segunda-feira, 28 de abril de 2025

Sespa afirma que não há surto de Mpox no Pará


A recomendação é que, caso apareçam sintomas, especialmente lesões nos órgãos genitais ou outras áreas da pele, a população procure imediatamente as unidades básicas de saúde ou as UPAs

Por Mozart Lira (SESPA)
28/04/2025 17h17
Foto: Divulgação / Ag. Pará

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) afirmaram que o Pará não apresenta surto de Mpox. A informação foi confirmada durante coletiva de imprensa ocorrida nesta segunda-feira (28), na sede da Sespa. As autoridades reforçaram que o Governo do Pará e a Prefeitura de Belém estão alinhados e comprometidos em fortalecer as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença em todo o Estado.

O ponto mais importante destacado foi tranquilizar a população de que não há surto de mpox oficialmente reconhecido em Belém ou no Pará. Conforme explicou o secretário adjunto de Gestão de Políticas Sociais de Saúde, Sipriano Ferraz, não há também epidemia ou pandemia da doença. "É oportuno tranquilizar a população de que não há surto de mpox tanto em Belém e em todo o Pará de forma oficial. O mesmo eu digo que há epidemia ou pandemia a respeito. Afirmo também que os serviços de saúde já possuem recomendações da Sespa para o monitoramento e acompanhamento da doença, para ajudar a população preventivamente", disse Sipriano Ferraz.

Foto: Divulgação / Ag. Pará

Ferraz enfatizou, ainda, a importância de os profissionais dos municípios estarem atentos aos fluxos de notificação e diagnóstico estabelecidos pela Sespa, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, para evitar a propagação da doença. "Os serviços de saúde já possuem recomendações da Sespa para o monitoramento e acompanhamento da doença, para ajudar a população preventivamente", declarou.

Em relação à desinformação, o secretário alertou a população sobre a necessidade de procurar fontes oficiais para obter informações sobre a doença, evitando confiar em rumores ou notícias não verificadas, especialmente nas redes sociais. "Fiquem atentos às notícias que estão sendo consumidas e não acreditem em tudo que aparece ou é comentado nas redes sociais e na internet em geral. Verifiquem a fonte antes de repassar o conteúdo e ajude no combate à desinformação", disse.

A mpox é transmitida pelo vírus homônimo, por meio de pessoas, animais ou objetos contaminados, e tem como principais sintomas erupções cutâneas e lesões na pele, que podem surgir em qualquer parte do corpo, inclusive nos órgãos genitais.

O secretário de Saúde de Belém, Rômulo Nina, destacou que a doença pode se espalhar entre pessoas e, ocasionalmente, do ambiente para pessoas, por meio de objetos e superfícies tocadas por pacientes infectados. Os sinais e sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios, exaustão e inchaço nos gânglios.

Foto: Divulgação / Ag. Pará

"A doença pode se espalhar entre pessoas e, ocasionalmente, do ambiente para pessoas, por meio de objetos e superfícies que foram tocados por um paciente infectado", afirmou Rômulo Nina, secretário de Saúde de Belém. Os demais sinais e sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios, exaustão, inchaço nos gânglios (ínguas). 

Embora qualquer pessoa possa ser infectada pelo vírus, grupos mais vulneráveis, como pessoas com o sistema imunológico comprometido, gestantes e crianças, são mais propensos a formas graves da doença.

A recomendação é que, caso apareçam sintomas, especialmente lesões nos órgãos genitais ou outras áreas da pele, a população procure imediatamente as unidades básicas de saúde ou as UPAs.

Para prevenção, é fundamental evitar o contato com pessoas infectadas ou suspeitas de infecção, evitar o compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas e escovas de dentes, lavar as mãos regularmente, higienizar itens de uso diário e adotar o uso de preservativos e máscaras, além do isolamento social em casos suspeitos.

O período de incubação do vírus é entre 3 a 16 dias, e a transmissão cessa quando as erupções desaparecem. No Pará, o diagnóstico é confirmado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). O tratamento consiste principalmente em medidas de suporte clínico, para alívio dos sintomas e prevenção de complicações.

Em 2023, o Pará registrou 27 casos, com um óbito em Belém; em 2024, foram 64 casos, sem mortes; e em 2025, até o dia 23 de abril, foram confirmados 19 casos, sendo 14 em Belém, 3 em Ananindeua, 1 em Marituba e 1 caso importado.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Governo do Pará realiza mais uma etapa da consulta sobre educação escolar indígena

 

Desta vez, o Povo Tembé Tenetahara, da Terra Indígena Alto Rio Guamá, apresentou suas contribuições para o Projeto de Lei que será levado à Alepa

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), com apoio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa), realizou nesta quarta-feira (23) mais uma etapa da consulta livre, prévia e informada da minuta do Projeto de Lei da Educação Escolar Indígena.

Desta vez, as lideranças do Povo Tembé Tenetahara, na Terra Indígena Alto Rio Guamá, que abrange áreas dos municípios de Nova Esperança do Piriá, Santa Luzia do Pará e Paragominas, no nordeste paraense, contribuíram para a construção da nova legislação.

A consulta pública ocorreu na Aldeia São Pedro, em Santa Luzia do Pará. Para o cacique Kamiran Tembé, "esse momento é único para nós. É a primeira vez que recebemos uma consulta da minuta do Projeto de Lei da Educação Escolar Indígena, algo que vai se institucionalizar no Estado do Pará, de fato, como modalidade de educação, garantindo todos os princípios da Educação Escolar Indígena".

O cacique disse que a história de luta pela construção de uma lei específica agora vai poder se tornar realidade, com a garantia do governo estadual de considerar os aspectos específicos das comunidades, com direito à escuta e ao diálogo antes de sua aprovação.

"A lei vai garantir toda sua estrutura, com a diversidade étnica, geográfica, política sendo garantida e reconhecida pelo governo. Ela contém todas as especificidades dos povos indígenas do Pará, e isso é algo inédito para a gente pensar, porque por muito tempo buscávamos isso", reiterou Kamiran Tembé.

Vera Arapiun, coordenadora da Educação Escolar Indígena (Seind), da Seduc, destacou a realização de mais uma consulta, como processo histórico da educação no Pará. "A nova lei será específica para os Territórios, e em cada consulta que a gente realiza nas etno-regiões explicamos a minuta e ouvimos as contribuições e demandas das comunidades. São contribuições muito importantes que a gente recebe, e vão agregar bastante ao projeto final", informou.

Ineditismo - As consultas são feitas pelo Grupo de Trabalho (GT), criado pelo Decreto nº 4.430/2025, que foi responsável pela elaboração do documento, juntamente com representantes dos povos indígenas do Pará, reunindo lideranças das etnias de todo o Pará.

A Lei, que será inédita no Estado, levará em conta todas as demandas dos povos indígenas das oito etno-regiões do território paraense. Após as consultas com as lideranças, o Projeto de Lei será apresentado à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).

Momento histórico - Para Puyr Tembé, titular da Sepi, as consultas nos Territórios beneficiarão com qualidade o ensino presencial nas escolas. "Devemos nos atentar às necessidades de cada Território, levando em consideração as especificidades de cada povo. Por isso, temos que ouvir as lideranças e professores, para saber quais as contribuições deles na construção dessa lei inédita aqui no Pará. Esse é um momento histórico para nós, e devemos seguir todos os protocolos necessários", frisou a secretária.

Também participam do processo de consulta a Procuradoria-Geral do Estado do Pará (PGE), Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Registro de um Jornal na PA 279:

Livro de autoria do jornalista Roberto de Freitas, caiu no gosto do leitor, e está tendo alta aceitação em Rondon do Pará.






quarta-feira, 16 de abril de 2025

Hospital Geral de Tailândia alerta sobre prevenção a síndromes respiratórias


Manter o calendário vacinal atualizado e a higienização das mãos, além de evitar aglomerações, são cuidados que ajudam a reduzir os riscos de contaminação

Por Andrey Silva (HGT-Tailândia)

O Hospital Geral de Tailândia (HGT), no sudeste paraense, que oferece assistência pediátrica e serviços de urgência e emergência, alerta pais e responsáveis sobre a importância da prevenção das síndromes respiratórias em crianças. O pediatra do HGT, Bruno Fernandes, destaca que alguns cuidados simples podem reduzir significativamente o risco dessas doenças no público infantil.

De acordo com o profissional, a principal medida preventiva é manter o calendário de vacinação atualizado. “A imunização ajuda a evitar a disseminação dos vírus e, caso a criança adoeça, reduz o risco de evolução para quadros mais graves. Por isso, é essencial que os pais levem seus filhos a uma unidade de saúde para que um profissional avalie a situação vacinal”, afirmou.

Foto: Divulgação

As vacinas de rotina estão disponíveis nas unidades Básicas de Saúde (UBS) de Tailândia - e dos demais municípios. Além da vacinação, o pediatra orienta que algumas práticas simples podem proteger as crianças das síndromes respiratórias. “Lavar bem as mãos, evitar locais fechados e aglomerações são medidas essenciais. Quando estiver em ambientes com muitas pessoas, é recomendado o uso de máscara. Caso a criança apresente sintomas, é fundamental mantê-la em casa para evitar a transmissão do vírus a outras crianças”, acrescentou o especialista.

O médico também alerta para os riscos da automedicação. “Muitas mães trazem crianças mais doentes porque atrasaram a ida ao médico por estarem medicando por conta própria ou seguindo orientação de outras pessoas. Isso pode agravar o quadro clínico e dificultar o tratamento”, reforçou.

Onde buscar atendimento – Caso a criança apresente sintomas de síndromes respiratórias é importante saber onde buscar atendimento. Segundo Bruno Fernandes, quando os sintomas forem leves, como tosse, coriza e febre baixa, sem comprometimento do estado geral, o atendimento pode ser realizado nas UBS do município.

“Se os sintomas forem mais intensos, como febre persistente, falta de apetite e desconforto respiratório, é recomendado procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Nos municípios que não possuem oferta de UPA, os responsáveis devem levar a criança diretamente ao hospital para avaliação”, orientou o médico.

A vacinação é fundamental para evitar o agravamento de doenças
A vacinação é fundamental para evitar o agravamento de doenças
Foto: Marco Santos / Ag. Pará

Classificação de risco – O HGT segue o Protocolo Manchester de Classificação de Risco, estabelecido pela Portaria nº 082/2024, do Ministério da Saúde. Esse protocolo organiza o atendimento conforme a gravidade do quadro clínico do paciente, garantindo prioridade para os casos mais graves. A triagem leva em consideração sintomas como febre, dor, nível de consciência, temperatura e glicemia.

Luciana Sousa, 26 anos, levou o filho Henrique, 5 anos, ao ambulatório pediátrico do HGT, e reforçou a importância de procurar ajuda médica antes que o quadro de saúde da criança piorasse. “Ele começou com uma febrezinha e tosse. Essa semana ele ficou mais abatido, com o nariz entupido e reclamando de dor. Aí preferi não esperar mais e trouxe logo aqui pro HGT. Sempre que vejo que está agravando eu venho, porque sei que aqui ele vai ser bem atendido por todos os profissionais”, afirmou Luciana.

O HGT oferece atendimento pediátrico 24 horas, além de contar com clínica pediátrica e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) com leitos específicos para pacientes infantis. Somente no primeiro trimestre de 2025 foram internados 84 pacientes pediátricos na unidade hospitalar, o que reforça a importância e a demanda dos serviços prestados.

Serviço: O Hospital Geral de Tailândia é uma unidade de saúde do Governo do Pará, administrada pelo INDSH, em parceria com a Sespa. O Hospital fica na Avenida Florianópolis, s/n, no Bairro Novo. Mais informações pelo telefone (91) 99395-4813.

sábado, 12 de abril de 2025

Júri no Pará condena à prisão acusada pelo MPF de mandar matar prima e de tráfico internacional de mulheres


Pena foi de 21 anos e dez meses de prisão

Foto de salão de tribunal do júri federal em Marabá, com várias pessoas presentes. Ao fundo, há um painel com computadores e pessoas sentadas. À frente, há assentos ocupados por espectadores. Na parede, há uma tela exibindo uma videoconferência.
Foto: Justiça Federal em Marabá (PA)

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri Federal realizado pela Justiça Federal em Marabá (PA) condenou, na quarta-feira (9), uma brasileira residente nos Estados Unidos, denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) como mandante do assassinato de uma prima em Eldorado do Carajás (PA), em 2004, e de envolvimento no crime de tráfico internacional de mulheres.

A pena foi estipulada pelo juiz federal Marcelo Honorato, que presidiu o Júri, em 21 anos, dez meses e 15 dias de reclusão, a ser cumprida em regime fechado. O magistrado determinou, ainda, a extradição da sentenciada para o Brasil, nos termos do artigo I do Decreto nº 55.750, de 11 de fevereiro de 1965.

Na denúncia, recebida pela Justiça Federal em 2005, o MPF relata que a mulher denunciada viabilizou a entrada ilegal, nos Estados Unidos, de duas irmãs, uma amiga e uma prima, passando a cobrar delas valores extorsivos, obrigando-as a trabalhar como dançarinas em casas noturnas e a exercer a prostituição com o propósito de conseguir dinheiro para pagamento da dívida contraída, sob constantes ameaças de denunciá-las às autoridades locais.

Ainda de acordo com o MPF, a prima da ré recusou-se a trabalhar como dançarina e a se prostituir para pagar o alto valor cobrado pela acusada, que passou a ameaçar matar membros da família da prima no Brasil. Tais ameaças se concretizaram quando a ré teria contratado dois homens para matar Solange Ribeiro, irmã da sua prima.

Homicídio - O crime foi executado no dia 5 de outubro de 2004, em Eldorado dos Carajás. A vítima, embora tenha sido socorrida e hospitalizada, morreu dez dias depois, em um hospital de Belém. Os dois acusados de atuar como executores do crime foram julgados e absolvidos por insuficiência de provas, em Júri Federal realizado em 2007, na ação penal nº 2005.39.01.000975-4 (0000962-19.2005.4.01.3901), que tramitou na Justiça Federal em Marabá.

A acusada foi presa pela Interpol, em 4 de junho de 2010, em New Jersey (EUA), em cumprimento a mandado de prisão expedido pela Justiça Federal, mas teve revogada a prisão preventiva anteriormente decretada, sob a condição de atender aos atos processuais emitidos pela Justiça Federal em Marabá.

No Júri Federal, o procurador regional da República Roberto Moreira de Almeida e os procuradores da República Meliza Alves Barbosa Pessoa e Igor Lima Goettenauer de Oliveira reforçaram, com base em depoimentos de testemunhas e em outros elementos existentes no processo, a convicção de que a ré foi a mandante intelectual do assassinato da própria prima, além de ter participado ativamente do tráfico internacional de mulheres.

Os advogados da acusada defenderam a inocência da ré, alegando que as investigações policiais não colheram elementos factuais capazes de comprovar a participação da denunciada tanto no assassinato da sua prima como no crime de tráfico internacional de mulheres.

Transmissão inédita – O julgamento, iniciado na terça-feira (8), foi transmitido em tempo real durante os dois dias de sua duração, sendo a primeira vez que isso aconteceu em uma unidade da Justiça Federal no Pará. A transmissão contou com o apoio técnico e logístico do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), que cedeu suas dependências no Fórum, como também disponibilizou espaço no canal em que são transmitidas sessões do Tribunal do Júri.

 Texto: Justiça Federal, com adaptações da Comunicação/MPF