sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Famílias de Ananindeua e Marituba são beneficiadas com Cheque Moradia e Credcidadão

Essa foi mais uma ação do programa TerPaz na Grande Belém.

Por Bianca Buenaño (COSANPA)
Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará
Moisés Silva, agricultor familiar, comemora o início da realização de um sonho, ele vai conseguir construir a sua casa e deixar de morar em um barraco feito de lona.
O agricultor familiar e mais outras 149 famílias do bairro Icuí Guajará, em Ananindeua, receberam na manhã de hoje (29) o benefício do cheque moradia, um programa que possibilita as famílias com renda de até três salários mínimos a construir, ampliar e/ou reformar suas casas.
Há 3 anos que Moisés tenta iniciar a construção da sua casa, e esse ano finalmente vai conseguir. Foi por meio do do Programa Territórios pela Paz no bairro do Icuí que ele conseguiu se cadastrar e agora está recebendo o benefício. “Com esse o cheque moradia, eu vou construir a minha casa, eu moro em um barraco de lona que eu tenho há três anos, e esse projeto foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, é o meu presente de natal antecipado”, declarou o agricultor familiar.
Estiveram presentes na ação o Governador do Estado, Helder Barbalho, a primeira dama, Daniela Barbalho, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Dr. Daniel Santos, o prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, e outras autoridades estaduais e municipais.
Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará
O cheque moradia é o Instrumento da política habitacional do Estado, coordenado pela Companhia de Habitação do Estado do Pará (COHAB).
“A COHAB é uma das fortes colaboradoras do programa TerPaz do Governo do Estado, onde nós buscamos trazer de volta a paz e a segurança para o nosso povo do Estado do Pará. Hoje estamos entregando mais de um milhão e meio de reais em Ananindeua, juntamente com o Governo do Estado. E digo mais, quem ainda não foi atendido será beneficiado nas próximas remessas”, declarou José Sacaff Filho, presidente da Cohab.
O governador do Estado, Helder Barbalho, ressaltou que onde tem investimento no social, na economia, saúde e educação, se consegue a diminuir a violência.
Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará
“Nós escolhemos esse bairro por ele ser considerado o bairro mais violento de Ananindeua, na relação, número de registros de violência, e da população aqui existente. O bairro do Icuí e os outros 6 bairros que o TerPaz está presente, chegaram a 123 homicídios a cada 100mil habitantes, por isso resolvemos iniciar esse novo conceito de transformação social buscando a redução da criminalidade. Nessas 7 comunidades estamos trabalhando um novo conceito, que tem a presença maior da polícia, mas além de ter isso, tem a presença do Estado, para transformar a vida das pessoas, dando oportunidade, e investindo em saúde, educação, estrutura, para que cada família possa viver melhor”, pontuou o chefe de Estado.
Helder Barbalho também destacou que nesse ano a violência diminuiu no Estado inteiro. O governo reduziu o número de homicídios em 30%, no período de janeiro a novembro de 2019, em comparação com os mesmos onze meses de 2018. Em Ananindeua, a redução foi de 70%, sendo a cidade que mais reduziu em todo o Estado, e no bairro do Icuí, a redução da criminalidade foi de 90%.
Na oportunidade, também foram entregues credcidadão para 24 famílias de Ananindeua que trabalham como batedores de açaí, comerciantes e prestadores de serviços. “Nós estamos aqui pelo programa TerPaz, hoje entregamos cheque moradia e do credcidadão, que são oportunidades das pessoas viverem melhor e empreenderem bem. O programa do crédito está ligado diretamente a um programa de empreendedorismo popular, nós não queremos apenas dar o crédito, queremos participar e ajudar essa pessoa a investir, não é só dar o recurso, mas fazer com que as pessoas o utilizem bem”, disse Ricardo Balestreri, secretário de Articulação da Cidadania (Seac).
Em Ananindeua, foi investido mais de R$ 90 mil reais em credcidadão. Uma das pessoas que conquistaram o benefício foi a dona Luciene Nagaoka, que recebeu das mãos de Helder Barbalho o crédito para montar a estrutura do seu empreendimento. “Eu trabalho com representação de cosméticos e sempre dependo da eventos para poder divulgar os meus produtos, é com o credcidadão que eu vou poder montar um local para atender minhas clientes. O governo está dando uma oportunidade pata pessoas de baixa renda que tem objetivo de crescer e ampliar o seu negócio” contou a representante de cosméticos.
Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará
Investimento na educação de Ananindeua
Durante o evento, governador também divulgou investimentos na educação de Ananindeua. Ele disse que tem conhecimento sobre a demanda de reforma da Escola Paula Mendes, local onde foi realizado o evento, esclareceu que esse ano a escola já passou por melhorias, mas garantiu que será feita a reforma do espaço. Assim como a reforma de todas as escolas de municipais de Ananindeua. “Eu sei que as escolas precisam melhorar, e nós vamos melhorar. Mas desde já, faço um pedido aos alunos, cuidem da escola de vocês, não rabisquem e não destruam, essa escola é de vocês, é do povo”, concluiu Helder Barbalho.
Investimento de R$1,5 milhão em cheque moradia beneficia a população de Marituba
Moradores do bairro Nova União, em Marituba, receberam mais uma ação do programa Territórios pela Paz, nessa sexta-feira (29), cerca de 150 famílias receberam o benefício do cheque moradia. Uma das pessoas beneficiadas foi na dona Elis Elaine Ferreira, para ela a casa própria era o seu maior objetivo de vida, agora ela vai poder ter uma casa adaptada para o seu filho que tem paralisia cerebral e usa cadeira de rodas.
“O cheque moradia é um projeto muito importante para pessoas que não tem condições de construir uma casa, eu moro com meus dois filhos em uma casa que é cedida, e hoje estou realizando o sonho de ter um lar adequado para o meu filho filho que é cadeirante, há muitos anos eu luto por uma oportunidade para ter um local adaptado para ele, e até que enfim eu consegui”, declarou a dona de casa.
Só hoje, 300 famílias foram beneficiadas com o cheque moradia, cerca de 150 famílias de Ananindeua também receberam. “Hoje estivemos no bairro Icuí Guajará, em Ananindeua, e agora estamos aqui em Marituba trazendo esse benefício, só hoje iremos ultrapassar 3 milhões de reais em investimento, mais de R$1,5 milhão em Ananindeua e mais de R$1,5 milhão no município de Marituba, a COHAB juntamente com o Governo do Estado, está liberando esse valor para melhorar a vida das nossas comunidades.”
O programa TerPaz visa diminuir a criminalidade com políticas públicas, e também gerações de emprego e renda. “O TerPaz, é um programa de beneficiamento comunitário, trazendo uma série de possibilidades de inclusão social, e hoje estamos trabalhando com a questão do cheque moradia, trazendo oportunidades para que os moradores de Marituba vivam melhor. Em menos de 6 meses já fizemos mais de 50 mil atendimentos nos 7 bairros que o TerPaz está presente”, disse Ricardo Balestreri, secretário da Secretaria de Estado de Articulação da Cidadania.
De acordo com o Governador do Estado, Helder Barbalho, de janeiro a novembro de 2019, a criminalidade já reduziu em 30%, se compararmos com o mesmo período de 2018. “O alto nível de criminalidade é um empecilho para o desenvolvimento do estado, por esse motivo criamos o TerPaz para diminuirmos a violência e transformamos a vida da população, assim todo Pará cresce junto. Hoje estamos aqui para comemorar o investimento do Cheque Moradia, R$1,5 milhão aqui em Marituba. Isso vai permitir que as famílias melhorem sua casa, façam uma melhor estrutura, e além do cheque moradia, tem também o cred cidadão, para que o pequeno empreendedor possa abrir seu negócio, fortaleça a sua atividade, o batedor de açaí, por exemplo, vai poder melhorar o seu equipamento, comprar um filtro de água melhor, vai ter capital de giro para poder comprar açaí, e com isso crescer”, discursou Helder Barbalho.
O benefício do credcidadão também foi disponibilizado para os moradores de Marituba, mais de 80 famílias receberam o crédito, um investimento de cerca de R$215 mil reais.
“Sempre tive a vontade de abrir o meu negócio, mas infelizmente me faltava oportunidade, as pessoas precisam de incentivo para começar, e o credcidadão é isso, hoje eu consegui e vou abrir uma venda de peixes. Agradeço muito a chegada do programa TerPaz aqui em Marituba, que nos trouxe diferentes oportunidades para mudar de vida”, contou o autônomo Cleber Oliveira.
Investimento em Marituba
Durante o evento da entrega do cheque moradia e credcidadão, o governador do Estado contou uma novidade para os moradores de Marituba, a prefeitura do município doou para o Estado um espaço no bairro em Nova União para que seja construída uma Usina da Paz, que será um local destinado a produção de paz e crescimento das pessoas. “A Usina da Paz será um complexo também educacional, esportivo, e ainda vai ser responsável pela formação de mão de obra. Terá também um centro de assistência social, um anfiteatro para apresentações culturais e feiras. Um equipamento que gira em torno de 20 milhões de investimento. E o melhor, a mão de obra será dos moradores de Marituba. Ressalto ainda que essa obra não será paga pelo governo, eu fiz um acordo com a Companhia Vale, já que eles arrecadam bastante com o minério em nosso Estado, também vão ter que investir nele. Vamos fazer também outras Usinas da Paz, além dessa de Marituba, terá 1 em Ananindeua, outras 5 em Belém. Os municípios de Marabá, Canaã dos Carajás, Parauapebas, Altamira e Barcarena também vão receber. E todas essas obras vão ser feitas por empresas que tem atividade econômica no estado, e eu estou cobrando que essas empresas ajudem o nosso Estado a crescer”, concluiu o chefe de Estado.
O prefeito de Marituba, Mário Filho, destacou o investimento do estado no município. “Agradecemos ao governador Helder Barbalho, a prefeitura entrega hoje ao governo do estado a documentação do local onde vai ser construída a Usina da Paz, esse investimento em nosso município é a realização do sonho da nossa comunidade. Marituba está muito feliz pois vamos ter um espaço de entretenimento, esporte e cultura, o governador tem olhado com o carinho para Marituba”, finalizou o prefeito.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Governo inaugura Setor de Hemodiálise e amplia atendimento no Hospital Regional em Marabá

Por Jackie Carrera (SECOM)
"Pra gente foi até uma surpresa, porque conseguimos essa consulta hoje e a gente não sabia que era a inauguração. Nós ficamos mais felizes ainda de saber que aquilo que a gente tinha como expectativa, agora, de fato, vai se concretizar", disse Karlan Lima, pai do adolescente José Gabriel Lima, paciente renal crônico, que sempre esperou acompanhar o filho na cidade onde reside, Marabá, no sudeste do Pará.Karlan Lima e o filho, José Gabriel, que é renal crônico, na consulta no novo setor do Hospital RegionalFoto: Marcelo Seabra / Ag. Pará
Nesta terça-feira (26), os dois não precisaram mais ir à capital (Belém) para fazer o tratamento. José Gabriel já foi atendido no setor de hemodiálise do Hospital Regional do Sudeste do Pará - Dr. Geraldo Veloso (HRSP), na sede municipal de Marabá, inaugurado hoje pelo governo do Estado.
Há 13 anos, José Gabriel nasceu com um rim comprometido, e ao longo de seu desenvolvimento apenas um rim ficou saudável. O adolescente nunca precisou passar pela máquina de hemodiálise, mas tem que fazer exames com frequência. O pai sempre o acompanhou nesta rotina em clínica de hemodiálise.
"Inicialmente, quando descobrimos a situação, ele foi regulado pra Belém, e tínhamos que viajar a cada 30 dias. Depois, esse tempo de retorno não precisou ser tão curto. Mesmo assim sempre tivemos esse transtorno com a distância pra conseguir esse atendimento ambulatorial especializado", explicou Karlan Lima.O governador e comitiva conheceram as novas instalaçõesFoto: Marcelo Seabra / Ag. Pará
Ampliação - O Hospital Regional de Marabá é referência em saúde para 22 municípios do sudeste paraense. A nova ala entregue pelo governo amplia o atendimento a pacientes renais. "No espaço são oferecidas consulta ambulatorial com nefrologista e equipe multidisciplinar, triagem e atendimento em hemodiálise. São 22 máquinas, que podem atender 103 pacientes, produzindo uma média mensal de 1.500 sessões", ressaltou James Vinicius, enfermeiro responsável pelo setor.
O novo espaço foi visitado pelo governador Helder Barbalho, que estava acompanhado pelo vice-governador, Lúcio Vale; o secretário de Estado de Saúde Pública, Alberto Beltrame; secretário Regional de Governo, João Chamon Neto; do prefeito de Marabá, Sebastião Miranda, e demais autoridades.
O Hospital Regional em Marabá é referência em saúde para 22 municípios do sudeste paraenseFoto: Marcelo Seabra / Ag. ParáImpedimentos - O secretário Alberto Beltrame lembrou que, no ano passado, a ala chegou a ser inaugurada, quando deveria iniciar suas atividades, mas a estrutura não era adequada ao atendimento. Um dos principais impedimentos foi o fornecimento de água tratada, que não estava concluído.
"Lamentavelmente, a situação lembra o que aconteceu com o Hospital Abelardo Santos (em Icoaraci, distrito de Belém). Foi uma obra inaugurada pela gestão anterior sem condições de funcionar. Não tinha instalação elétrica, nem água tratada", informou Alberto Beltrame.As 22 máquinas podem atender 103 pacientes, com uma média mensal de 1.500 sessões de hemodiáliseFoto: Marcelo Seabra / Ag. Pará
Para que não haja riscos, cada sessão de hemodiálise dura, em média, 4 horas, e necessita de 120 a 200 litros de água ultra pura, sem as substâncias presentes em um tratamento comum, como alumínio, cloramina, fluoreto, cobre e zinco. Depois que o atual governo fez os ajustes necessários, o setor está em pleno funcionamento.
Helder Barbalho conferiu as incubadoras entregues ao Hospital Municipal de MarabáFoto: Marcelo Seabra / Ag. ParáNovos equipamentos - Outro investimento do governo do Estado para a melhoria no atendimento em saúde em Marabá, com reflexo na região, foi a entrega de quatro incubadoras neonatais ao município. A diretora administrativa do Hospital Municipal Materno Infantil, Auciléia Partaglia, explicou que está em fase de licitação a implantação da UTI Neonatal na maternidade, com equipamentos necessários ao atendimento de qualidade aos recém-nascidos.
“Nós temos uma única UTI que fica no Hospital Regional, contendo nove leitos. Então, estávamos precisando bastante nesse hospital. Um bebê prematuro demora bastante na incubadora. Precisávamos muito que a quantidade fosse aumentada. Nós fazemos cerca de 500 a 600 partos por mês", informou a diretora hospitalar.
O governador e o secretário de Saúde visitaram o espaço onde já estão os equipamentos, e avaliaram a possibilidade de o Estado contribuir para que, em breve, a UTI seja inaugurada.

Ophir Loyola utiliza biologia molecular como ferramenta no tratamento do câncer

Por Leila Cruz (HOL)
Foto: Arquivo / Ag. Pará
A biologia molecular revolucionou o diagnóstico e o tratamento do câncer.  A evolução dos testes moleculares permitiu a identificação de mutações responsáveis pelo aparecimento da neoplasia maligna, as diferenças genéticas dos tumores de enfermos com um mesmo tipo de câncer e a melhor terapia a ser utilizada em um determinado indivíduo.
Em Belém, o Hospital Ophir Loyola (HOL), Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Pará, atualmente trata 3264 pacientes com câncer e é o único da região Norte a utilizar as análises de biomarcadores como ferramentas de diagnóstico, prognóstico e monitoramento da terapia utilizada nos pacientes oncológicos. O hospital, por meio do Laboratório de Biologia Molecular, detecta alterações genéticas relacionadas às malignidades a partir das análises qualitativas e quantitativas dos ácidos nucleicos das células tumorais.
Laboratório de Biologia MolecularFoto: Arquivo / Ag. Pará
Utiliza-se qualquer amostra biológica do paciente, como biópsias, sangue, medula óssea ou qualquer outro espécime biológico, para a extração de três tipos de moléculas: o ácido desoxirribonucleico (DNA), onde localiza-se todas as informações genéticas; o ácido ribonucleico (RNA) responsável pela síntese de proteínas das células do corpo e própria proteína.
Essas moléculas podem sofrer modificações, ou seja, mutações genéticas chamadas de biomarcadores. A mutação é própria do DNA que vai gerar um RNA diferente do normal que, por sua vez, gera uma proteína também distinta, denominada de oncoproteína, responsável pela proliferação celular desgovernada, o tumor.
As diferenças genéticas dos tumores dos pacientes com um mesmo tipo de câncer provocam diferentes respostas ao tratamento, aumento ou diminuição no tempo de terapia e maior ou menor risco ao paciente, além de elevar os custos do Estado.  Situação essa que já não ocorre no Hospital Ophir Loyola, visto que o diagnóstico molecular proporciona informações para um melhor direcionamento terapêutico, redução das despesas e o aumento na expectativa de vida e de cura.
O pesquisador e coordenador do laboratório, Rommel Burbano, elucida que antes dos avanços do estudo da genética do câncer, a eficácia dos medicamentos era avaliada fenotipicamente, isto é, clinicamente. E, se os exames de análise clínica mostrassem uma melhora, o paciente, muitas vezes, recebia alta antes da hora. Porém, as análises dos biomarcadores são mais assertivas.
Rommel BurbanoFoto: Arquivo / Ag. Pará“Os biomarcadores devem desaparecer conforme a terapia proposta ao paciente. Quando o tratamento não é eficaz, eles se manterão crescentes e indicarão ao especialista que precisará mudar a conduta e optar por um medicamento de segunda geração, oneroso para o SUS, mas para um paciente que de fato necessite, pois apresenta uma malignidade peculiar. O biomarcador é extremamente específico, somente a ausência dele pode levar à cura do paciente. Existem situações em que nem todos os biomarcadores desaparecem, mas podem ser controlados”, esclarece.
Segundo Burbano, os padrões genéticos e bioquímicos de um tipo de neoplasia maligna permitem identificar o desenvolvimento do câncer em cada indivíduo. “Essa personalização da assistência é possível por meio de biomarcadores genéticos que trazem informações cruciais para prevê se o paciente terá uma boa resposta ao tratamento. Assim, as modalidades terapêuticas deixam de ser aplicadas para grupos de pacientes, com determinados tipos de câncer, cujos biomarcadores indiquem resistência ao tratamento e as características de um indivíduo passam a ser analisadas de forma isolada”, ressalta.
Por outro lado, a detecção de biomarcadores de hereditariedade permite determinar se membros da família de pacientes oncológicos podem vir a desenvolver o mesmo tipo de câncer, e assim se consegue prevê determinadas doenças. Alguns dos biomarcadores utilizados no Ophir Loyola indicam, por exemplo, quais pacientes hematológicos são prioridade na fila de espera por um transplante de medula óssea e quais não têm tanta urgência na indicação desse procedimento, visto que a quimioterapia pode curá-los.
A biologia molecular também é utilizada para detectar a presença de vírus, informação importante para o tratamento de casos de câncer de cabeça e pescoço que têm como uma das causas o Papilomasvírus Humano (HPV), assim como indica tumores que não possuem relação com o mesmo. Quando detectado a presença desses patógenos, indica-se qual dos pacientes vai reagir melhor aos diversos tipos de terapia.
“Alguns medicamentos podem não surtir efeito para o tratamento do mesmo tipo histológico de tumor em indivíduos geneticamente diferentes. Os portadores de HPV reagem melhor à quimioterapia e à radioterapia do que aqueles que desenvolveram o tumor devido ao ambiente, portanto são indicados à cirurgia.  Consegue-se poupar os enfermos de procedimentos cirúrgicos desnecessários, são tratados com fármacos”, explica Rommel.
As técnicas de citogénetica molecular - ramo da genética que estuda a estrutura e função dos cromossomos da célula - conseguem quantificar os genes responsáveis pela produção de receptores hormonais e receptores de fatores de crescimento, de suma importância para o tratamento das pacientes com câncer de mama. Essas metodologias revelam o quão amplo é o campo de atuação da Genética do Câncer.
“A retirada da mama causa depressão em muitas mulheres, então realizamos testes a fim de identificar quais antidepressivos vão melhorar o quadro emocional das pacientes. Isso faz com que o acompanhamento pós-cirúrgico seja eficiente e torna o atendimento mais humanizado”, destaca o pesquisador.
Outro exemplo de como a análise de biologia molecular pode influenciar no tratamento de uma neoplasia vem dos estudos dos astrocitomas, tipos de tumores do sistema nervoso central que podem também ser tratados por quimioterápicos. Os testes genéticos mostram os pacientes que vão reagir bem à quimioterapia, inclusive existe uma droga que consegue eliminar as células tumorais, mas alguns pacientes têm um sistema de reparo celular que quando é muito eficaz, a droga não funciona. Opta-se então pela cirurgia.
Os maiores avanços científicos estão no tratamento das leucemias, seguido do câncer de mama. Para outros tumores, como os de estômago e de pâncreas, ainda os biomarcadores moleculares não estão totalmente consolidados e são objeto de pesquisas. De qualquer forma, para Rommel Burbano não há dúvidas sobre os benefícios provenientes da investigação dos genes associados ao câncer. “É sem dúvida um grande avanço, principalmente quando se trata de saúde pública, pois aqui oferecemos uma medicina personalizada que permite o diagnóstico, prognóstico, direcionamento clínico e monitoramento do tratamento quimioterápico específico para cada paciente”, ressalta.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Batalhão de Polícia Ambiental qualifica educadores e trabalha no resgate de animais silvestres

Somente em 2019, foram resgatados 1731 animais silvestres na região metropolitana de Belém.
Que tal tomar água na cozinha à noite e se deparar com uma sucuri próximo da geladeira? Marcus Palheta vivenciou a experiência no início do ano no bairro do Tapanã, em Belém. "Eu vi uma sombra e estranhei. Quando me dei conta de que era uma cobra, pedi para minha avó sair de casa para não se assustar e, como tenho treinamento de brigada, tentei capturá-la", lembra o engenheiro ambiental.
Ao perceber a dificuldade, acionou o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) que é especializado em resgate de animais silvestres em áreas urbanas. Mesmo munido de garra e cambão, instrumentos adequados para o manejo, o réptil de quase dois metros de comprimento ainda deu um bote no policial. "Depois ela foi solta no Parque Estadual do Utinga sem sofrer nenhum tipo de dano. Já tinha sido o quarto episódio na vizinhança", relatou Marcus.
Vídeo cedido por Marcus Palheta:
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De acordo com o subcomandante do BPA, Major Freitas, o período chuvoso tende a aumentar a incidência de cobras em áreas residenciais. "É uma cadeia que inicia com o descarte inadequado do lixo que, além de obstruir os canais, também atrai roedores que são alimentos de cobras", explicou o Major. Ele também reforçou que na região amazônica, os animais silvestres estão em seu habitat natural, modificado pelo avanço imobiliário e ocupações irregulares. "As áreas de vegetação diminuem e crescem as ocorrências", complementou o subcomandante.
Legislação - Maus tratos contra animais é crime, de acordo com a Lei 9.605/ 98, artigo 32, com pena de três meses a um ano de detenção, ou em alguns casos, considerados de baixo potencial ofensivo, a pena é convertida em pagamento de cestas básicas, ou serviços à comunidade. De acordo com o subcomandante, ao se deparar com um animal silvestre perdido, seja dentro de uma casa ou no meio da estrada, por exemplo, o correto é ligar imediatamente para o Centro Integrado de Operações (Ciop), número 190, para que o BPA seja acionado para o resgate adequado, assegurando, assim, a vida do humano que o encontrou e do animal vitimado.
Somente em 2019, foram resgatados 1731 animais silvestres na região metropolitana de Belém, sendo 619 répteis; 801 aves; 311 mamíferos. No grupo dos répteis, 346 eram serpentes, das quais 134 se tratavam de sucuris e 125, jiboias. As aves também são alvo da atuação da polícia. Além de passarinhos que ficam vulneráveis pela venda ilegal, ainda há o impacto da cultura local. "Na região ainda é comum o misticismo de que alguns animais representam mau agouro, como a rasga-mortalha, por exemplo. É uma cultura que precisa mudar", alerta o Major Freitas.
Ernesto é uma coruja da espécie murucututu que foi salva há cinco anos, após perder a visão do olho esquerdo e ter uma das asas amputadas. Ele e Boris, uma jiboia domesticada de 10 anos de idade, são residentes do Batalhão. "O Boris foi criado desde filhote e está adaptado aos odores e à presença humana. Ele foi doado para nós porque o cuidador não teve mais condições de ficar com ele", conta a veterinária soldado Ana Moraes.
Educação Ambiental - Os exemplares são dóceis e por isso participam das ações de educação ambiental do BPA, como o Curso de Formação de Educadores Ambientais da Amazônia que ocorrerá até o próximo sábado (23). "A polícia ambiental atua em duas frentes: a prevenção primária, com formações, palestras, exposições e trilhas e caminhadas junto à comunidade; e a fiscalização, que busca combater o crime ambiental. O curso tem a proposta de aperfeiçoar essa atuação e traz conteúdos teóricos e práticos sobre cidades sustentáveis, impactos e potencialidades ambientais", informou o coordenador Cabo Silva Júnior. A carga horária é de 120 horas e a formatura está prevista para a próxima segunda-feira (25).
A qualificação foi aberta para policiais do Pará, mas teve vagas para interessados de outros estados. A sargento Elizabeth integra o Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amapá e veio participar do curso em Belém. "É uma formação de alto nível. Estamos vendo planejamento de projetos, a importância de avaliar e monitorar as ações em desenvolvimento para, de fato, gerar a transformação. São conteúdos que vão agregar na nossa atuação com crianças de vulnerabilidade social, por exemplo", analisou a participante.
Durante o curso, os participantes tiveram atividades práticas como a observação de paisagens urbanas; as diferentes formas de impacto do lixo; e uma oficina de jardinagem com o uso de pneus. O artesão Ailton Lopes Assis foi o instrutor da turma. "É uma troca de saberes, eles passam para mim o trabalho aqui do Batalhão e eu divido a minha experiência na transformação do material. Cada pneu utilizado é um a menos que vai para o lixo", disse Ailton.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Rede de atendimento e Combate à violência contra a mulher atua de forma efetiva no Pará

Conheça histórias de mulheres que se libertaram da violência doméstica

Por Jackie Carrera (SECOM)
Nem sempre o homem que aparenta ser tranquilo no convívio em sociedade é da mesma maneira dentro de casa. Casos de relacionamentos abusivos quase sempre começam da mesma maneira: proibindo a mulher de sair de casa sem aviso prévio, de trabalhar, de ter amigos, ou até mesmo de vestir algum tipo de roupa. Para algumas pessoas, isso poderia seria sinônimo de amor. Mas o que para alguns parece ser cuidado, esconde, na verdade, um caso grave de violência doméstica.
“A gente pede para que a mulher atente e identifique logo esses primeiros sinais de descontrole e possessividade, infelizmente isso não tem conserto e só piora com o tempo. A mulher então precisa se perguntar, é dessa forma que quero viver? E, em seguida, fazer uma escolha”, orienta a delegada Janice Aguiar, da Delegacia de Atendimento à Mulher - DEAM.
A auxiliar de serviços gerais, B.G.S.S, de 37 anos, e a dona de casa, C.K.S.N, de 41, escolheram resgatar as próprias vidas. Procuraram ajuda na DEAM de Belém, para se libertarem de um ciclo de torturas psicológicas, agressões e humilhações por parte de seus companheiros.
“Eu vivi 21 anos com o pai dos meus filhos e achava que era um relacionamento normal, mas não era. Eu tinha vontade de sair, mas não saia. Porque se ele chegava do trabalho eu tinha que estar em casa; se ele saia, ele dizia para eu ficar, senão ele tinha que saber onde eu ia pra ir me buscar. Me vigiava o tempo todo, até pelo celular. Eu não podia ficar online no WhatsApp que ele me perguntava com quem eu estava conversando”, relata B.G.S.S.
Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará
“Ele me falou que eu era feia. Por muitos anos, ele falava mal do meu sorriso. E eu não gosto do meu sorriso até hoje, eu acho meu sorriso horrível. Antes de casar com ele não me sentia assim”, desabafou emocionada C.K.S.N. Vítima de violência doméstica.
Foto: Pedro Guerreiro / Ag. ParáA dona de casa, precisou receber um lenço e um copo d’água para se acalmar, porque não continha a emoção ao lembrar da história que viveu com o marido. Para ambas, o casamento lhes aprisionou por décadas na própria casa. Mas foi necessário entrar numa delegacia para receber acolhimento, proteção e passar a ter orientações de uma rede de apoio.
O que fazer?
A primeira porta aberta para atendimento é ir até o Polo ParáPaz Mulher da Delegacia de Atendimento a Mulher - Deam, que conta com delegadas e profissionais especializados para ouvir as denunciantes, abrir inquéritos para apuração dos casos e, por meio de uma rede integrada com o judiciário, Fundação ParáPaz e a Defensoria Pública do Estado, oferecem instrumentos legais de proteção às vítimas. A vítima faz o atendimento inicial com a assistente social da Fundação, que irá auxiliá-la nos próximos passos. Depois é encaminhada para fazer o boletim de ocorrência e outros serviços, como atendimento psicológico.
“A vítima vem espontaneamente ou através do Disque Denúncia (181) e relata sua situação. A gente segue um protocolo de atendimento, buscando resguardar a segurança dessa mulher. Avaliamos o caso, e uma das primeiras ações é recomendar o afastamento do agressor, oferecer a medida protetiva e, em situações graves, a polícia a acompanha até sua casa para buscar pertences e encaminhá-la a um abrigo, onde deve ficar até que o agressor seja intimado ao afastamento”, disse a delegada Janice, da Deam.
Foto: Pedro Guerreiro / Ag. ParáO juiz Otávio Albuquerque, da 3ª Vara da Violência Contra a Mulher, do Tribunal de Justiça do Estado, ressalta que “é mínima a quantidade de agressores que descumprem a medida. Aqui em Belém praticamente isso não ocorre, até porque o descumprimento da medida é configurado crime, que prevê detenção de 3 meses a 2 anos”, explica.
Números - No Pará, existem atualmente tramitando no judiciário, 26 mil processos de violência doméstica baseados na Lei Maria da Penha. Este ano, de janeiro até o dia 21 de novembro, em todo o Estado, são contabilizados 8.309 pedidos de medidas protetivas, desses, 2,5 mil foram realizados nas varas de Belém.
No ano passado, foram registrados 1.738 casos de violência doméstica na Deam Belém. Deles, 475 foram de vias de fato e 1.263 de lesão corporal. Este ano, de 1º de janeiro até a quinta-feira (21), foram registrados 433 casos de vias de fato e 897 de lesão corporal.
Segundo o Juiz da 3ª vara de violência contra à mulher, existem 79 processos de feminicídio tramitando em todo o Pará. Em Belém, a delegada Janice ressalta que os casos apresentaram queda de 38%. Foram 56 registros em 2018 e até outubro deste ano são 35.
“Acreditamos que à medida que a lei fica mais rigorosa, o agressor pensa bastante no que vai fazer. A Lei do Feminicídio fez com que o assassinato de mulheres, em razão do gênero, não fosse visto como homicídio simples. A punição é importante”. Janice Aguir, delegada.
Janice Aguiar_Delegada DEAMFoto: Pedro Guerreiro / Ag. ParáA Lei do Feminicídio foi criada em março de 2015. Nos últimos quatro anos, a defensoria pública do Estado atendeu mais de 7 mil casos.
Atendimento psicológico - A defensora pública geral, Jeniffer Rodrigues, acrescenta o apoio psicossocial dado às vítimas e aos seus agressores. O Núcleo de Atendimento Especializado à Mulher Vítima de Violência da Defensoria Pública do Estado tem desenvolvido atividades semanais de combate à violência contra a mulher.  Assim como a Defensoria, a Fundação ParáPaz também realiza trabalhos de acolhimento e escuta.
“São rodas de conversa, círculos de terapia, tudo com apoio mútuo. As pessoas trocam experiências e são aconselhadas por profissionais. O atendimento ao homem agressor é um serviço pioneiro do órgão e o resultado é um índice de reincidência zero nos casos de violência. Os agressores que passam pelo núcleo repensam suas posturas e mudam de comportamento”, disse Jeniffer.
Foto: Pedro Guerreiro / Ag. ParáO Juiz da 3ª Vara também reforça que a reincidência nos casos é mínima quando a vítima decide ir até o fim no processo e tem acesso a rede de apoio. “É bom lembrar ainda que, em Belém, de 841 medidas requeridas, 752 foram concedidas e apenas 21 indeferidas”, reiterou o Juiz.
Isso quer dizer que, na totalidade, a mulher que faz a escolha de resgatar o seu bem-estar, tem seus direitos atendidos e a vida resguardada.
Otávio Albuquerque, titular da 3ª Vara de violência contra a mulher.Foto: Pedro Guerreiro / Ag. ParáDelegada, Juiz e defensora fazem a mesma referência em relação ao agressor. No geral, ele é bem visto pela sociedade, não tem aquele estereótipo violento. A violência doméstica também assola qualquer classe social, e os homens possuem variados graus de instrução.
“Se você olhar para ele assim, você não acredita. Ele é muito educado, brincalhão, um amor de pessoa. Mas eu vivia um inferno, o que eu passei eu não desejo a ninguém”. B.G.S.S., vítima de violência doméstica.
Os relatos de vítimas sobre as violências que sofriam são muito semelhantes. As duas mulheres que aceitaram ser entrevistadas pela nossa reportagem chegaram a registrar boletim de ocorrência diversas vezes e depois voltavam atrás, retiravam a queixa criminal.
Ambas revelaram que eram manipuladas pelos companheiros, que mudavam de atitude, pediam perdão ou as amedrontavam com argumentos de que não teriam como ter outro parceiro de novo e muito menos se manter financeiramente. As cicatrizes são muitas e atravessar essa fase com apoio de todos os órgãos do Estado, requer muita força de vontade da denunciante.
“Depois que eu fiz o boletim ele me deixou em paz. Eu não volto pra ele. Sei que se voltar vai ser a mesma coisa. Pelos meus filhos e por mim, não volto. Eu sinto que mudei, que eu me amo mais agora. Sinto que ando com duas muletas, mas eu vou consegui correr um dia sozinha”, disse confiante a dona de casa, C.K.S.N.
Serviço: A Delegacia Especializada de Atendimento á Mulher, em Belém, está localizada na Travessa Mauriti nº2393, entre as avenidas Duque de Caxias e Romulo Maiorana, no bairro do Marco. O Já a Deam de Ananideua está na Travessa We 31, nº1112, bairro do Coqueiro. Mais informações pelos telefones: (91) 3246-6803 (Deam Belém) e (91) 98435-2596 (Deam Ananindeua).

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Estado receberá mais de R$ 7 milhões para a segurança pública

Recursos são do Fundo Estadual de Segurança Pública e Defesa social, liberados após o governador do Estado sancionar a Lei 8.905/2019
A lei de número 8.905/2019, que institui o Fundo Estadual de Segurança Pública e Defesa social (FESPDS), foi sancionada pelo governador do Estado, Helder Barbalho. Com a criação da lei, o Estado do Pará, por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) está apto a receber recursos com vistas ao financiamento na modalidade fundo a fundo, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP). Essa é uma iniciativa inédita na pasta que permitirá um investimento total de R$7.560.137,00, para investimentos e custeios, em ações de Enfrentamento à Criminalidade Violenta e a Valorização dos Profissionais de Segurança. A lei foi sancionada no último dia seis de novembro e publicada no diário oficial do Estado.
Deste total, serão designados R$ 6.048.110,00 para o enfrentamento à criminalidade e R$ 1.512.027,00 para valorização dos profissionais. Entre as modalidades de aplicação do recurso estão: construção, reforma, ampliação e modernização das unidades policiais, perícias e de corpos de bombeiros militares, bem como de outros órgãos que apoiam o Sistema Estadual de Segurança Pública (SIEDS), aquisição de materiais, equipamentos, veículos, tecnologias e sistemas de informações e de estatísticas de segurança pública; inteligência, investigação, perícia e policiamento; capacitação e profissionais da segurança pública e de perícia técnico-científica; serviço de recebimento de denúncias, com garantia de sigilo para o usuário, programas habitacionais e de melhoria da qualidade de vida dos profissionais da segurança pública,
entre outros.
De acordo com o secretário estadual de segurança pública, Ualame Machado, com o recebimento dos recursos a estrutura de segurança pública será aprimorada e os agentes valorizados para que possam realizar as suas atividades com maior eficácia.
"Aperfeiçoar a estrutura da segurança pública é uma das prioridades. Já estamos com planos de criar um novo Centro Integrado de Operações (CIOp) metropolitano que aglomerará aproximadamente 15 órgãos Municipais, do Estado e Federais para que tenhamos um melhor monitoramento de toda a Região Metropolitana de Belém", destacou o titular da Segup.
A transferência de recursos arrecadados oriundos das loterias, onde cada Estado recebe a quantia obedecendo um percentual de rateio, é calculado com base em diversos critérios, tais como quantidade populacional, faixa de fronteira, entre outros. Coube ao Pará receber 3,05% do valor nacional. O repasse é referente ao ano de 2019 e pode ser utilizado em até dois anos.
Anteriormente, as verbas vindas do Fundo Nacional de Segurança Pública eram repassadas por meio de convênio, ou seja, não existia um valor estipulado e também para cada aquisição era preciso um convênio novo e isso causava muito transtorno administrativo, tanto para a segurança pública nos estados, como para SENASP, nas análises de processos posteriormente, além de ser algo mais engessado.
"Com a criação do Fundo, a Senasp vai transferir as verbas em forma de rateio para os estados, e o valor repassado terá critérios e objetivos, ou seja, não será como antes, quando era necessário uma negociação individual com o convênio. Então será um valor que será definido a partir dos requisitos e objetivos que serão estabelecidos, e esse valor no Pará será cerca de 7 milhões e meio no ano de 2019", explicou o titular da segurança pública.
Consep - Além da criação do fundo estadual, outro critério para o recebimento do recurso consiste na criação ou adequação do Conselho Estadual de Segurança Pública, o Consep. A lei 8.906 também foi sancionada na mesma data. "Um dos critérios para o repasse era a criação de um Consep, que no Pará já existia há mais de 20 anos, porém nós só fizemos um ajuste que é atender a exigência da participação da Defensoria Publica e a Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda Seaster", acrescentou Ualame.
A partir de agora, o Consep passa a ser composto por um representante da Defensoria Pública do Estado do Pará, do secretário da Seaster, e por representantes da sociedade civil organizada, que agora passam a ser eleitos, além dos que já faziam parte, como o comandante - geral da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, delegado-geral da Polícia Civil, diretor-geral do Centro de Perícias Renato Chaves e do Departamento de Trânsito, superintendente do sistema penitenciário, um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PA), dois deputados representantes da Assembleia Legislativa e um representante das entidades de profissionais de segurança pública.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Capa de sua edição impressa de A Gazeta do Comércio em circulação nos município da BR 222


Página de A Gazeta do Comércio em circulação nos município da BR 222


Hospital público do Pará mudou a gestão de medicamentos e economizou mais de R$ 1 milhão

Hospital Regional no município de Santarém adotou medidas para melhorar o atendimento à população por meio do estudo de farmacoeconomia
Os estudos na área de gestão em saúde têm aumentado exponencialmente nos últimos anos e trazido à tona questões que envolvem aspectos econômicos diante do crescimento de atendimentos. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), no Brasil os gastos públicos com saúde equivaleram a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), quando deveriam ser de 10%.

Para o CFM, o gasto insuficiente reflete em baixos indicadores de saúde e em más condições de trabalho. No entanto, o Conselho apontou que o dinheiro público tem sido mal gerido, principalmente pela falha de gestores em conseguir elaborar projetos.

Nesse sentido, um hospital público no Pará, na região amazônica, conseguiu promover uma economia de R$ 1,3 milhão no período de 2017 até setembro de 2019, após adotar um método de organização do uso de medicamentos denominado farmacoeconomia. A estratégia adotada pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), localizado em Santarém, buscou otimizar a utilização de medicamentos e melhorar a assistência ao paciente.

A mudança, realizada na aplicação de ferramentas e métodos de trabalho, foi refletida diretamente ao usuário, gerando economia de recursos, mas ampliando o número de atendimentos, além de reduzir o tempo de espera para o início de quimioterapias. A economia gerada com a gestão de medicamentos também proporcionou investimentos em profissionais.

A farmacoeconomia são estudos voltados para a gestão dos medicamentos, reduzindo gastos financeiros, mas sem prejuízo ao tratamento dos pacientes. São diferentes estudos que podem ser empregados ao tema, entre eles a minimização de custos, análise custo-utilidade, custo-benefício e custo-efetividade.

O Hospital Regional do Baixo Amazonas é uma unidade do Governo do Estado do Pará, gerenciado desde 2008 pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, entidade filantrópica com mais de meio século em gestão em saúde.

A gestão de recursos evitando desperdícios

O HRBA começou a aplicação da farmacoeconomia ao visualizar que poderia melhorar o agendamento dos protocolos de quimioterapia, reduzindo o desperdício com os medicamentos, principalmente, com os considerados de alto custo. Ao final do dia, a quantidade de resíduos químicos acumulada acabou estimulando o estudo por parte da equipe de Farmácia da unidade, buscando alternativas junto à equipe multiprofissional do ambulatório de quimioterapia, para reduzir a quantidade de medicamentos não aproveitados.

“Diante da atual limitação de recursos que os hospitais públicos no Brasil enfrentam diariamente, a farmacoeconomia foi uma ferramenta essencial para mudar a nossa estratégia na tomada de decisão quanto aos recursos farmacológicos. Assim, foi possível manter a melhor opção de tratamento ao paciente, mas adaptada aos custeios da unidade”, explica o diretor Hospitalar Hebert Moreschi.

As mudanças realizadas na prática

O HRBA iniciou uma estratégia na qual possibilitou agendar a utilização de medicamentos de doses complementares para dois pacientes no mesmo dia. Por exemplo, um frasco contém 10ml, se os pacientes só precisam de 5ml para o tratamento de quimioterapia, é feita a aplicação em ambos no mesmo dia, evitando a perda de 5 ml, caso o medicamento fosse administrado em dias diferentes, em cada paciente.

Após o efeito dessa metodologia, os medicamentos que são injetáveis, e podiam ser substituídos por aqueles de aplicação via oral, também passaram por adaptação. O novo procedimento permitiu que torne mais ágil o início da quimioterapia pelo paciente, além de reduzir o tempo de permanência no ambulatório para o procedimento de quimioterapia.

Em 2019, o projeto foi ampliado para unidades de internação e a equipe passou a avaliar a substituição de medicamentos injetáveis, por outro injetável, que ofereça menor risco de reação adversa. Nesta fase, o projeto contou com a parceria da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). A equipe multiprofissional foi novamente reorientada sobre a importância da avaliação clínica e dos exames laboratoriais para escolher o medicamento mais apropriado ao paciente, visando reduzir risco de resistência bacteriana e o tempo médio de internação.

A nova fase, com perspectiva de economia mensal de R$ 36 mil, gerou no primeiro mês R$ 47 mil, ou seja, 12% de economia a mais do que o hospital havia previsto. “Se compararmos o que já foi consolidado de 2017 até hoje, significa dizer que evitamos um custo de aproximadamente três meses de tratamento, em média, com quimioterápicos. Se fizermos uma correlação direta, na clínica oncológica, o valor que economizamos no mês de setembro com a segunda fase do projeto (2019), seria suficiente para pagar 65% do consumo de material e medicamentos na clínica oncológica”, destacou a farmacêutica especialista em oncologia, coordenadora de Farmácia do HRBA, Sândrea Queiroz.

Os benefícios aos usuários

A aplicação de um novo método de trabalho no HRBA afetou diretamente os usuários, pois com a otimização dos recursos, é possível adquirir mais medicamentos, para beneficiar mais pessoas, sem colocar em risco a qualidade do material que está sendo entregue na terapia de quem já é paciente.

“A espera é menor e mais pacientes são atendidos. Eu, por exemplo, não posso ficar muito tempo sem o remédio, e o método supre nossas necessidades”, afirmou Antônio Prado, que faz tratamento de quimioterapia na unidade, para combater um câncer no intestino.

Especializado em casos de média e alta complexidades, o HRBA é reconhecido como um dos dez melhores hospitais públicos do Brasil, sendo referência para uma população de 1,1 milhão de pessoas residentes em 21 municípios do Oeste do Pará. A instituição é certificada pela Organização Nacional de Acreditação com o nível máximo de qualidade, a ONA 3 – Acreditado com Excelência.


Para Hebert Moreschi, os resultados na utilização do novo modelo de assistência farmacêutica demonstram a evolução do HRBA e a possibilidade de extensão desse trabalho para outras unidades. “É um projeto voltado exclusivamente à beira do leito, ao acompanhamento diário da evolução do paciente. Essa percepção faz com que nosso hospital avance a cada dia com a resolutividade da assistência”, afirmou o diretor Hospitalar.

A otimização de recursos proporcionada pelo Hospital Regional foi um dos cases apresentados no 2° Fórum de Gestão Médica, promovido pela Pró-Saúde. O evento, realizado no dia 24 de outubro, em São Paulo, reuniu profissionais de gestão e assistência médica que atuam nas unidades gerenciadas pela entidade em todo o país. Os cases assistenciais protagonizados por hospitais sob gestão da Pró-Saúde foram apresentados em duas mesas redondas — uma sobre Impactos da Governança Clínica na Prática e outra sobre Evolução da Governança Clínica para Excelência. O evento contou com a participação da Dra. Ana Maria Malik, professora titular da Escola de Administração de Empresas da FVG (Fundação Getúlio Vargas).

Sobre a Pró-Saúde

A Pró-Saúde é uma entidade filantrópica que realiza a gestão de serviços de saúde e administração hospitalar há mais de 50 anos. Seu trabalho de inteligência visa a promoção da qualidade, humanização e sustentabilidade. Com 16 mil colaboradores e mais de 1 milhão de pacientes atendidos por mês, é uma das maiores do mercado em que atua no Brasil. Atualmente realiza a gestão de unidades de saúde presentes em 22 cidades de 12 Estados brasileiros — a maioria no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). Atua amparada por seus princípios organizacionais, governança corporativo, política de integridade e valores cristãos.

A criação da Pró-Saúde fez parte de um movimento que estava à frente de seu tempo: a profissionalização da ação beneficente na saúde, um passo necessário para a melhoria da qualidade do atendimento aos pacientes que não podiam pagar pelo serviço. O padre Niversindo Antônio Cherubin, defensor da gestão profissional da saúde e também pioneiro na criação de cursos de Administração Hospitalar no País, foi o primeiro presidente da instituição.