudança está acontecendo efetivamente. Estamos confiantes de que vamos começar a recuperar o país”, frisou.
A incompetência do governo petista ficou demonstrado no resultado da votação na Câmara, reforçou o deputado Max Filho (ES). Segundo o tucano, o PSDB votou unido e está ajudando o país a sair da crise. “Vamos virar essa página de espiral descendente na economia, estancar a crise para fazer com que o Brasil retome seu crescimento”, completou.
O PSDB cumpriu seu papel com a aprovação do processo de impeachment, afirmou o deputado Samuel Moreira (SP), que se licenciou do cargo de secretário chefe da Casa Civil de São Paulo para votar. “Viramos uma página ruim e agora vamos agora caminhar firmemente com esse processo no Senado. Temos esperança no futuro, em reformas e num Brasil melhor”, disse.
O deputado Giuseppe Vecci (GO) justificou ainda que seu voto em favor do impeachment é pela criação de uma agenda propositiva para o Brasil. “Voto sim pela coragem de fazer reformas estruturantes e importantes para o Brasil. Voto sim por um novo pacto federativo que devolva aos municípios a capacidade de governar. Voto sim também pela ética e transparência na administração pública”, destacou.
LONGA VOTAÇÃO
A votação ocorreu diretamente ao microfone, por chamada individual de cada parlamentar, com alternância de estados entre as regiões. Os estados foram chamados na seguinte ordem: RR, RS, SC, AP, PA, PR, MS, AM, RO, GO, DF, AC, TO, MT, SP, MA, SE, RJ, ES, PI, RN, MG, PB, PE, BA,25892249923_14df6e4623_k SE, AL.
O PT tentou, em um último movimento desesperado, impedir a votação. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) entrou na sexta-feira (15) com ação judicial pedindo que o tribunal obrigasse a Câmara a devolver o processo para a comissão especial do impeachment e incluísse o vice-presidente Michel Temer. O ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido neste domingo (17).
RELATÓRIO
O relatório da comissão especial foi aprovado na última segunda-feira (11), por 38 votos a 27, no qual o relator conclui que caracterizam o crime de responsabilidade a abertura de créditos suplementares via decreto presidencial, sem autorização do Congresso Nacional; e o adiamento de repasses para o custeio do Plano Safra, o que obrigou o Banco do Brasil a pagar benefícios com recursos próprios – manobra popularmente chamada de pedalada fiscal.
Em defesa da presidente da República, o Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, rebateu a afirmação de que houve aumento ilegal dos gastos porque houve um decreto de contingenciamento, além de autorização de revisão da meta fiscal.
Para Cardozo, a execução da despesa é obrigatória de acordo com a Lei Orçamentária e a tese do relator implicaria o envio de “um projeto de lei para cumprir a lei”.
(Reportagem: Elisa Tecles/ Foto: Alexssandro Loyola)

uma goleada de "7 a 1" Leia mais em: http://zip.net/bls8Nq


Planalto classifica situação da petista como 'dramática'




ESTADÃO




De Brasília
  • Evaristo Sá/AFP Photo
    O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo
    O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo
Ministros e a cúpula do PT avaliam que será muito difícil reverter o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Senado, mas já começaram a ofensiva para barrar a deposição no plenário da Casa. Embora a autorização para abertura do processo não tenha pego o Palácio do Planalto de surpresa, o tamanho da derrota impressionou o governo.
O Planalto dá como certa a admissão do processo na Comissão Especial a ser instalada no Senado nas próximas 48 horas e considera a situação "dramática". Hoje, no plenário do Senado, o governo tem 28 votos, mas na primeira votação precisa de 41.
"Eu vou lutar até o fim", afirmou Dilma, de acordo com relato dos que estiveram com ela, no Palácio da Alvorada. "A luta continuará até o último instante nas ruas, na Justiça e no Parlamento. Não podemos descansar. Quem pensa que eu vou renunciar pode tirar o cavalinho da chuva", emendou a presidente. Ela acompanhou a votação no Alvorada, onde se reuniu com Lula - que ontem completou um mês de nomeação suspensa na Casa Civil - e com ministros do PT.
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, escalado como porta-voz do governo após a votação, disse que Dilma não vai renunciar e que ela fará um pronunciamento hoje. O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, classificou a decisão como "retrocesso". "Acreditamos que o Senado, que representa a Federação, possa observar com mais nitidez as acusações contra a presidenta, uma vez que atingem também alguns governadores de Estado."
Apesar da declaração de resistência do governo, nos bastidores o Planalto avalia que a guerra será ainda mais dura. Em conversas reservadas, dirigentes do PT diziam ontem que a única chance de sobrevivência de Dilma reside na ampliação do desgaste do vice-presidente Michel Temer.
Na noite deste domingo, quando a votação do impeachment na Câmara já indicava a derrota, o comentário no Alvorada era que Temer "não vai ter paz" de hoje em diante. Dilma mostrou inconformismo com o fato de a sessão ser conduzida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara e réu da Operação Lava Jato.
"Mesmo que Temer venha a ser um presidente interino, não vai aguentar três meses no cargo. Ele é sócio de Cunha e nós vamos expor toda sua fragilidade. Vamos infernizar", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "De inferno o PT entende, mas nós queremos o contrário. Queremos o céu", rebateu o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
O governo aposta agora no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para evitar que prazos de tramitação do processo sejam atropelados.
Auxiliares da presidente admitiram, porém, que a situação ficou mais difícil por causa da larga margem de votos com que o impeachment foi aprovado na Câmara. Na prática, ocorreu o que o Planalto temia, uma goleada de "7 a 1". Até recentemente, quando acreditavam ser possível reverter o processo, ministros afirmavam que um governo sem 172 votos na Câmara - número que era necessário para barrar o impeachment - não teria mesmo condições de administrar o País.
Na última hora, o Planalto apelou para as ausências - que contariam a favor de Dilma. Esperava de 20 a 30 faltas, mas apenas dois deputados não apareceram.
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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Única alternativa

Luis Macedo Câmara dos Deputados
Fim do governo Dilma permitirá reconstrução nacional, afirma Duarte Nogueira
O deputado Duarte Nogueira (SP), que reassumiu o mandato de deputado federal para participar da votação do impeachment, afirmou que a saída da presidente Dilma é a única alternativa para retomar o crescimento do país. O tucano estava licenciado para ocupar o cargo de secretário estadual de Logística e Transportes do governo Geraldo Alckmin.
Em grande expediente nesta quinta-feira (14), o tucano afirmou que voltou à Câmara para representar a população de São Paulo que quer o fim do governo Dilma. O estado se destacou nas manifestações de rua contra a petista. “Tendo sido eleito pelos paulistas, não posso deixar de representá-los. Retomo o mandato com o mesmo otimismo e serenidade diante de um momento histórico, em que vamos definir os rumos do país”, afirmou.
Os protestos em todo o país demonstraram a insatisfação do povo com a corrupção, que se tornou sistêmica e endêmica na gestão petista, disse Duarte. “O povo se sente indignado, enganado e exausto. O novelo da corrupção, que começou a ser desenrolado, parece não ter fim”, alertou. Mesmo pagando altíssimos impostos, o brasileiro está à mercê de um sistema de saúde pública falido, entre outros problemas.
A Operação Lava Jato revelou a existência de uma organização criminosa dentro do governo. Mostrou que a presidente Dilma conseguiu se reeleger com uma campanha milionária baseada em mentiras, lamentou o parlamentar. “Há provas robustas de que a propina financiou a campanha de Dilma. O Brasil tem hoje uma presidente que, além de ineficiente, violou o processo eleitoral”, reprovou.
É preciso virar a página e iniciar um novo capítulo da história nacional, defendeu Duarte Nogueira. O tucano acredita que o país sairá fortalecido do processo, com a esperança renovada. Ele citou frase dita recentemente pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: “Por mais penoso que seja interromper um mandato, mais penoso é ver o Brasil se esfacelar”. O impeachment permitirá a reconstrução nacional e a recuperação da economia, frisou Duarte.
ENGRENAGEM
Duarte agradeceu ao governador Geraldo Alckmin pela oportunidade de retornar à Câmara para o impeachment. Ele fez um agradecimento ainda aos funcionários da Secretaria de Logística e Transportes. “O cargo de secretário é apenas a parte mais visível de uma engrenagem em que todas as peças devem funcionar de forma sincronizada e eficiente”, completou.
(Reportagem: Elisa Tecles/ Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)