terça-feira, 19 de março de 2024

Universidade do Estado do Pará convoca novos aprovados na repescagem do Prosel

 


Edital foi publicado nesta terça-feira (19) para cursos de Licenciatura e Bacharelado em Belém, Marabá, Altamira, entre outros municípios

Foi divulgada, nesta terça-feira (19), mais uma repescagem do Processo Seletivo 2024 da Universidade do Estado do Pará (Uepa). O edital traz a relação de convocados para os cursos de Licenciatura e Bacharelado, que concorreram a vagas de cotistas e não cotistas, nos campi de Belém, Marabá, Altamira, Conceição do Araguaia, Santarém, Tucuruí, Castanhal, Paragominas, Ananindeua, Redenção, Parauapebas, São Miguel do Guamá, Igarapé-Açú, Barcarena, Cametá, Salvaterra, Moju e Vigia.

Nesta chamada, 413 candidatos estão convocados, sendo 64 aprovados nas cotas étnico-raciais, 227 cotistas socioeconômicos e 122 não cotistas. A pré-matrícula on-line para todos os convocados começa amanhã, 20. Na quinta-feira, 21, é dia de verificação da auto declaração pelas bancas de heteroidentificação, no horário de 9h às 13h, em todas as CRCAs dos campi para onde o candidato foi convocado. Nos dias 21 e 22 também haverá matrícula presencial para cotistas socioeconômicos e não-cotistas.

Na data destinada à confirmação de matrícula presencial, todos os candidatos devem apresentar a seguinte documentação:

a) Declaração de Ocupação de Vaga Única impressa, disponível no momento da matrícula presencial;b) Carteira de Identidade;c) Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);d) Certidão de Nascimento ou Casamento;e) Certificado de Alistamento Militar (candidatos do sexo masculino);f) 01 (uma) foto 3 x 4 recente (colorida);g) Título de Eleitor, acompanhado do comprovante de votação na última eleição ou declaração de quitação eleitoral emitido pelo site do TSE;h) Histórico Escolar do Ensino Médio;i) Certificado de Conclusão do Ensino Médio;j) Comprovante de Residência (recente que contenha CEP);k) Formulário de auto declaração (para candidatos classificados nas cotas étnico-raciais), disponível no edital 08-2024;l) Declaração comprobatória de pertencimento ao povo Indígena (para candidatos classificados nas cotas étnico-raciais), disponível no edital 08-2024.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Detran registra mais de 60 mil inscritos no primeiro dia da segunda fase do CNH Pai D'égua

 

As inscrições para o programa seguem até o próximo dia 27 e são feitas pelo site

O primeiro dia da segunda fase do programa CNH Pai D'égua, que começou nesta segunda-feira, 18, registrou mais de 60 mil inscritos somente no horário da manhã, conforme informou o Departamento de Trânsito do Estado (Detran). Esta etapa contempla os municípios das regiões Metropolitana de Belém e Marajó, e ainda Abaetetuba, Capanema, Paragominas e Tucuruí.

As inscrições para o programa seguem até o próximo dia 27 e são feitas pelo site cnhpd.detran.pa.gov.br e para estes municípios, o Detran destinou 20 mil vagas, sendo 60% delas reservadas para ampla concorrência, 10% para pessoas com deficiência e 30% para mulheres.

"Tivemos uma grande procura pela população da capital e agora, nesta segunda fase, estamos felizes em poder levar este programa social à população do interior, que poderá obter sua CNH de forma totalmente gratuita e gerando renda para estas pessoas" relata Renata Coelho, diretora geral do Detran.

Na região do Marajó, para garantir uma maior participação da população, sobretudo àquelas pessoas que não dispõem de acesso à computador e internet, o Detran iniciou uma programação itinerante de atendimento presencial nos municípios do arquipélago e já iniciando hoje em Soure e Muaná.

A presidente do Programa, Juliana Matos, explica que uma equipe formada por cerca de 40 servidores saiu de Belém no domingo, 17, para percorrer os municípios. "Ressaltamos que as inscrições são prioritariamente online e que os interessados que puderem devem priorizar a internet, no entanto, as pessoas que não dispuserem dos equipamentos poderão contar com a equipe do Detran, que vai auxiliar na inscrição presencial".

Flávia Silva aproveitou o atendimento presencial em Soure e já garantiu sua inscrição nesta etapa do programa. "Eu estava esperando por esta oportunidade, pois com a carteira de habilitação, a entrada no mercado de trabalho é melhor. Agradeço muito a oportunidade, porque muitos de nós não têm condições de obter o documento se não pelo programa".

O CNH Pai D'égua é um programa do Governo do Estado coordenado pelo Detran, voltado às pessoas de baixa renda, que garante a emissão da carteira nacional de habilitação totalmente gratuitamente. Podem se inscrever pessoas que desejam tirar a primeira habilitação, e adicionar ou mudar de categoria. Este ano, 60 mil vagas estão sendo disponibilizadas para os 144 municípios paraenses.

Os interessados em participar do CNH Pai D'égua devem acessar o site do Programa, ler todo o edital e atentar para o município onde mora, a região de abrangência e o período de inscrição para cada localidade.

Abrangência - Os municípios contemplados nesta fase do programa são: Ananindeua, Afuá, Anajás, Augusto Corrêa, Abaetetuba, Acará, Aurora do Pará, Benevides, Breves, Breu Branco, Bonito, Bragança, Bagre, Baião, Barcarena, Bujaru, Castanhal, Colares, Concórdia do Pará, Curuçá, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Cachoeira do Piriá, Capanema, Capitão Poço, Cametá, Dom Eliseu, Garrafão do Norte, Goianésia do Pará, Igarapé-Açu, Inhangapi, Irituia, Igarapé-Miri, Ipixuna do Pará, Mãe do Rio, Limoeiro do Ajuru, Marituba, Melgaço, Muaná, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Mocajuba, Moju, Nova Esperança do Piriá, Nova Timboteua, Novo Repartimento, Ourém, Oeiras do Pará, Peixe-Boi, Primavera, Ponta de Pedras, Portel, Paragominas, Pacajá, Quatipuru, Salvaterra, Santa Bárbara do Pará, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista, Soure, São Caetano de Odivelas, São Domingos do Capim, São Francisco do Pará, São João da Ponta, São Miguel do Guamá, Santa Izabel do Pará, Santa Maria do Pará, Santo Antônio do Tauá, Salinópolis, Santarém Novo, São João de Pirabas, Santa Luzia do Pará, Terra Alta, Tomé-Açu, Tracuateua, Tucuruí, Tailândia, Ulianópolis, Vigia de Nazaré e Viseu, e aqueles localizados na região das Ilhas.

sábado, 16 de março de 2024

Custodiados da Seap concluem curso de instalação e manutenção de usina solar

 

Com um olhar atento ao mercado de trabalho e ao setor de energia solar, que está em franca expansão no país, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) concluiu a formação de mais uma turma do curso de Instalador de Sistema Solar Fotovoltaicos "On Grid e Off Grid". Desta vez, a parceria com a igreja Assembleia de Deus do Campo do Maguari beneficiou 25 internos da Unidade de Custódia e Reinserção de Ananindeua (UCR Ananindeua), que foram certificados e estão aptos a entrarem no mercado de trabalho assim que deixarem a unidade prisional.

Para termos uma ideia do poder econômico do setor de energia solar no Brasil, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta que desde 2012, o setor de energia solar já injetou na economia do Brasil mais de R$ 189,3 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 51,6 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou cerca de 1,1 milhão de empregos acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 47,7 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

O professor Marcio Charchar, que ministrou às 40 horas-aulas do curso aos 25 alunos, destacou a importância para um custodiado ao concluir um curso dessa natureza. Primeiro pelo valor do curso, que gira em torno de R$ 800 a R$ 900, um preço inviável para a maioria das pessoas, lembra o professor, e mais ainda para quem está privado de liberdade.

Outro ponto destacado pelo professor Márcio é a alta demanda por mão de obra qualificada e especializada para o setor de energia solar no Brasil. Por essa razão, foi repassado aos alunos, durante o curso, a questão de desenvolver o empreendedorismo. "Ele pode empreender também. É por isso que ele sai de lá e já pode empreender, ele pode montar algo para ele", diz Márcio.

"É um curso completo, abordamos a questão da instalação, a questão do empreendedorismo. O mercado tá pedindo mão de obra e não tem mão de obra. Mão de obra tá escassa, porque muitas vezes a pessoa começa a trabalhar e já monta o negocinho dele ali. Então se você for prestar atenção numa rua, lá deve ter umas duas casas que tem energia solar, o resto todas vão ter no futuro. No momento, é o negócio que está dando emprego, dinheiro e renda", aponta o professor.

Demanda - Marcio relatou aos concluintes do curso que a procura por mão de obra é intensa em todo o país. Essa já é a segunda turma de formandos na área de usina solar e o professor contou como está a situação de um dos ex-alunos do curso e que já se encontra no regime semiaberto. "Eu o contratei a pedido de um amigo e ele já com a tornozeleira. Ele começou a trabalhar e, resumindo, hoje, quando procuro ele para fazer algum trabalho na área, não consigo porque está sempre ocupado, trabalhando", contou o professor.

O pedagogo da Diretoria de Reinserção Social da Seap, Oséas Castro Costa, também avalia positivamente a realização do curso na UCR Ananindeua. Costa ressalta que se trata de um curso diferenciado, que além de promover a remissão da pena dos custodiados participantes, garante a profissionalização dos mesmos.

"É um curso profissionalizante que vai dar oportunidades para eles se desenvolverem no mercado de trabalho. E por ser um curso diferenciado, a procura é grande, e ficamos felizes com essa parceria, onde podemos estender a possibilidade de realizar esse curso em outras unidades", comentou o pedagogo.

O diretor da UCR Ananindeua, Alexandre Machado, destaca que a realização do curso é uma forma de mostrar para a sociedade o trabalho de reinserção social que é desenvolvido na unidade. "Mostrar que ele sai com um curso, com uma qualificação, e está reinserido na sociedade, fazendo com que a nossa secretaria, que tem se dedicado bastante para mostrar que a sociedade sabe que essa reinserção se faz necessária e é muito importante pra nós", concluiu.

Esperança - Conquistar uma oportunidade, conseguir um emprego para ajudar a família é o principal desejo de Nilicio Pereira Rodrigues, de 55 anos. O curso de Instalador de Sistema Solar Fotovoltaico é visto como uma porta de acesso para essas conquistas, garante Nilicio. Esse foi o primeiro curso com certificado conquistado por ele na vida, embora possua várias profissões. Foi ele, por exemplo, que instalou o foro da sala de aula da UCR Ananindeua, onde as aulas são ministradas.

"Eu tenho uma família lá fora. Eu preciso manter essa família. Sou pai e abracei essa oportunidade que me deram porque sei que será de muita serventia para mim, para poder trabalhar e manter minha família como sempre fiz. Essa oportunidade de reinserção é muito importante pra que a gente sai daqui com uma profissão a mais e poder entrar no mercado de trabalho com requisitos que venham facilitar o emprego pra nós", concluiu.

Texto: Márcio Sousa / NCS Seap PA.

sexta-feira, 15 de março de 2024

Comitê Executivo do Fórum Paraense de Mudanças Climáticas elabora edital da Câmara Técnica de Bioeconomia

 


O Comitê Executivo do Fórum Paraense de Mudanças e Adaptação Climática (FPMAC) anunciou que o edital de chamamento para formação da Câmara Técnica de Bioeconomia do Fórum já está sendo elaborado. O anúncio foi feito durante a 5° reunião ordinária do Comitê, realizada nesta quarta-feira (13), na sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), em Belém. O edital divulgará os critérios para inscrição de instituições representativas da sociedade civil e do terceiro setor na Câmara.

Com criação aprovada na quarta reunião ordinária do Comitê e publicada em fevereiro passado pela Portaria Semas nº250, a Câmara Técnica de Bioeconomia possui caráter permanente, função consultiva e visa subsidiar os trabalhos do Fórum. O órgão terá atuação especialmente direcionada ao acompanhamento e colaboração para o aprimoramento do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio).

A Câmara Técnica de Bioeconomia será o canal de participação de povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e de representantes da iniciativa privada no Fórum, no Plano Estadual de Bioeconomia e em seus instrumentos de implementação.

Durante a reunião, a coordenadora de Bioeconomia da Semas, Jéssica Brilhante, apresentou a minuta final para a instalação da Câmara Técnica, destacando dados relativos à atuação do Plano de Bioeconomia (PlanBio), lançado pelo Governo do Estado durante a 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 27), no Egito, em 2022. O PlanBio é uma política pública do governo do Pará, coordenada pela Semas, ancorada na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), e componente do eixo de desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA).

Com mais de 48% das 92 ações previstas para o período de quatro anos já realizadas, sendo 37% concluídas e 11% em andamento, o PlanBio já beneficia mais de 67 mil pessoas. Dessas ações, 45 entraram em execução já no primeiro ano de implementação da política. Além disso, 72 projetos já são executados, com investimento já implementado na ordem de R$ 34,8 milhões, beneficiando 1.056 famílias e apoiando 275 negócios nas 12 regiões de integração do estado, com cerca de 38 mil pessoas capacitadas.

O Fórum Paraense de Mudanças e Adaptação Climática reúne órgãos do poder público estadual e federal, povos indígenas e quilombolas, comunidades tradicionais, instituições privadas e entidades do terceiro setor para monitorar, avaliar e planejar a política estadual de redução dos efeitos das mudanças climáticas.

Entre os objetivos do FPMAC está a promoção de constante diálogo entre diferentes setores da sociedade, para garantir o enfrentamento dos problemas relacionados às mudanças climáticas. A Câmara Técnica de Bioeconomia terá finalidade de acrescentar novos dados e estratégias para aprimorar a atuação do Fórum.

"A Câmara Técnica vai discutir assuntos importantes, estratégias e, principalmente, o Plano de Bioeconomia que o governo do Estado do Pará criou, com a participação de todos nós indígenas, quilombolas, sociedade civil, setores empresariais e tantas outras organizações. Então, isso para nós é de suma importância, já que a nossa sociedade civil é fundamental em todos esses processos e quer fazer parte dessas instâncias", afirma Ronaldo Amanayé, coordenador do Comitê Executivo do Fórum Paraense de Mudança e Adaptação Climática e representante da Federação dos Povos Indígenas do Pará. "A gente precisa de fato estar sempre dialogando com o governo, apresentando nossas demandas em relação recíproca no sentido de resolver nossos problemas e nossas demandas, para termos, de fato, um índice de desenvolvimento humano grandioso, onde todos possam ter acesso à educação, saúde, água potável, e que de fato tenhamos um bem-viver de qualidade do povo indígena para isso", completa o coordenador.

A Câmara Técnica proporá a criação de espaços de compartilhamento de experiências envolvendo a bioeconomia como estratégia de conservação florestal e enfrentamento das mudanças climáticas, além de apresentar o resultado dos trabalhos desenvolvidos por seus membros e propostas de melhorias, no âmbito de sua atuação na Política Estadual sobre Mudanças Climáticas.

Texto: Antônio Darwich - Ascom Semas

quinta-feira, 14 de março de 2024

Vice-governadora do Pará visita obras do BRT Metropolitano

 

Hana Ghassan conferiu o andamento das obras de drenagem longitudinal realizadas no km 6 da rodovia, uma das etapas mais importantes da obra, pois vai evitar os alagamentos na via

A vice-governadora Hana Ghassan esteve na manhã desta quinta-feira, 14, visitando as obras do BRT Metropolitano, na rodovia BR-316. Na ocasião, Hana foi recebida pela diretora-geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), Leila Martins Pamplona, que mostrou o andamento das obras.

A vice-governadora, acompanhada do secretário de Transportes, Adler Silveira, conferiu o andamento das obras de drenagem longitudinal realizadas no km 6 da rodovia, uma das etapas mais importantes da obra, pois vai evitar os alagamentos na via. Após isso, ela participou de uma reunião junto ao NGTM, consórcio construtor e a gerenciadora da obra. A reunião aconteceu no próprio canteiro de obras.

"Estamos em uma força-tarefa para concluir esta obra, que é muito importante para o trânsito e a mobilidade na Região Metropolitana de Belém. Estamos com reuniões semanais para fazer tudo que esteja ao nosso alcance e mais para concluir os serviços", afirmou Hana.

Obras

Em janeiro deste ano, a medição apontou o avanço de 58% da obra, sendo o aumento de 10% somente nos últimos 60 dias. O piso de concreto está com 75%, os túneis de Marituba já chegaram a 98%, mesma porcentagem do Centro de Controle Operacional. Equipes seguem com os trabalhos na parte de drenagem, asfaltamento, construção de calçadas, ciclovias, passarelas e demais equipamentos, previstos para serem entregues até dezembro de 2024.

"Temos frentes de obras atuando nos três turnos e seguimos avançando nessa reta final, mesmo no período de chuvas. Até maio devemos entregar pronto o trecho da rodovia entre os viadutos e até o final do ano a obra toda", afirmou a diretora geral do NGTM, Leila Pamplona.

Professor da rede pública estadual do Pará está entre os melhores do Brasil no ensino da matemática

 

De Ourilândia do Norte, no sul do Pará, o professor Romis de Sousa é finalista na competição nacional que reconhece as melhores iniciativas no ensino da Matemática no Brasil

O professor de matemática Romis de Sousa Moraes, da Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Romildo Veloso e Silva, no município de Ourilândia do Norte, no sul do Pará, está entre os 20 finalistas da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr), competição nacional que reconhece as melhores iniciativas no ensino da Matemática no Brasil.

Romis disputou a olimpíada com outros 600 professores do Brasil e avançou para a fase final da competição, que vai premiar os 10 melhores professores com a categoria ouro, que dará uma viagem de intercâmbio técnico e cultural de 15 dias em Xangai, na China.

Alfabetizado pela própria irmã, dentro de casa, na zona rural do município, Romis viu na educação uma oportunidade de mudar de vida e transformar também a vida de outras pessoas. Um dos poucos da família a concluir um curso superior, o professor de matemática busca incentivar seus alunos a realizarem sonhos através da educação.

De acordo com o docente, estar entre os 20 melhores professores de matemática do Brasil é uma conquista imensurável. "É difícil mensurar, já acredito que sou um vencedor em ficar entre os 20 melhores do país. Estou com a expectativa de trazer a medalha de ouro para Ourilândia do Norte, para o Pará. Além disso, no intercâmbio, quero poder somar para o desenvolvimento da educação paraense", contou o finalista.

Extrovertido, Romis busca transformar sua sala de aula em um ambiente alegre e proporcionar um aprendizado menos metódico. "Faço uma abordagem individualizada com os meus alunos a fim de atender suas necessidades específicas. Não deixo nenhum aluno desistir da matemática ou acreditar que a disciplina não é para ele antes de aprender com ela", garante. Para ele, a matemática pode ser fascinante a partir do momento que você aprende a dominar suas técnicas.

"Estou sempre buscando incentivar meus alunos e engajá-los em competições que envolvam a matemática. Tanto internamente, promovendo gincanas em sala de aula, como em competições nacionais, como a OBMep. A cada competição eles ficam mais animados na busca de melhores resultados", afirmou.

Foi assim que um de seus alunos no programa "OBMEP na escola" conquistou medalha de ouro na competição, em 2023, colocando Ourilândia do Norte em destaque nacional.

Premiação - Segundo Adauto Caldara, membro do Conselho Gestor da Olimpíada, a premiação será um momento muito importante para troca de conhecimento e aprendizado. "Os 10 premiados na categoria ouro só serão conhecidos no dia 27 de março. Será uma oportunidade ímpar de imersão, aprendizado e troca de conhecimento. Nosso objetivo é reconhecer e valorizar iniciativas bem-sucedidas no ensino da matemática em todo o país, de forma a disseminá-las, trabalhando para melhorar a qualidade do ensino da disciplina e, assim, contribuindo para alavancar a posição do Brasil no ranking mundial, a médio e longo prazo", considerou.

Em Xangai, os professores vão conhecer o Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco) na Universidade Normal da China, levando em conta que o país figura sempre entre os de melhor desempenho no PISA. Depois da viagem de premiação, o próximo passo previsto é a realização de 50 workshops - cada um dos premiados ministrará cinco - em 50 cidades definidas em parceria com o Ministério da Educação.

Além do representante do Pará, entre os 20 finalistas há professores do Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

A OPMBR - O Brasil ocupa hoje a 65ª posição no ranking de 81 países que participaram do último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), divulgado no final do ano passado, levando em conta os resultados da área de Matemática. Por outro lado, faz parte da elite da Matemática mundial (nível 5 da International Mathematical Union - IMU) com pesquisadores e professores reconhecidos mundialmente.

A equação mal resolvida mobilizou um grupo de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na criação da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr), no ano passado, e agora é chegada a hora de conhecer os vencedores nas categorias ouro, prata e bronze.

Um evento online - para facilitar a participação de inscritos de norte a sul do País - marca a divulgação dos resultados, no dia 27 de março. Ao todo, 67 professores foram premiados, dos quais 48 na categoria bronze, 10 na categoria prata e 10 na categoria ouro.

O processo de avaliação dos professores participantes incluiu três etapas: uma prova, uma apresentação em vídeo ilustrando o trabalho desenvolvido em sala de aula e uma entrevista que teve, entre os avaliadores, o professor Cristovam Buarque, que é membro do Conselho Acadêmico da OPMBr.

terça-feira, 12 de março de 2024

Pará está entre os três Estados que lideram a redução de homicídios no Brasil, segundo Monitor da Violência

 

O Estado do Pará, mais uma vez, apresenta índices favoráveis de redução da violência, registrando uma queda de 13,7% na criminalidade no ano de 2023, sendo a quinta maior redução do País, de acordo com o levantamento realizado pelo Monitor da Violência, do Portal G1, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os dados divulgados nesta terça-feira (12) destacam ainda o Pará como um dos três Estados da federação que lideram a queda no número de homicídios entre os 21 que apresentaram redução.

Segundo a pesquisa, o Pará foi um dos três Estados do País que apresentaram maior peso na redução do número total de homicídios registrados em 2023, ao lado da Bahia e de São Paulo. Os números representam o total de 327 mortes a menos computadas no Estado, o que representa a preservação de 1.648 vidas em 2023. Em número absolutos, em 2022 e 2023, foram registrados, respectivamente, 2.395 e 2.068 casos de homicídios.

Ainda de acordo com o percentual de redução, o Estado foi o quinto em relação à queda nos indicadores da criminalidade ao apresentar 13,7%, ficando atrás de Sergipe (22,8%), Tocantins (19,8%), Roraima (14,5%) e Rio Grande do Norte (13,9%).

Para o secretário de Segurança Pública do Estado, Ualame Machado, as reduções constantes apresentadas pelo Pará, são frutos de um trabalho ostensivo e integrado que mantém a estabilidade dos números, ao longo de cinco anos de gestão.

"Mais uma vez o Pará é destaque, juntamente com São Paulo e Bahia, entre os Estados que mais contribuíram para a queda nacional nos índices da criminalidade. O Brasil fechou com 4% de redução em 2023, e isso graças ao trabalho muito forte que estamos fazendo no Pará. Além disso, o nosso Estado é o quinto do Brasil que reduziu, em percentuais, a criminalidade também em 2023. Ressalto ainda que esse é o sexto ano que o Monitor da Violência atesta a queda na criminalidade no nosso Estado. Sabemos que muito precisa ser feito, mais os investimentos em equipamentos, efetivos, novas tecnologias, são ações realizadas diariamente para que possamos, cada vez mais, fazer uma maior segurança por todo o Pará e assim garantir maior tranquilidade para os nossos cidadãos", ressaltou o titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.

Municípios - Os indicadores positivos também apontam reduções na criminalidade em alguns municípios do Estado, a exemplo da capital, Belém, que apresentou redução de 15% nos crimes de homicídio, no ano de 2023, quando registrou 215 casos de homicídio, enquanto que em 2022, os números computados foram de 265 casos, o que representa 50 mortes a menos na capital, no último ano.

O Estado aponta ainda queda da criminalidade em algumas das suas maiores cidades, como Marabá, Castanhal, Parauapebas, Ananindeua e Altamira.

Para um Estado com uma extensão territorial considerável como a do Pará, quando comparado com as demais regiões do País, conquistar um feito importante em relação à redução da criminalidade é uma conquista significativa, segundo destaca Ualame Machado.

"Temos um dos Estado de maior extensão territorial do país, com alguns pontos muito específicos e características peculiares quando comparado com os demais Estados do Brasil, e isso nos coloca diante de um desafio, pois além de estarmos situados em um ponto estratégico, possuímos uma vasta malha fluvial que faz divisa com outros países, sendo muito estratégico para o tráfico internacional, por exemplo. Porém mesmo com esses pontos sensíveis estamos conseguindo coibir a criminalidade e ação de grupos criminosos no nosso território, e com isso manter a estabilidade dos números ao nosso favor", destaca o titular da Segup.

Investimento - Nos últimos cinco anos o Estado vem investindo em ações integradas com os órgãos do Sistema de Segurança, além de aumentar o potencial investigativo, com ações integradas das agências de inteligência e grandes investimentos no âmbito da segurança pública como a aquisição de equipamentos de alta tecnologia, armamentos, criação de novos concursos públicos para o aumento do efetivo, o fortalecimento das ações fluviais, aquisição de lanchas rápidas e blindadas, e ainda, com a implantação de uma Base Integrada Fluvial de Segurança no Marajó e a previsão de outras duas novas bases, uma para o município de Óbidos e a outra para a cidade de Barcarena até o final de 2024.

"Segurança pública não se faz somente com a repressão e com ações atuantes e ostensivas das forças policiais. Nosso Estado apresenta um dos maiores projetos sociais do país que são as Usinas da Paz, e por meio delas estamos conseguindo levar ações sociais, de saúde e educação para comunidades que antes sofriam com a violência e a criminalidade. Essas ações conjuntas e esse olhar mais profundo para a questão da raiz da violência, vem sendo o diferencial do nosso Estado para garantir indicadores positivos e maior segurança aos paraenses", analisou Ulame Machado.

segunda-feira, 11 de março de 2024

Fiscais da Sefa apreendem drone agropecuário no Araguaia

 


Mercadoria veio de São Paulo e tinha como destino o município de São Felix do Xingu

Uma operação de fiscalização realizada pela equipe da Coordenação de controle de mercadorias em trânsito do Araguaia, da Secretaria da Fazenda do Pará (Sefa), no km-15 da PA-447, em Conceição do Araguaia, sudeste do Estado, apreendeu, no dia 09/03, um drone agropecuário e vários acessórios para o equipamento, com destino a São Félix do Xingu, no estado do Pará. A mercadoria foi avaliada em R$ 246.415,16.

"A fiscalização deu ordem de parada para a caminhonete que desobedeceu o comando, e foi necessário perseguir o veículo, que foi abordado e trazido de volta para o posto de fiscalização", contou o coordenador da unidade fazendária do Araguaia, Cicinato Oliveira.

O veículo era proveniente de Votuporanga, São Paulo, e o transportador apresentou documento fiscal que indicava uma venda interna de uma empresa de Votuporanga para uma pessoa física naquela cidade. "No entanto, a mercadoria foi localizada no Pará, com destino final aqui, o que configurou uma tentativa de internalização irregular do equipamento", explicou o fiscal de receitas estaduais.

Foi emitido um Termo de apreensão e depósito (TAD) no valor de R$ 44.513,78 referente ao ICMS diferencial de alíquota para não contribuinte do imposto, que foi pago e a mercadoria liberada.

sábado, 9 de março de 2024

Governo do Estado restringe saída do pescado para a Semana Santa

 

A saída de todas as espécies de pescado para fora do Estado ficarão restritas durante o período de 14 a 28 de março, conforme estabeleceu o Governo do Estado nesta sexta-feira (08), por meio do Decreto n° 3.755. A medida pretende assegurar o abastecimento do mercado durante a Semana Santa.

A restrição será para as espécies de peixes in natura, resfriado, fresco, congelado e salgado. Entretanto, os pescados congelados que possuem o selo sanitário do Serviço de Inspeção Federal (SIF), concedidos às indústrias registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) poderão ser movimentados normalmente.

Conforme o decreto estadual, caberá a Agência de Defesa Agropecuária da Estado do Pará (Adepará) a fiscalização e controle nos postos de fronteira, bem como nos entrepostos de embarque fluvial de pescado para exportação e nas estradas de acesso às fronteiras para minimizar o desabastecimento do comércio local. A Agência também fica autorizada a suspender a emissão da Guia de Transporte Animal (GTA) para os pescados vivos.

O diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo, enfatiza que a medida governamental é essencial para que a população garanta com preços acessíveis o seu tradicional almoço da Sexta-feira Santa.

"A publicação do decreto proibindo a saída de pescado para fora do Estado é fundamental para evitar o desabastecimento do produto durante a semana santa, período em que observamos um aumento significativo no consumo de pescado pelos paraenses. Aliado a isto, esta medida ajuda a manter preços, tornando esta proteína mais acessível à população".

A Agência de Defesa rotineiramente, realiza ações de fiscalizações do trânsito agropecuário, e são intensificadas pelos Fiscais Estaduais Agropecuários durante o período da Semana Santa, garantindo uma alimentação segura para a população paraense, conforme a legislação sanitária.

O Governo do Estado também autoriza a Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA) suspender a emissão de Nota Fiscal para a comercialização circulação de todos os pescados.

terça-feira, 5 de março de 2024

Consumo de pescado no Pará é quase quatro vezes maior que a média brasileira

 


Já na produção do mercado paraense, o tambaqui foi o mais produzido em 2022, alcançando a marca de 8 mil toneladas do peixe

Uma das principais bases da cultura alimentar no mundo é, para a população paraense, um hábito cultural: o consumo de peixes. No Pará, o consumo sempre esteve acima da média nacional. Enquanto no Brasil se consomem 2,8 kg de pescado por habitante, no Pará o valor é de 11,1 kg/habitante, número 3,96 vezes maior que o nacional. E já que esta é a principal forma de consumo no Estado, a atividade pesqueira acompanha a tendência, tendo destaque nos mercados nacional e internacional.

Esses e outros levantamentos estão reunidos na nota técnica "Pesca paraense 2023", desenvolvida e lançada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). O trabalho traça um panorama da conjuntura econômica da atividade pesqueira e aquícola do Pará, com vista a colaborar com o atual estágio de discussões a respeito do desenvolvimento desta atividade produtiva no Estado.

A pesquisa preenche parte da lacuna de dados sobre pesca, decorrentes da suspensão da divulgação de estudos relativos à produção pesqueira no país tanto pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), quanto pelo Ministério da Pesca. Os números nacionais e regionais sobre pesca extrativa não eram divulgados desde 2011. Esta ausência de pesquisa do setor extrativo pesqueiro acarreta na dificuldade quanto à tomada de decisões de políticas públicas no setor.

Por este motivo, a nota técnica reúne dados de produção da atividade aquicultura, único componente do pescado paraense informado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de outros indicadores associados à atividade pesqueira e aquícola, como população ocupada, investimentos, estabelecimentos e exportação.

"A nota foi desenvolvida a partir do reconhecimento de que a atividade pesqueira, praticada de forma adequada e sustentável, pode auxiliar na execução de metas mundiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à má nutrição até 2030 e ainda, por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, no combate à fome, garantia da segurança alimentar e melhoria da nutrição da população. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura referentes a 2020 indicam que o consumo per capita global de pescado vem aumentando cerca de 1,5% ao ano, fechando 2018 com o consumo de 20,5 kg por habitante. O pescado, portanto, se tornou imprescindível para garantir a segurança alimentar mundial", reforça Marcio Ponte, diretor da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural, departamento responsável pelo estudo.

Pescado é todo o peixe, crustáceos (camarões), moluscos (ostras e mexilhões) e outros animais aquáticos usados na alimentação humana. O Brasil vem acompanhando o aumento da demanda por pescado. Em duas décadas, a produção cresceu a uma taxa média de 2,5% ao ano, passando de 0,8 milhão de toneladas em 2000 para 1,4 milhão de toneladas em 2021. O aumento está associado, em grande parte, ao expressivo crescimento da aquicultura, que quase quadruplicou no período.

No Pará, a aquicultura quase triplicou em dez anos. Em termos de produção, passou de 5,1 mil toneladas em 2013 para 14,2 mil toneladas em 2022, com destaque para o ano de 2014, quando a atividade aquícola paraense apresentou um expressivo aumento na produção, resultado que elevou substancialmente a participação do Estado na atividade pesqueira do país.

Ranking - Diante da variedade de espécies de peixes da região, a principal espécie aquícola produzida no Pará é o tambaqui. A produção em 2022 desse pescado chegou à marca de 8.004 toneladas, número correspondente ao dobro da produção média nacional. O tambacu ou tambatinga (peixe híbrido entre tambaqui e pacu-caranha), ocupa a segunda colocação de maior cultivo no Pará, com produção de 3.493 toneladas, também bem acima da média nacional. A tilápia ocupa a terceira maior produção do Estado. Outros seis grupos de pescados de maior relevância no mercado paraense são, respectivamente: matrinxã; pirapitinga, piau/piapara/piauçu/piava, pintado/cachara/cachapira/pintachara/surubim, pirarucu, camarão e jatuarana/piabanha/piracanjuba.

Considerando todas as espécies de pescado, a produção brasileira na aquicultura foi de 739,4 mil toneladas em 2022, atingindo rendimento no valor de R$ 8 bilhões. Neste mesmo ano, o Estado do Pará produziu 14,2 mil toneladas do pescado cultivado, o que representou 1,9% da produção nacional e, em termos de posição, conferiu ao Estado o décimo quarto maior resultado do país.

Em relação ao ano de 2013, ano de início da série histórica, a produção aquícola paraense apresentou um expressivo aumento de 179,1%, bem acima da média nacional, que ficou em 55,2%. Em rendimento, o Estado do Pará gerou R$ 185,4 milhões em 2022. Em relação ao ano de 2013, o valor da produção da aquicultura paraense aumentou 415,4%, crescimento bem acima da média nacional de 181,5% e da maioria dos outros Estados que cultivam o pescado.

Destaque - Dentre os municípios paraenses que cultivam pescado, Paragominas se destaca como o maior produtor. Em 2022, a aquicultura do município produziu 3,1 mil toneladas, o equivalente a 22,4% da produção estadual. A aquicultura de Paragominas também é a que gera mais receita para o Estado, com valor da produção de R$ 38,5 milhões em 2022, representando 20,8% do valor gerado na aquicultura estadual neste ano. O segundo e terceiro municípios com maior atividade aquícola foram Marabá (7,6%) e Tucuruí (5%). Ressalta-se que os dez municípios com maior produção na aquicultura paraense representaram 61,7% da produção estadual e, em relação ao ano 2014, que marca o início dos registros, quase todos apresentaram aumento na produção.

Preferências - Dentro dos levantamentos da nota técnica sobre o pescado paraense, o Tambaqui ocupa a colocação de pescado de maior cultivo no Pará. Sozinha, essa espécie representa mais que metade da aquicultura paraense. Em 2022 o tambaqui contribuiu com 56,2% da produção estadual, seguido pelo tambacu (24,5%) e pela tilápia (5,9%). Juntas, essas três espécies representaram mais de 86% da produção estadual.

No comparativo nacional, o Pará foi o quarto maior produtor de tambaqui no Brasil em 2022, com participação de 3,6% do total produzido. Em relação ao ano do início da série histórica em 2013, todas as dez principais espécies produzidas no Pará apresentaram aumento na produção acima de 100%, com destaque para a produção das duas primeiras, tambaqui e tambacu, que ultrapassaram o volume de mil toneladas.

Em valores de produção, a aquicultura paraense gerou R$ 185,4 milhões em 2022, sendo que o tambaqui contribuiu com R$ 100 milhões, ou seja, mais da metade (53,9%) do valor que foi gerado no Estado. O segundo e terceiro pescados com maior valor de produção foram o tambacu e a tilápia com as respectivas participações estaduais de 23,5% e 5,8%.

Em relação ao ano de 2013, o valor da pesca cultivada no Pará cresceu mais de cinco vezes, resultado que reflete o aumento do valor gerado das dez principais espécies de pescado cultivadas no Estado, que foi acima de 300%, em especial o camarão e jaturana, que apresentaram resultados muito mais expressivos.

A nota aponta que o pescado fresco é a principal forma de consumo dos paraenses, em especial, o peixe fresco. Por habitante, o consumo anual desse tipo de pescado é de 2 kg, representando 17,6% do pescado consumido por pessoa no Estado. Somando todos os tipos de pescado, a população paraense consome 11,1 kg de pescado por habitante. O consumo per capita anual de pescado no Brasil está bem abaixo da média paraense, com 2,8 kg de pescado consumidos por habitantes. Os números acima consideram o ano de 2018, dado mais recente da série histórica.

Exportações - Nas exportações, o Pará atingiu marca recorde. Considerando a série histórica, desde 2009, o crescimento foi de 217%, possibilitando que o estado fechasse 2022 com arrecadação de US$ 82,02 milhões na exportação de pescado. O número reflete uma significativa tendência de crescimento do quantitativo exportado do setor pesqueiro nos últimos anos. Em 2022, por exemplo, houve o registro de cerca de 11,6 mil toneladas de pescado exportado, variando 138,2% em relação a 2014 e aproximando-se do patamar alcançado no ano de 2006, quando obteve o maior volume, de 11,7 mil toneladas. Entre 1997 e 2022, houve um incremento de 155,1% no volume de pescado exportado pelo setor produtivo paraense.

O estudo elenca ainda os principais produtos de exportação do setor pesqueiro estadual, em termos de volume exportado. Em primeiro lugar está a categoria "outros peixes congelados", que obteve participação de 31% do volume total de produtos exportados no ano de 2022. Em seguida vem a categoria "pargo congelado", com participação de 16,2% do total.

Sob a ótica da exportação por municípios paraenses, destaca-se a capital Belém, que despontou em 2022 com participação de 63,6% do total da quantidade exportada; seguida pelo município de Bragança, com 14% e Curuçá, com 11,1% de participação. A maior variação positiva ficou a cargo do município de Barcarena, com crescimento de 83,9% no valor exportado, na comparação ao ano de 2021.

Empregos - Na perspectiva do mercado de trabalho dentro do setor pesqueiro, dados apontam para o crescimento de vínculos a partir de 2014. O dado mais recente deste cenário é referente ao ano de 2021, quando o Estado atingiu o valor recorde da série histórica, com 3.566 vínculos. A atividade de preservação de peixes, crustáceos e moluscos, apresenta o maior registro de empregos formais, com 1.447 vínculos e com participação de 40,6% neste mercado. Contudo, as maiores variações no período, considerando também os registros absolutos, foram das peixarias, variando positivamente 571,4%, e da pesca de peixes em água salgada, com aumento de 488%, sendo esta última a que apresenta o segundo maior percentual de participação no ano de 2021, de 19,3%.

Considerando os vínculos por município, o maior quantitativo de empregos formais em 2021 se concentrou em Belém, Vigia e Bragança, com, respectivamente, 1.727, 553 e 505 vínculos. As participações do total de vínculos ficaram, na mesma ordem, em 48,4%, 15,5% e 14,2%. Acompanhando a tendência, o número de estabelecimentos ligados à cadeia de produção de pescado teve um crescimento de 16,1% em 2021.

A atividade de comércio atacadista de pescados e frutos do mar foi a que mais cresceu, com aumento de 26,3% de estabelecimentos. No recorte dos pequenos negócios, o Estado do Pará possuía, até setembro de 2023, 4.374 estabelecimentos de pequeno e médio porte voltados às atividades relacionadas ao setor de pesca. Desse total, o destaque é para as peixarias, que somaram 2.796 pequenos empreendimentos, e para o comércio varejista de artigos de caça, pesca e camping, que abarcou 886 empreendimentos.

Por fim, o estudo buscou identificar e analisar os municípios paraenses potenciais na especialização produtiva do pescado, a partir dos níveis de concentração espacial dos vínculos empregatícios formais deste segmento nestas localidades. O resultado foi gerado a partir de um cálculo estatístico, considerando o peso do setor pesqueiro, especificamente na economia do Pará.

Sendo assim, dos 144 municípios, seis possuem quantitativo de vínculos formais acima da média, quando avaliado o setor da pesca. São eles: Belém, Vigia, Bragança, Curuçá, Santarém e Barcarena. Esses municípios totalizaram participação de 87% do total de empregos formais gerados no setor pesqueiro no ano de 2021 no Pará.

Os levantamentos da nota técnica "Pesca paraense 2023" se tornam importantes fatores de orientação para a tomada de decisão por parte de agentes públicos e da iniciativa privada, quanto às estratégias de investimentos, políticas públicas e infraestrutura. Os resultados carregam potencial de viabilizar a cadeia produtiva da pesca, incentivar a inclusão produtiva regional e potencializar o desenvolvimento local.

"Para impulsionar as cadeias produtivas em nosso Estado é necessário conhecer os detalhes estatísticos, sociais e economicos dessas atividades e é exatamente por essa razão que a Fapespa realiza estudos que irão balizar a tomada de decisão dos nossos governantes e empresários", explica o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.

sábado, 2 de março de 2024

Pará estrutura nova fase do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais, com foco em comunidades tradicionais

 

A estruturação da nova etapa do PSA está sendo discutida com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

O governo do estado do Pará deu início ao planejamento da segunda fase do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). A iniciativa, que já incentiva a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais com o pagamento de até R$1,4 mil a produtores rurais em recursos e assistência técnica, nesta nova etapa, será dirigido para territórios coletivos, de povos e comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas e extrativistas).

A estruturação da nova etapa do PSA está sendo discutida com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O encontro, realizado nesta sexta-feira (01), contou com a participação do secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado, Mauro O'de Almeida; do secretário adjunto de Recursos Hídricos e Clima, Raul Protázio Romão; do secretário de Estado de Agricultura Familiar, Cássio Pereira; da especialista em mudanças climáticas e sustentabilidade do BID, Katia Q. Fenyves; além de representantes de TNC, Funbio, Semas e de equipes técnicas do Governo do Estado do Pará.

"Este é um momento de nivelamento, de entendimento, de certa forma de início nessa estrutura, nesse programa, conhecer melhor a estrutura, nivelar melhor entre os setores da secretaria e entre os demais atores que estão presentes aqui, não só da secretaria, como do próprio Estado, como a Seaf", afirmou Mauro O' de Almeida.

Durante a reunião, foi feita revisão dos objetivos e do marco de referência de início da missão e apresentação do cronograma de desenvolvimento do programa. Em seguida, houve apresentação geral do programa por parte do estado, com a descrição dos componentes do programa e o compartilhamento do nível de avanço dos trabalhos setoriais desenvolvidos.

"A Seaf tem um alinhamento pleno com indicadores de mudança climática e de identidade real com a agricultura familiar e com as comunidades tradicionais. O tema do PSA é muito importante, o desafio é valorizar a floresta viva, temos uma trajetória histórica nesta pauta. Existe uma expectativa entre as comunidades tradicionais sobre como serão direcionados estes benefícios", destacou Cássio Pereira.

A série de reuniões denominada "Missão de Identificação para Estruturação e Pilotagem do PSA" visa definir o conceito e a estrutura do programa, bem como os seus componentes, metas, cronograma, indicadores e fontes de financiamento. A missão também analisa os avanços dos trabalhos setoriais desenvolvidos pelo estado, como planos, estudos e projetos relacionados aos serviços ambientais.

"O objetivo hoje é dar início a esta fase da estruturação do programa de pagamento por serviços ambientais com este foco nos territórios coletivos. Portanto, vamos passar alguns procedimentos, mostrar um pouco como a gente funciona internamente", declarou Katia Q. Fenyves. "Esperamos implantar as bases para a construção de uma economia alternativa que seja mais harmoniosa com a natureza. A gente está pensando em alternativas, em instrumentos, em incentivos para trazer as comunidades e também os produtores para uma lógica de produção compatível com os compromissos de desenvolvimento sustentável do estado do Pará", completa a representante do BID.

Os participantes promoveram uma discussão técnica inicial sobre o escopo e a estrutura do PSA, com a apresentação dos trabalhos da fase inicial do programa. Também foram debatidos os objetivos de cada componente do programa, com a participação dos especialistas do BID, do governo, da TNC e do Funbio. Em seguida, houve revisão dos aspectos de mudanças climáticas e infraestrutura verde do programa, com a apresentação da política de mudança do clima e alinhamento ao acordo de Paris. Também foi promovido o início da conversa sobre a estrutura institucional do programa, com a definição dos papéis e responsabilidades dos envolvidos.

O Programa de Serviços Ambientais do Pará tem o objetivo de incentivar produtores rurais a promover ações de regeneração, recuperação, manutenção e conservação ambiental. O programa reflete as diretrizes da política ambiental do governo do Estado, estabelecidas pela Lei Estadual 9.048/2020, pelo Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), instituído pelo Decreto 941/2020, e pelo Programa de Atuação Integrada para Territórios Sustentáveis, regulado pelo Decreto 2.744/2022

Texto: Antônio Darwich - Ascom Semas