quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Governo do Pará e TikTok firmam parceria inédita em prol do meio ambiente com foco na COP 30

 

Plataforma e estado se comprometeram a realizar ações para restauração, preservação e educação ambiental

Com o objetivo de educar e conscientizar a população sobre o desenvolvimento sustentável, o Governo do Pará e o TikTok selaram um acordo durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 29. A parceria prevê a realização, até 31 de dezembro de 2025, de ações conjuntas em três frentes: educação climática e sustentabilidade; combate à desinformação relacionada às mudanças climáticas e produção de conteúdo sobre a COP 30, abordando o impacto do evento para a agenda climática global e para a Amazônia.

Para isso, criadores de conteúdo como Verdes Marias e Thiago Castanho produzirão vídeos incentivando o debate sobre clima e sustentabilidade. Esses criadores são reconhecidos por abordar temas ambientais e culturais, com potencial de expandir a pauta para um público crescente.

Helder Barbalho, governador do Pará, considera o acordo com a plataforma fundamental para ampliar o nível de conhecimento da população sobre clima, meio ambiente e COP 30.

"Essa parceria é fundamental para que possamos ampliar o conhecimento das pessoas sobre a nossa região e sobre as várias Amazônias. Temos a Amazônia das cidades, a Amazônia dos rios, dos ribeirinhos, dos pescadores, a Amazônia dos extrativistas, a dos indígenas e a dos quilombolas. São 29 milhões de pessoas que vivem nessa região, e uma parceria como essa, que vai nos permitir amplificar o alcance de informações absolutamente fundamentais para o clima e meio ambiente, sobretudo neste período que antecede a COP 30, é importantíssima e representa um avanço, além de um reforço poderoso em comunicação no Pará, que é para onde as atenções do planeta estão voltadas no ano que vem. Queremos comunicar para o mundo e essa parceria com o TikTok nos ajudará a alcançar esse objetivo", explicou o governador.

"A educação ambiental é uma das formas mais potentes de engajar a sociedade com a agenda climática. O TikTok, como uma ferramenta de comunicação, pode trazer às pessoas comuns decisões que vão impactar o futuro delas. É crucial que a plataforma esteja na COP30, engajando criadores nessa missão. Além disso, ter uma parceria com o estado do Pará, que sediará a próxima COP, pode criar oportunidades para explorar os avanços e a diversidade local" afirma Maria Clara, criadora de conteúdo das Verdes Marias.

"Uma plataforma como o TikTok estar próxima da COP30, que acontecerá em Belém, é uma oportunidade para que a população tenha acesso a informações sobre um dos eventos mais importantes do mundo relacionados às mudanças climáticas. Isso também permite que o assunto seja amplamente discutido fora da cúpula", destaca o criador Thiago Castanho.

O acordo também garante medidas de restauração, preservação ambiental e apoio às comunidades originárias. Juntos, TikTok e o Governo do Pará irão plantar árvores em áreas de conservação ambiental e criar projetos conjuntos que integrem comunidades locais, valorizando sua cultura e protagonismo ao mesmo tempo em que os conecta a criadores de conteúdo capazes de os impulsionar a grandes audiências.

No âmbito da COP30, o TikTok e o Governo do Pará também organizarão eventos que fomentem o debate público sobre desenvolvimento sustentável, incluindo seminários e oficinas temáticas.

"O TikTok busca colaborar com diferentes organizações e governos para garantir um impacto positivo na vida das pessoas. Com o Estado do Pará, trabalharemos juntos não apenas para melhorar o ecossistema, como também para oferecer informações educativas sobre os desafios climáticos e a COP30", afirma Fernando Gallo, diretor de Políticas Públicas do TikTok Brasil. Ele esteve presente, ao lado do governador Helder Barbalho e outras autoridades locais, na assinatura do acordo.

Sobre o TikTok

O TikTok é a rede social destino líder para vídeos curtos em dispositivos móveis. A missão da plataforma, segundo a própria empresa, é inspirar criatividade e promover alegria. O TikTok possui escritórios globais em Los Angeles, Nova York, Londres, Paris, São Paulo, Berlim, Dubai, Mumbai, Cingapura, Jacarta, Seul e Tóquio.

sábado, 23 de novembro de 2024

De saída da Globo, Galvão Bueno fecha com novo canal; veja detalhes

 

Imagem da notícia© Lance! Media Group

Principal nome do esporte da Globo durante décadas, o narrador Galvão Bueno acertou com uma nova empresa para 2025. De acordo com o portal "f5", o locutor assinou com a Amazon Prime Video para se tornar a principal voz da plataforma na cobertura do Campeonato Brasileiro na próxima temporada.

Além dos jogos do Brasileirão, o narrador também vai comandar partidas da Copa do Brasil. Cléber Machado, que era a principal voz da plataforma, fechou com a Record para 2025. Galvão Bueno vai deixar a Globo ao fim do ano, após o fim do reality show "Craque da Voz", que escolherá um novo locutor para a emissora.

A Amazon Prime Video comprou os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro no streaming e exibirá os jogos dos clubes da Liga Forte União como mandantes. A LFU tem como integrantes Corinthians, Internacional, Cruzeiro, Fluminense, Vasco, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Fortaleza, Cuiabá, Criciúma e Juventude.

A Record comprou os direitos junto à LFU para TV aberta e exibirá jogos às quartas 20h e aos domingos 18h30. Além de Cléber Machado, a emissora terá nomes como Paloma Tocci, Maurício Noriega, Dodô, Bruno Laurence, Alexandre Oliveira, Lucas Pereira, Duda Gonçalves, Bruno Piccinato, Jean Brandão e Sálvio Spínola.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Polícia Civil do Pará prende, em Salinas, suspeito de matar agente penal em Belém

 

Preso é membro de uma facção criminosa, ocupando carga de relevância pelo controle de território no bairro da Cabanagem na capital paraense

Nesta sexta-feira (22), a Polícia Civil do Pará, por meio das equipes da Divisão de Homicídios (DH), Delegacia de Homicídios de Agentes Públicos (DHAP) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), prenderam, no município de Salinópolis, um homem suspeito pelo crime de homicídio contra um agente das forças de segurança.

O crime ocorreu em abril deste ano, e vitimou o agente penal Jefferson Marques da Silva. No decorrer das investigações, o suspeito foi identificado como um dos atiradores responsáveis pela morte do agente de segurança pública.

O mandado de prisão foi expedido pelo Juízo da 1ª Vara de Inquéritos e Medidas Cautelares de Belém e, a partir do mandado, os policiais civis iniciaram diligências até localizar o homem que já estaria com viagem marcada para o Rio de Janeiro onde, possivelmente, ficaria escondido. Além disso, no momento da prisão, o homem apresentou um documento falso.

O preso também é investigado por sua participação, na condição de executor, no homicídio do sargento da Polícia Militar, Alberto de Souza da Silva, em novembro deste ano, no Panorama XXI, em Belém, na mesma localidade onde o agente penal foi executado.

De acordo com as investigações, o suspeito teria ordenado o levantamento da rotina de uma policial aposentada residente naquela área, configurando nova ameaça à segurança pública.

Além disso, é apontado como integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV), em cargo de relevância no controle de território do bairro da Cabanagem.

Após os procedimentos legais, o preso será encaminhado ao sistema penitenciário onde ficará à disposição do poder judiciário.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

PC deflagra operação 'Las Vegas' e prende seis pessoas em Belém e Ananindeua por homicídio qualificado

 


Detidos foram conduzidos para a unidade policial para os procedimentos legais cabíveis, após, vão ficar à disposição da Justiça

Na manhã desta quinta-feira (21), a Polícia Civil do Pará prendeu seis pessoas durante a operação 'Las Vegas'. A ação buscou investigar um caso de duplo assassinato que vitimou pai e filho, em uma conveniência de Ananindeua, no dia 14 de maio de 2023. A operação foi planejada e executada pela Divisão de Homicídios (DH), por meio dos agentes da Delegacia de Homicídios Metropolitana (DHM), Delegacia de Homicídios de Icoaraci (DHI) e Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE).

Segundo a apuração policial, as vítimas foram assassinadas por membros de uma organização criminosa. Após o fato, as investigações acerca do caso começaram e sete mandados de prisão temporária foram expedidos pela Vara do Júri de Ananindeua.

"Ao todo, nossas equipes conseguiram prender seis pessoas, entre elas, duas foram detidas em flagrante. A Polícia Civil seguirá investigando o caso, na tentativa de esclarecer os fatos e capturar os demais envolvidos", afirmou Walter Resende, delegado-geral da Polícia Civil do Pará.

Além das prisões, os agentes buscaram dar cumprimento a nove mandados de busca e apreensão, os quais resultaram na apreensão de 17 celulares, munições, carregadores, balança de precisão, uma arma de fogo, entorpecentes de diversos tipos e uma quantia em dinheiro, além de outros objetos utilizados na fabricação de drogas.

Todos os detidos foram conduzidos para a unidade policial, onde irão realizar os procedimentos cabíveis e seguirão à disposição da Justiça.

A Polícia Civil dará prosseguimento na apuração do crime para que todos os envolvidos sejam identificados e detidos. Quaisquer informações que possam ajudar a Polícia Civil, podem ser encaminhadas ao Disque-Denúncia (181). A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer telefone.

Também é possível enviar fotos, vídeos, áudios e localização para a atendente virtual Iara, pelo WhatsApp (91) 98115-9181. Em ambos os casos, não é necessário se identificar.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

PSS da Seduc garante contratação de professores de origem quilombola para potencializar educação em seus territórios

 

A contratação de professores de origem quilombola para atuarem, preferencialmente, em suas comunidades de origem é significativo e demonstra o compromisso do Governo do Pará com o atendimento da educação escolar quilombola

A Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) está com inscrições abertas para o Processo Seletivo Simplificado (PSS) para formação de cadastro reserva de professores da Educação Básica e o edital tem destaque para a contratação de professores de origem quilombola para atuação nas escolas localizadas em seus territórios de origem. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas exclusivamente no site da Seduc até o dia 3 de dezembro. A divulgação do resultado está prevista para o mesmo mês.

O mês de novembro é marcado por uma importante reflexão sobre a história, as lutas e as conquistas da população negra no Brasil. O Dia da Consciência Negra é celebrado nesta quarta-feira (20) e, em um contexto educacional, o destaque do edital do PSS da Seduc para contratação de professores de origem quilombola para atuarem, preferencialmente, em suas comunidades de origem é significativo e demonstra o compromisso do Governo do Pará com o atendimento da educação escolar quilombola.

"É muito importante a educação, especificamente para as comunidades quilombolas. É fundamental a gente pensar no desenvolvimento dessas comunidades, de tanta resistência, de tanta segregação racial que ocorreu historicamente nesse país, é fundamental fortalecer pela educação. A educação pode trazer mudanças de realidades, novos sonhos e aproveitando saberes locais, os saberes deste povo quilombola. Os quilombos sempre foram lugar de resistência, resistência contra o racismo, enfrentamento ao racismo, resistência, enfrentamento ao trabalho forçado e escravizado", comentou o diretor de Diversidade e Inclusão (DDI) da Seduc, Mário Augusto Almeida.

Ainda de acordo com o diretor, o quilombo é um lugar de construção de identidade e a educação tem papel fundamental no processo de desenvolvimento da cidadania a partir dos conhecimentos da comunidade também. "O quilombo é sempre um lugar de construção de identidade, com conexão completa com o território e a educação está neste papel para fundamentar e trazer à ciência e desenvolver a cidadania. Então, ter um PSS que privilegia a presença do professor da comunidade, formado para a comunidade é fundamental, porque ele conhece os saberes ancestrais e vai consultar sempre os mais velhos, os saberes dos mais velhos. Isso é muito importante no desenvolvimento da comunidade, porque o quilombola pensa coletivo e a coletividade é o que move o povo quilombola", enfatizou Mário Augusto.

A diretora de Planejamento Seleção e Evidências (DIPSE), da Secretaria Adjunta de Gestão de Pessoas (Sagep), Hellen Nyde, explica como a seleção para professores quilombolas será feita. "No ato de inscrição, o candidato que se autodeclarar quilombola e comprovar, por meio de declaração de pertencimento assinado por uma liderança/associação quilombola com firma reconhecida, terá preferência para convocação de docentes para o trabalho em unidades escolares que estejam situados em territórios quilombolas", disse.

O edital - De acordo com o edital do Processo Seletivo Simplificado (PSS) para formação de cadastro reserva de professores da Educação Básica, no caso das escolas situadas em território quilombola e que possuírem demanda para atendimento da educação escolar quilombola, as vagas das funções temporárias de professor terão lista específica dos candidatos integrantes do respectivo quilombo (professor de origem quilombola), os quais serão convocados com preferência em relação à ampla concorrência, devendo o candidato no momento da convocação apresentar declaração de pertencimento Quilombola, assinada pela liderança/associação do Território Quilombola de residência, com três assinaturas e reconhecida em cartório.

O professor de origem quilombola que vier a ser contratado, deverá exercer suas atividades laborais tanto para estudantes quilombolas quanto para estudantes não quilombolas, a fim de atender a demanda da respectiva unidade escolar.

A lotação do professor de origem quilombola deverá ser feita de acordo com real necessidade da demanda, de modo a garantir que as contratações estejam devidamente justificadas e em consonância com as necessidades de cada unidade escolar.

No caso de não haver nenhum candidato de origem quilombola ou não quilombola no território/município para o preenchimento da vaga de professor, candidatos de origem quilombola de outros territórios/municípios poderão ser chamados de acordo com a necessidade da área, desde que apresentem a declaração de pertencimento.

Vagas - Para o cargo, além da Educação do Campo e Educação Escolar Quilombola, as vagas são para atuar no Ensino Regular, em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e no Atendimento Educacional Especializado (AEE). A remuneração tem como base a jornada de trabalho de 20h semanais chegando a R$ 2.302,74.

Além da Região Metropolitana de Belém, Altamira, Bragança, Igarapé-Miri, Parauapebas, Marabá, Tailândia, Breves, Chaves, Capanema, Vitória do Xingu, Portel, Soure, entre outras cidades, estão na lista de municípios com vagas abertas. Pedagogia, Licenciatura Plena em Filosofia, Artes, Língua Estrangeira, Biologia, Física, são algumas das modalidades do Processo Seletivo.

Para o diretor de Diversidade e Inclusão (DDI) da Seduc, o Estado tem trabalhado cada vez mais para garantir educação de qualidade no atendimento escolar quilombola e em todo o Pará. "É tão importante saber que nós conseguimos desenvolver, em 2024, a implementação do Novo Ensino Médio Quilombola dos territórios de Vila Mariana, Viseu, Campo Verde, Concórdia do Pará, Pouso Alegre, Cametá e outras turmas, e fazer a formação continuada dos servidores, formação em serviço dos servidores lá de Vila Mariana. É tão importante a gente ver esse desenvolvimento acontecendo, é um pontapé inicial, ainda está muito lenta a implementação, sim, mas já é um grande começo, um grande avanço para o Pará e para as comunidades quilombolas do Pará", finalizou Mário Augusto.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Operações miram suspeitos de fraudes que possibilitaram venda de 7,4 mil bois criados ilegalmente no Pará


Falsificações podem ter permitido que gado criado ilegalmente em terra indígena fosse considerado de origem legal


Foto de uma grande quantidade de gado sendo conduzida em uma estrada de terra, acompanhada por dois vaqueiros montados a cavalo, um à esquerda e outro à direita. Na parte superior da imagem, há o texto "Pecuária ilegal na Terra Indígena Apyterewa". O texto está nas cores branca e amarela.
Arte: Comunicação/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) estão realizando, nesta terça-feira (19), operações no Pará para apreender dados e bens de quatro suspeitos de fraudes que permitiram a comercialização de 7,4 mil bois criados ilegalmente em terra indígena. Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Félix do Xingu, Parauapebas, Tucumã e Água Azul do Norte.

A pedido do MPF, a Justiça Federal também determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico e o bloqueio de bens dessas quatro pessoas alvo das operações e de outros quatro suspeitos. No total, foram bloqueados R$ 17 milhões em bens dos oito envolvidos.

As fraudes investigadas são conhecidas como triangulação, lavagem ou esquentamento do gado. Por meio da inserção de dados falsos nos sistemas de controle das guias de origem e destino dos animais – as chamadas Guias de Trânsito Animal (GTAs) –, os investigados conseguem esconder a origem do gado, simulando que a criação ocorreu em conformidade com a legislação e com as regras de acordos entre o MPF e frigoríficos.

Perícias agronômicas realizadas pelo MPF em dados de fazendas que os suspeitos citaram como áreas de origem do gado concluíram que os índices de produtividade alegados são incompatíveis com a capacidade dos imóveis rurais e com o nível real de investimentos feitos em tecnologia, infraestrutura e insumos.

De 2012 a 2022, 47,2 mil bovinos criados ilegalmente na Terra Indígena (TI) Apyterewa, em São Félix do Xingu, foram comprados por 414 fazendas no Estado, em negociações estimadas em mais de R$ 130 milhões, levantou o MPF. Nesse período, a Apyterewa foi uma das terras indígenas mais desmatadas do país.

Demais medidas – O MPF também anunciou nesta terça-feira que entrou na Justiça com 25 ações contra os maiores compradores de bois ilegalmente criados na área indígena. O MPF pede que os acusados sejam condenados ao pagamento de R$ 66 milhões em indenizações ambientais e em danos morais coletivos aos indígenas Parakanã.

A operação e o ajuizamento das ações contra os compradores do gado criado ilegalmente na terra indígena complementa um trabalho iniciado pelo MPF no ano passado, quando os alvos foram os vendedores desse gado. Em 2023, foram ajuizadas 85 ações, em que o MPF pediu um total de R$ 115 milhões em indenizações para a recuperação da área e a proteção dos indígenas.

Em ambas as fases do caso – batizado de Boi Pirata –, o MPF reforçou pedido a frigoríficos para que não comprem gado de fazendas que não atendam aos critérios previstos em acordo com a instituição, o chamado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne Legal, ou TAC da Pecuária.

No ano passado, o MPF também expediu recomendações ao Banco Central do Brasil, à Receita Federal e à Secretaria de Fazenda (Sefa) do Pará, determinando a suspensão do acesso a linhas de crédito e de incentivos e benefícios fiscais federais e estaduais aos responsáveis pela venda ilegal dos bovinos da Terra Indígena Apyterew. À Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o MPF recomendou o cancelamento de todos os registros de imóveis rurais sobrepostos ao território tradicional e a não realização de novos registros.

Nesta segunda fase da operação Boi Pirata, o MPF solicitou e a Justiça também concedeu a suspensão das atividades econômicas dos investigados, determinando o bloqueio da emissão e do recebimento de GTAs pelas fazendas de propriedade dos suspeitos.

Ressarcimento – Dos R$ 66 milhões solicitados nas 25 ações ajuizadas pelo MPF, quase R$ 48,3 milhões foram pedidos como ressarcimento, em favor dos indígenas, pelo proveito econômico que os compradores obtiveram com a comercialização de produto de ilícito ambiental.

O objetivo é que os recursos sejam destinados à recuperação ambiental do território indígena e à implementação de medidas de proteção territorial pós-desintrusão, com suporte da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Os demais R$ 17,7 milhões são referentes a pagamentos de indenizações por danos morais coletivos aos indígenas, em decorrência de violação dos seus direitos territoriais.

Até outubro de 2023, havia cerca de 60 mil cabeças de gado engordando ilegalmente na Apyterewa, conforme estimativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Adepará.

Acordos – O MPF também enviou, a frigoríficos no Pará que assinaram o TAC da Carne Legal, ofício circular para reforçar que, pelo acordo assinado, as empresas se comprometeram a não comprar gado bovino proveniente de cria, recria ou engorda de fazendas que estejam localizadas em terras indígenas ou unidades de conservação, e também de fazendas que estejam violando interesses ligados à questão indígena.

O ofício circular registra que, a pedido do MPF, a Câmara Técnica de acompanhamento ao TAC da Carne Legal elaborou nota técnica identificando todas as propriedades intermediárias que apresentaram índice de produtividade superior ao previsto no Protocolo de Monitoramento dos Fornecedores de Gado da Amazônia, nos anos em que adquiriram bovinos da TI Apyterewa.

A lista foi enviada aos frigoríficos para que verifiquem a produtividade atual das propriedades e adotem as providências de bloqueio de fornecedores que apresentem produtividade superior a três cabeças por hectare/ano.

Por fim, o MPF solicitou que os frigoríficos enviem ao MPF cópias das documentações que fornecedores de gado apresentarem para justificar a produtividade superior ao índice estabelecido no acordo.



Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação