Pessoas de todas as idades se reuniram no local da fundação da cidade, participando da reabertura dos espaços culturais para os talentos da terra
Por Úrsula Pereira (SECULT)
Um evento cheio de luz, poesia, música, dança e muita emoção foi o que proporcionou o “Natal no Presépio”, organizado pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em Belém. O evento ocorreu de 20 a 22 de dezembro, no Forte do Presépio, na Cidade Velha – marco da fundação da capital paraense - e reuniu crianças, jovens e adultos, que aproveitaram a reabertura dos espaços culturais para dar visibilidade aos talentos locais.

No espetáculo apresentado por um coro de 40 vozes, foi executada a obra sacra "O Messias", do compositor alemão Georg Friedrich Händel, possivelmente a mais conhecida em todo o mundo, que contempla desde a Anunciação até a Ascensão de Jesus Cristo ao céu. “O Messias” fica entre a música sacra e a secular e, embora seja uma obra religiosa, não é executada no contexto litúrgico.
Cidadania - Selma Nogueira, 37 anos, moradora do bairro do Jurunas, se emocionou com a apresentação. "Dizem que é de pequeno que se faz grandes homens. Quero que meu filho seja enorme, e é por isso que me esforço para mostrar a ele o que há de melhor na nossa terra. Se estamos aqui hoje é porque esta programação dá exemplo de solidariedade e cidadania", afirmou.
O “Natal no Presépio” também contou, na plateia, com moradores do bairro Cabanagem, inseridas nas ações de políticas públicas do Programa Territórios Pela Paz (TerPaz). Para Delmara Araújo, liderança comunitária do Una, é um privilégio se sentir contemplado por uma ação de governo. "Estamos muito felizes pela oportunidade de chegar até aqui e conseguir apresentar para os nossos jovens esta cultura tão importante, e que eles nunca tiveram acesso. Aqui, estamos adquirindo conhecimento para a vida. Ver o encanto no olhar dos alunos e das pessoas da nossa comunidade é recompensador. Queremos que essa sensação seja multiplicada", ressaltou Delmara Araújo.

"Chegar aqui, hoje, não foi fácil. A periferia dá sua cara e aparece, e a Terra Firme e os meus alunos estão aqui para mostrar isso. Eles são os protagonistas da geração que vai carregar a arte, para que ela não morra. Graças ao apoio da Secult, esta não será a nossa última apresentação", frisou o professor.
Rodeada pelos jovens que participaram da Cantata, Ursula Vidal, secretária de Estado de Cultura, ressaltou que o lugar deles era exatamente onde estavam, ocupando o espaço público. "Precisamos que vocês ocupem esses espaços, para construir esse senso de pertencimento em relação a como nasce a nossa cidade, do que somos feitos e da nossa história, forjada na luta dos povos originários e depois na Cabanagem. Esse movimento tem imensa força e uma capacidade de mudar essa realidade, e vocês estão mudando com consciência e extraordinário talento. Saibam que vocês podem ocupar sempre que quiserem, pois esta cidade e este Estado são de vocês. Invadam com seus talentos, força e essa energia linda da juventude. É por vocês que a gente vai transformar este lugar em um lugar de justiça e de paz", afirmou a secretária.
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