Falta qualidade na água potável de Belém
Nem mesmo a água mineral comercializada na capital é considerada água potável por apresentar alto teor de PH (escala que mede a acidez da água).
A baixa qualidade da água das duas bacias coloca em risco a saúde de cerca de 300 mil habitantes, e a contaminação, segundo os pesquisadores, se dá através das fossas sanitárias que armazenam os dejetos humanos. Elas liberam alto teor de nitrato, composto químico, e baixo PH, tornando assim, a água ácida demais e imprópria para consumo humano, explica o coordenador do evento, professor Dr. da UFPA, Milton Matta.
A construção de poços com cerca de 200 metros de profundidade pelo governo seria a solução para o problema da contaminação na água na capital, afirma o professor da universidade.
O alerta também se estendeu a contaminação das águas superficiais do rio Amapari, no Amapá. Segundo os pesquisadores Franciano Rodrigues e Hevaldo Progênio, o rio e seus afluentes estão sendo contaminados por duas empresas que atuam na extração de ferro e ouro no estado.
Já o professor Dr. Itabaraci Cavalcanti, da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi mais detalhista ao descrever na palestra "Hidrogeologia urbana", os principais problemas que ocorrem com a falta de qualidade na água nas grandes cidades. Entre eles, podemos citar a falta de profundidade dos poços e o distanciamento mínimo de 30 metros entre eles; a ausência de saneamento básico, os elevados níveis de nitrato e a contaminação bacteriológica.
A semana do meio ambiente do LARHIMA continua nesta terça-feira (23), a partir das 9h, no auditório do Instituto de Geociências da UFPA, com um debate sobre o sistema de água de Belém. A mesa redonda terá o professor Dr. Itabaraci Cavalcanti (UFC) e representantes da Cosanpa e do Ministério Público do Estado do Pará debatendo os problemas e as soluções sobre o assunto.
Á tarde, a rodada de debates é retomada com o professor Milton Matta e representantes da Associação Brasileira de Águas Minerais e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) debatendo a qualidade da água mineral e de mesa na capital paraense.
As pesquisas tem mostrado que a água vendida por sete empresas na cidade são muito ácidas, por apresentarem alto PH, em torno de quatro, enquanto que o permitido é entre 6 e 7,5, e portanto são impróprias para consumo humano.
Um debate geral sobre a crise da água encerra os ciclos de palestras e mesas redondas no evento. A ideia, de acordo com Matta, é mostrar que a crise é de gerenciamento da água e não na escassez do recurso hídrico.
A Semana do Meio Ambiente do LARHIMA segue até quarta-feira (24).
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