terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Morre Gildeu Miranda primeiro prefeito de Rondon do Pará

Gildeu Miranda, foi vereador de Rondon do Pará, por São Domingo do Capim, e o primeiro Prefeito do recém criado município, criando estrutura ainda hoje existente.

Gildeu Miranda, o histórico primeiro prefeito de Rondon do Pará

 Morreu nesta terça-feira (28) Gildeu Miranda, pioneiro e primeiro prefeito de Rondon do Pará. Gildeu tinha 84 anos de idade e estava afastado da vida pública há alguns anos.

Gildeu foi prefeito de Rondon entre os anos de 1983 e 1988, no fim da ditadura militar e início da redemocratização brasileira.
"Seu legado como um exemplo de dedicação e liderança, sendo uma figura central na construção da história e do desenvolvimento de nosso município. A sua trajetória como gestor público marcou o início de uma era de desenvolvimento para a cidade, deixando um legado de muito trabalho e dedicação por Rondon do Pará, cidade que escolheu para viver e criar sua família.
Seu Gil como eu o chamava carinhosamente era figura presente em minha casa e durante minha infância e adolescência.
Amigo particular de meu saudoso pai João Freitas em memória. Tinham um trato o que partisse primeiro, seguraria a alça do caixão do outro. E assim foi feito, ele estava lá cumprindo a promessa e segurando há alça do caixãoe meu pai.
Recebo com tristeza a notícia de sua partida, deixo meu abraço afetuoso á Vasnir, Wagner, Gilmara, Raquel, e a sua viúva querida Marilene. Deus conforte o coração de vocês.
Como um bom ouvinte de Nelson Gonçalves deixo em sua homenagem uma canção dele. "Boemia"
Deus lhe receba de braços aberto seu Gil.

Por: Julia Freitas.

'Não vamos acabar com a educação presencial indígena', reafirma governador do Pará

 

Helder Barbalho destaca a importância do diálogo sobre a inédita lei estadual de educação indígena em todas as etno-regiões indígenas do Pará

"É muito importante que nós possamos esclarecer que: em momento algum se discutiu ou se pensou na possibilidade de acabar com o ensino presencial. Pelo contrário! A nossa estratégia é manter a educação presencial e garantir todas as conquistas para que o Estado do Pará, com a lei estadual, possa avançar na qualidade e nos direitos dos povos indígenas do Pará", reiterou o governador do Pará, Helder Barbalho, em entrevista ao vivo para uma emissora de televisão, nesta segunda-feira (27). Ele também reforçou o empenho do governo estadual para consolidar o diálogo com as lideranças e uma legislação histórica na educação pública dos povos originários.

A criação de uma legislação que assegura, de forma inequívoca, o direito à educação indígena no Pará, é o resultado mais recente do Grupo de Trabalho criado há duas semanas pelo Estado, reunindo representantes de órgãos públicos e de entidades representativas dos povos indígenas para garantir uma nova política educacional construída coletivamente.

A lei prevê a garantia do ensino bilíngue nas escolas indígenas; gratificação de nível superior de 80% para professores indígenas; realização de um concurso público específico para docentes indígenas; criação do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena; Sistema Modular de Ensino Indígena (Somei) de forma presencial e em seu nível mais alto; consulta prévia e ampla sobre as modalidades de ensino oferecidas, e a promoção da Conferência de Educação Escolar Indígena.

O objetivo é debater a proposta em todas as etno-regiões do Pará, para que cada comunidade possa opinar, legitimando o debate e construindo um pacto entre Estado e povos indígenas.

Reivindicações dos indígenas atendidas pelo Governo do Pará

"O Governo teve a humildade de escutar e dizer: 'Digam o que vocês desejam'. E todas as justas reivindicações nós atendemos em 100%. Na reunião da última sexta-feira (24), em que estiveram presentes sete das das oito etno-regiões. A oitava, infelizmente, se negou a estar presente. Eu mesmo pedi que pudessem vir, para que nós possamos ouvir. A manifestação é justa. Nós vivemos em um país democrático. Agora, se você manifesta, você tem que estar aberto ao diálogo", ressaltou o governador Helder Barbalho.

"Nós estamos absolutamente convictos que, através do diálogo construtivo, nós podemos sair deste processo muito maiores, com a humildade de compreender a escuta, da construção de um pacto, e que nós possamos avançar para que o Pará inaugure, pela primeira vez, a criação de uma lei estadual, sobre os direitos da educação indígena no nosso Estado", completou o governador.

Diálogo - Helder Barbalho destacou ainda a continuidade das negociações que beneficiam os povos indígenas. "Peço que nós possamos, neste momento, com o diálogo, evitar, por exemplo, a invasão do prédio da Seduc. Não se faz educação invadindo um prédio; não se faz educação com intransigência; não se faz educação depredando prédio público. Isto não é aquilo que a população quer. A população quer diálogo. E nós queremos, portanto, dialogar, para cada vez mais para o Pará viver este bom momento, de ser um exemplo para a Amazônia, um exemplo para o Brasil, um exemplo para o mundo. E isto se constrói com diálogo e um pacto entre todos nós", reafirmou o governador.

Volta às aulas - No início do calendário letivo de 2025 nesta segunda-feira (27), marcando o retorno às aulas na rede pública estadual para cerca de 500 mil estudantes nos 144 municípios, Helder Barbalho lembrou investimentos e conquistas da educação no Pará.

"Nós, que lá em 2019 não pagávamos o piso do magistério, hoje pagamos 250% acima do piso. Hoje, o Pará paga o maior salário médio do Brasil. Nós pagamos, em média, R$ 11.500 para cada professor. Além do salário, nós criamos um processo de bonificação de mais 3,5 salários e criamos o Programa Bora Estudar, em que 19 mil alunos, os melhores de cada sala de aula, recebem R$ 10 mil de material de construção para estimular o aluno neste processo pedagógico. São mais de 150 escolas reconstruídas ou escolas novas. Que este momento de retomada das aulas possa acontecer com normalidade", disse o governador.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Usuários do CIIR com autismo celebram a aprovação no vestibular da UFPA

 

Famílias ressaltam a importância do suporte profissional oferecido aos novos calouros na trajetória de inclusão e superação

Aprovada, Brenda Fernanda comemorou a conquista aos 17 anos com os familiares no bairro da Maracangalha, em Belém

Três jovens autistas, assistidos pelo Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, tiveram suas vidas transformadas ao serem aprovados no vestibular da Universidade Federal do Pará (UFPA, cujo resultado foi divulgado no dia 24 de janeiro. A vitória foi compartilhada com equipe multiprofissional da instituição no atendimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde tiveram suporte oferecido pelo atendimento especializado que impacta positivamente no desenvolvimento pessoal e acadêmico.

Os jovens recebem assistência de média e alta complexidade no CIIR e no Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea), administrado pelo Centro de Reabilitação, que oferecem psicoterapia, neurologista, psiquiatra e outras terapias - como Treino de Habilidades Sociais, mecanoterapia, esportes adaptados, além das oficinas de Arte e Cultura.

São três histórias diferentes, mas com algo em comum: a superação de barreiras. Rafael Antoni Negrão de Almeida, 18 anos, é assistido pelo CIIR desde os 13 anos. Ele foi aprovado para a única vaga ofertada para Pessoas com Deficiência (PcD) no curso de Artes Visuais e mora no bairro do Coqueiro, em Ananindeua. Segundo a mãe, Vânia Negrão de Almeida, 47 anos, o calouro da UFPA é atendido pelo CIIR desde 2019, participando de várias atividades como psicologia, mecanoterapia, esporte adaptado, além das oficinas de Arte e Cultura.

Gratidão - "A psicologia e o setor de Arte e Cultura desempenharam um papel fundamental em sua aprovação. O CIIR foi uma ferramenta crucial nesse processo, com as oficinas de Arte e Cultura, especialmente as aulas de música com o professor André, e de Artes Visuais com o professor Eduardo, que despertaram seu interesse pela licenciatura e foram um grande incentivo para ele. Só gratidão!"

Rafael Antoni foi aprovado em artes visuais na UFPA e fez questão de agradecer professores de artes visuais e música do Cetea

Sem esconder o orgulho pela vitória de Rafael, o professor de Artes Visuais do CIIR, Eduardo Oliveira, relembra que ele começou nas atividades de Arte e Cultura em 2019 e permaneceu até 2022. "A sensação que tenho é de dever cumprido, de muita felicidade. "Me sinto verdadeiramente honrado por ser uma referência para ele. E, claro, nada disso seria possível sem o apoio fundamental da equipe do CIIR, especialmente dos pais, que sempre o incentivaram ao longo dessa jornada. Estou extremamente feliz".

Brenda - Aos 17 anos, Brenda Fernanda recebe atendimento no Cetea há quase um ano, foi aprovada no curso de Direito já na primeira vez que prestou vestibular. Segundo a mãe da caloura, Elaine Valente, 38 anos, no Cetea ela é assistida, semanalmente, pelo Treino de Habilidades Sociais e Psicoterapia, por meio de uma equipe multiprofissional, entre eles a psicóloga Raissa Campos.

"Aqui no Cetea, a Brenda recebeu muito apoio de todos os profissionais, especialmente na Psicoterapia, onde, além das terapias, ela também passa por consultas com o neurologista e o psiquiatra. Nesse contexto, o CIIR teve um papel fundamental, pois contribuiu para que minha filha tivesse acesso às terapias oferecidas pelo Cetea, por meio de encaminhamento", destacou a dona de casa.

Ela complementa que o apoio de toda a equipe do Cetea foi essencial, tendo em vista que os profissionais fortaleceram a confiança de sua filha para não desistir e a incentivaram a ser persistente. "Isso fez com que ela passasse a acreditar em seu potencial. Por isso, recebemos todo o suporte do Cetea. Só tenho a agradecer: primeiramente a Deus, à minha família e aos amigos, que sempre a incentivaram e apoiaram; em segundo lugar, à escola Dom Pedro I e aos profissionais de apoio da escola. Por fim, agradeço à equipe do Cetea por todo o cuidado, suporte e incentivo, que foram essenciais para essa grande conquista", concluiu a mãe de Brenda.

Ana China comemora a aprovação do filho, Pedro, uma conquista do esforço e do apoio mútuo ao longo de sua trajetória

Pedro - Pedro Lucas China, 20 anos, está no CIIR desde 2018, desde os 14 anos, atualmente é atendido pelo Cetea e conquistou aprovação no curso de Pedagogia. Essa é sua segunda graduação, já que ele também é acadêmico de Educação Física em uma universidade particular, onde ingressou por meio do Programa Universidade Para Todos (ProUni).

Mãe do vestibulando, Ana China, aposentada de 64 anos, relata que atualmente o filho recebe atendimento no Cetea em psicoterapia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico. "Toda a equipe foi essencial para que ele alcançasse essa conquista e desenvolvesse suas habilidades. Ele tem progredido muito com os atendimentos e não falta a nenhuma sessão, o que tem sido fundamental para seu crescimento. Agradeço imensamente aos profissionais do Cetea pelo apoio ao meu filho e às famílias com filhos atípicos. Desde os 14 anos, o acompanhamento tem sido decisivo para que ele se inclua na sociedade e avance em sua trajetória. Somos muito gratos pelo impacto positivo que o CIIR e Cetea trouxeram para nossas vidas".

Raissa Campos, psicóloga que acompanha os usuários no treino de habilidades sociais: "nome deles no listão é gratificante"

Suporte - Raissa Campos, psicóloga integrante da equipe responsável pela aplicação do Treino de Habilidades Sociais aos dois usuários do Cetea, contou que eles fazem sessões semanais para desenvolver a interação social, organização e equilíbrio entre estudo e lazer.

"A Brenda, que fez vestibular pela primeira vez, compartilhou conosco todo o processo, desde a preparação até as expectativas e resultados. O Pedro, já universitário, nos relatava sua experiência acadêmica e o desejo de mudar de curso, o que também acompanhamos com planejamento e suporte", destaca.

De acordo com ela, o treino de habilidades sociais aborda o gerenciamento pessoal, a interação social e a descoberta vocacional, ajudando-os a identificar e desenvolver potencialidades, enquanto se trabalha a superação de dificuldades.

"Usamos dinâmicas lúdicas, rodas de conversa e outras atividades estruturadas para promover esse crescimento", relata, para manifestar seu contentamento com a aprovação de ambos.

"Ver os nomes deles no listão de aprovados na UFPA foi extremamente gratificante, uma vitória deles que também sentimos como nossa. No Cetea, acreditamos em seu potencial e reforçamos que o autismo é uma condição que não os impede de realizar sonhos e alcançar objetivos", frisa Raissa, ao parabenizar Brenda, Pedro, seus familiares e professores, destacando a importância da inclusão por meio da educação.

"Espero que essas conquistas se multipliquem e que mais jovens e adultos tenham acesso ao serviço único que o CIIR e o Cetea oferecem, promovendo um futuro cheio de realizações".

Rejane Xavier, diretora Executiva do CIIR, ressalta o trabalho em equipe que impulsiona a inclusão das pessoas com TEA

Equipe - Sem esconder a satisfação pelas histórias de superação dos usuários do CIIR e Cetea, a diretora Executiva do Centro de Reabilitação, Rejane Xavier, destacou a importância do trabalho conjunto da equipe multiprofissional, que não mede esforços para o desenvolvimento dos usuários atendidos.

"Estamos muito orgulhosos das conquistas dos nossos usuários. O sucesso no vestibular da UFPA é reflexo do comprometimento da nossa equipe e do apoio contínuo oferecido a esses jovens. Nosso objetivo sempre foi fornecer as ferramentas necessárias para que pudessem superar suas dificuldades e alcançar seus sonhos".

A gestora complementou ainda que os resultados evidenciam que, com o suporte adequado, pessoas com TEA podem ir muito além do que imaginam.

"Continuaremos oferecendo um atendimento de qualidade, para que mais pessoas avancem em sua inclusão e ocupem seu lugar de direito em todos os âmbitos da sociedade".

O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade a Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que, por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto: Vera Rojas, com informações de Tarcísio Barbosa (Ascom / CIIR)