Ação é resultado de diligências feitas pela Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR). Outros três envolvidos já foram presos pela PCPA
Por Esther Pinheiro (PC)
Foto: Divulgação
A Polícia Civil do Pará, através da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), vinculada à Diretoria de Polícia Especializada (DPE), cumpriu nesta sexta-feira (5) o mandado de prisão preventiva contra o homem apontado como autor intelectual do latrocínio ocorrido em 3 de outubro deste ano. O crime vitimou o empresário Antônio Eugênio Pacelli Martin de Mello, vice-presidente da Fiepa, nas dependências de uma fábrica de velas situada em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB).
Segundo Arthur do Rosário, titular da DRFR, a prisão é decorrente das investigações que apuram a dinâmica que resultou na morte da vítima. “No curso investigativo, foi evidenciado que o suspeito fornecia informações privilegiadas aos executores do crime, contribuindo diretamente para a prática do latrocínio. O aprofundamento das diligências permitiu à autoridade policial reunir elementos probatórios robustos que fundamentaram a representação pela custódia cautelar, posteriormente deferida pelo Poder Judiciário”, explicou o delegado.
Além dele, a Polícia Civil do Pará localizou e prendeu outros três envolvidos no crime nos últimos três meses: um homem foi preso em flagrante no dia 7 de outubro, apontado como o responsável pelo transporte dos demais envolvidos; um foi preso no Estado de Santa Catarina no dia 12 de novembro, e outro em Tocantins, no dia 18. Os investigados que foram presos fora do Pará já passaram pelo processo de recambiamento.
O investigado foi localizado em sua residência na manhã desta sexta-feira e apresentado na Divisão de Repressão a Furtos e Roubos. Ele permanece à disposição da Justiça.
De acordo com dados da Segup, o mês de novembro de 2025 registrou queda de 57,45% nos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), e alcança o melhor novembro na linha histórica e o terceiro melhor resultado, desde 2010
Por Walena Lopes (SEGUP)
Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará
O Pará alcança, mais uma vez, bons resultados em relação aos índices de criminalidade registrados no último mês de novembro, apresentando uma queda de 57,45% nos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), aqueles que englobam homicídio, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e feminicídio. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 01, pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). Os números apontam ainda uma redução de 55,61% nos últimos onze meses do ano de 2025, quando comparados com o ano de 2018, representando a preservação de 2.095 vidas em todo o Estado.
Para o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, a redução é fruto de um trabalho integrado entre as forças de segurança, aliado ao trabalho eficiente de inteligência e investigação, somados aos fortes investimentos em segurança realizados pelo Governo do Estado.
"Nós tivemos o melhor mês de novembro de toda a série histórica, e ainda, o terceiro melhor mês de toda a série histórica, desde 2010, com o registro de 140 CVLIs em todo o Estado, e se comparado ao ano passado, tivemos uma redução de 14,63%. Quando comparamos com 2018, que registrou 329 CVLIs, desta forma podemos perceber o quanto evoluímos no combate à criminalidade. Esses números são ainda mais impactantes quando falamos nos onze meses do ano, que comparado ao mesmo período de 2018 conseguimos preservar mais de 2 mil vidas. Isso nos mostra que as estratégias utilizadas pelas forças de segurança para o enfrentamento da criminalidade no Estado vêm dando resultados muito positivos”, afirmou Ualame Machado.
O secretário destaca também os investimentos que foram realizados na área da segurança, a exemplo do aumento do efetivo, novas viaturas, equipamentos, armamentos e qualificações que reforçam as ações de segurança. "Todo o aparato que vem sendo adquirido para que as equipes de segurança possam atuar com o um maior potencial de preparo e técnica, sem dúvida, somam resultados para que possamos mês a mês reduzir a criminalidade e manter a estabilidade nos números. Sabemos que o desafio é grande, mas trabalhamos muito fortemente para que o nosso Estado esteja entre os que mais reduzem a criminalidade no país”, concluiu o titular da Segup.
Foto: Rodrigo Pinheiro / Ag.Pará
Em números absolutos, o mês de novembro de 2025, teve 140 casos de CVLI, enquanto que no mesmo período do ano passado, foram registrados 164 casos, indicando uma redução de 14,63%. No ano de 2018, foram registrados 329 ocorrências, apresentando redução de 57,45%. Os números correspondem ao período de 1º a 30 de novembro, indicando assim, o melhor mês de novembro na linha histórica desde o ano de 2010.
Onze meses de 2025 - No acumulado dos últimos onze meses do ano os números registraram a redução de 55,61% entre os meses de janeiro a novembro de 2025, se comparado ao mesmo período de 2018, que registrou respectivamente, 1.672 e 3.767 casos de CVLI em todo o Pará.
Reconhecimento e prioridade - Nos últimos sete anos o Pará tem como prioridade a redução da criminalidade, e valorização da segurança pública, destacando inclusive, os dados apresentados pela Cartografia da Violência, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, onde o Estado aparece entre os que mais reduziram o números de mortes violentas, desde 2022, onde registrou 3.018 mortes violentas, enquanto que em 2024 esse número caiu para 2.560, saindo da taxa de 35,2 mortes por 100 mil habitantes para 29,5.
O Estado registrou ainda uma redução de 7,3%, em relação aos anos de 2023/2024. Os números coletados são baseados na metodologia utilizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que tem como critério os dados de Morte Violentas Intencionais (MVI).
Aos 23 anos, Larissa Vitória conclui a graduação e ganhou uma festa no Hospital, organizada pelo Serviço de Terapia Renal Substitutiva
Por Lucila Pereira (HC)
Larissa Vitória é cardiopata e usuária de marcapasso e ganhou o carinho de profissionais da saúde e familiares no HCFoto: Divulgação
Formar-se no ensino superior já é um desafio para muitos jovens, mas para quem convive com uma rotina intensa de tratamento renal — com sessões de hemodiálise, três vezes por semana, dia sim, dia não, ou até diariamente nos casos mais graves —, a conquista se torna ainda mais grandiosa. Na contramão das estatísticas, Larissa Vitória, 23 anos, paciente renal crônica e em tratamento no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), celebrou sua formatura em Enfermagem após quatro anos conciliando estudo e diálise. A comemoração ganhou um momento especial: a equipe do Serviço de Terapia Renal Substitutiva (TRS) organizou uma festa surpresa para homenagear a nova profissional da saúde.
Cardiopata e usuária de marcapasso, Larissa desenvolveu doença renal crônica em decorrência do problema cardíaco. Dependente da hemodiálise e passando por longos períodos de fragilidade física, ela precisou driblar limitações de tempo, energia e deslocamento para continuar estudando.
Foto: Divulgação
“Foi algo assim bem difícil. Eu lembro que no começo a minha mãe que me levava, ela me levava, me esperava, porque quando eu comecei eu ainda estava bem debilitada. Muitas vezes, eu fiquei sem ir também e estudava online em casa. Ela foi a minha maior incentivadora. Ela que me inscreveu, ela que me matriculou, na verdade. E ela só chegou comigo e disse: ‘olha, eu te inscrevi e tu vais comigo, a gente vai dar um jeito’. Eu dizia: ‘Mas como que eu vou desse jeito?’ E ela respondia: ‘Minha filha, a gente vai, a gente vai dar um jeito, tem jeito pra tudo’”, lembra Larissa.
A convivência diária com a equipe multiprofissional e a curiosidade pelo funcionamento do setor a motivaram a escolher o tema do Trabalho de Conclusão de Curso: a importância da enfermagem na hemodiálise.
Larrisa Vitória com o irmão e a mãe, que foi a maior incentivadora para que ela entrasse na faculdadeFoto: Divulgação
“Antigamente eu não sabia nem que existia hemodiálise. Eu só sabia sobre transplante de rim, eu não fazia ideia do que podia afetar os rins. Então, quando eu comecei, descobri um mundo totalmente diferente. Tem muitas coisas que as pessoas não sabem, assim como eu lá no início. Quando comecei a acompanhar a equipe, entender como funciona, fiquei curiosa. Não é que eu queira trabalhar na área, mas achei muito interessante esse mundo da enfermagem na hemodiálise. Por isso escolhi esse tema”, conta.
Foto: Divulgação
Durante a surpresa, profissionais que acompanharam a jovem desde os primeiros meses não esconderam o orgulho. “Um exemplo de perseverança, de luta. Um exemplo aos colegas que acham que por terem uma doença crônica é o fim. Buscou um lugar ao sol, é um orgulho pra equipe e para o hospital que se dedica a dar um tratamento de qualidade e ver o resultado transformado em superação. Uma pessoa que poderia se conformar com os benefícios que tem direito e poderia se acomodar, mas que decidiu fazer e conquistar seu espaço no mercado de trabalho. Iniciou uma caminhada e demonstrou que não vai parar por ai. Uma paciente que saiu da faculdade cheia de sonhos, e no que depender desta equipe que a acompanha a anos irá voar longe”, destacou, emocionada, a enfermeira Kely Freitas, que acompanha a trajetória da paciente.
A formatura de Larissa reforça o papel do acolhimento e do cuidado humanizado no tratamento renal crônico. No HC, referência estadual em nefrologia e cardiologia, a história da jovem se tornou motivo de celebração coletiva e inspiração para outros pacientes.
O suspeito carregava parte da droga em sacolas. O restante estava em um imóvel desabitado, utilizado como ponto de armazenamento de entorpecentes
Por Jeniffer Terra (PC)
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A Polícia Civil do Estado do Pará, através da Superintendência Regional de Carajás, prendeu em flagrante delito, no início da tarde desta segunda-feira (24), um homem pelo crime de tráfico interestadual de drogas. Durante a ação policial, que aconteceu de forma integrada com a Seccional Urbana e com a Delegacia de Homicídios (DH) de Parauapebas, aproximadamente 40 quilos de entorpecentes foram apreendidos no interior do imóvel do investigado.
“Nós recebemos uma informação indicando um possível local utilizado para armazenamento de entorpecentes. A partir dessa notícia, iniciamos a vigilância no endereço informado e, no local, conseguimos avistar um homem portando duas sacolas. Nós o abordamos, realizamos uma busca pessoal e localizamos substâncias entorpecentes no interior das sacolas. Imediatamente ele recebeu voz de prisão em flagrante e, ao ser questionado, admitiu que havia mais drogas no interior da casa”, detalhou o delegado João Abel Mattos, titular da Superintendência Regional de Carajás.
Em seguida, os policiais procederam à busca no imóvel, onde encontraram cerca de 40 quilos de drogas, sendo 28 kg de maconha, 8 kg de crack e 3 kg de cocaína, além de balanças de precisão e materiais utilizados para embalar os entorpecentes. “A casa estava desabitada, funcionando exclusivamente como ponto de armazenamento de drogas. As investigações também apontaram que o entorpecente tinha origem no Estado do Maranhão, o que caracteriza tráfico interestadual de drogas. A quantidade de substância apreendida representa um expressivo golpe contra o tráfico de drogas na região de Carajás”, continuou o delegado.
O preso e todo o material apreendido foram apresentados na Seccional Urbana de Parauapebas para a lavratura dos procedimentos legais cabíveis.
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A ação demonstra a efetividade do trabalho integrado das unidades da Polícia Civil, reafirmando o compromisso institucional com o combate ao tráfico interestadual de drogas, o enfraquecimento financeiro de organizações criminosas que atuam na região e o combate às organizações criminosas.
“Esta ação é fruto do trabalho conjunto das nossas unidades e do emprego de inteligência policial voltada à desarticulação das estruturas financeiras das facções. A apreensão de 40 quilos de drogas e a prisão do responsável demonstram que a Polícia Civil do Pará está atuando com firmeza, planejamento e resultados concretos. Seguiremos comprometidos com a proteção da sociedade e o fortalecimento da segurança pública em toda a região de Carajás”, finalizou a autoridade policial.
Painel destaca ferramentas do Pará para prevenir riscos e reduzir impactos de desastres naturais
Por Jamille Leão (SEMAS)
Foto: Divulgação
Durante o painel “Monitoramento Hidrometeorológico e de Qualidade do Ar realizado pelo Estado do Pará, como ferramenta de preparação, mitigação aos impactos e redução de riscos frente aos desastres naturais”, promovido como parte da programação do Pavilhão Pará, na 30ª Conferência das Partes (COP30), em Belém, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) destacou a importância de suas ferramentas e produtos de monitoramento ambiental para o planejamento e gestão de crises decorrentes de eventos climáticos extremos.
A apresentação do painel engloba diversas áreas e concentra-se especialmente em três pilares fundamentais: monitoramento hidrometeorológico, que é o monitoramento das condições de tempo, clima e nível dos rios, incluindo questões de inundações e seca e o nível dos rios, crucial para a prevenção; qualidade do ar: fundamental para a saúde pública, especialmente em períodos de queimadas; e focos de queimadas: informações essenciais para o combate e a prevenção de incêndios florestais.
As informações geradas pelos sistemas são essenciais e utilizadas desde o planejamento ambiental até a gestão em tempos de eventos extremos. “Nos anos de 2023 e 2024, a região amazônica enfrentou uma grande seca, considerada uma das mais severas da história recente. Essa estiagem prolongada exigiu a intensificação do monitoramento e do planejamento estratégico por parte da Semas para a redução de impactos”, destacou o coordenador de Monitoramento Ambiental da Semas, Antônio Sousa.
Foto: Divulgação
Importante na prevenção de desastres, o monitoramento da Semas indicou um agravamento da seca no leste do Pará, devido à redução das chuvas e do nível dos rios, no ano de 2024. O trabalho de monitoramento é visto como um esforço contínuo para enfrentar as mudanças climáticas e garantir segurança e o planejamento na região.
Neste ano, o Pará tem se consolidado como exemplo nacional no avanço das mitigações dos impactos ambientais. Em agosto de 2025, por exemplo, o Pará obteve um dos melhores resultados no enfrentamento ao fogo, registrando uma redução de 90,5% nos focos de incêndio florestal em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Foto: Divulgação
Esses, entre outros resultados positivos alcançados, se devem, para além do monitoramento hidrometeorológico realizado constantemente, ao fortalecimento das operações de comando e controle realizadas pelo governo do Estado. Juntando todas as ações, as ações estaduais de monitoramento e combate têm um papel fundamental para alcançar o desempenho positivos
Nesta semana, governo anunciou pacotes de direitos, educação, saúde, titulação de terras e políticas permanentes que fortalecem a luta por justiça racial no Estado
Por Governo do Pará (SECOM)
Foto: Marco Santos / Ag. Pará
Nesta quinta-feira (20), Dia Nacional da Consciência Negra, o governo do Pará lembra a data com ações estratégicas voltadas ao fortalecimento das comunidades quilombolas e ao avanço das políticas de igualdade racial. A efeméride celebra a luta, a resistência e a memória de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo da história do Brasil e símbolo da resistência negra contra a escravidão.
Neste ano de 2025, iniciativas realizadas por meio da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh) consolidaram políticas públicas, ampliaram direitos e reforçaram a participação social.
Para a titular da Seirdh, Edilza Fontes, o Dia da Consciência Negra representa um reconhecimento histórico e um compromisso permanente com a reparação e a igualdade. “A escolha do 20 de novembro como Dia da Consciência Negra é fruto da luta do movimento negro, que reivindicou Zumbi dos Palmares como símbolo de resistência à escravidão. Reconhecer essa data significa admitir que a sociedade brasileira foi profundamente discriminatória e que ainda temos muito a reparar”, afirmou.
A secretária também destacou o papel institucional da Seirdh no enfrentamento ao racismo e na formulação de políticas públicas. “A criação da Seirdh, em 2023, é um avanço do Estado ao reconhecer que o racismo existe e precisa ser combatido com ações concretas. Hoje trabalhamos com quilombolas, demarcação de territórios, letramento, acolhimento, Conselhos de Igualdade Racial e Quilombola, além do combate ao trabalho análogo à escravidão. É um compromisso com uma sociedade mais justa e igualitária”, completou.
Conquistas das comunidades quilombolas
Foto: Marco Santos / Ag. Pará
Na última segunda-feira (17), o governo do Pará, por meio da Seirdh e em parceria com diversas secretarias estaduais, realizou uma solenidade histórica marcada por entregas nas áreas de habitação, educação, saúde, regularização fundiária, cultura e inclusão social. O evento reuniu mais de 200 quilombolas de diferentes regiões, além de autoridades do Estado e do governo federal.
O governador Helder Barbalho e a vice-governadora Hana Ghassan apresentaram um conjunto de medidas que reforçam o compromisso com justiça racial e garantias de direitos nos territórios quilombolas. O Pará é o Estado que mais titula comunidades quilombolas no País, consolidando uma agenda permanente de fortalecimento territorial e proteção social. O chefe do Executivo estadual enfatizou o alcance histórico das entregas e o impacto direto na vida das comunidades.
“Chegamos a 57 títulos de comunidades quilombolas, é a maior entrega de todo o Brasil, podendo garantir direitos, garantir paz e, acima de tudo, proporcionar que este povo, com suas raízes e cultura, possa viver no território em harmonia. Além disso, enviamos para a Assembleia Legislativa um conjunto de leis que estruturam a política quilombola e extrativista tradicional do nosso Estado, para que esses direitos se tornem políticas de Estado, garantindo um ambiente seguro, tranquilo e com direitos assegurados”, afirmou.
Entre as medidas realizadas estão: • Envio à Alepa do Projeto de Lei que reserva vagas em concursos públicos estaduais para candidatos negros (10%), indígenas (5%) e quilombolas (5%). • Implementação do Novo Ensino Médio Quilombola e realização de consultas regionais para regulamentar a Educação Escolar Quilombola no Pará. • Construção de duas escolas quilombolas de ensino médio em Oriximiná e Salvaterra. • Assinatura da Lei de Assistência Estudantil da Uepa, garantindo bolsas para estudantes indígenas e quilombolas. • Lançamento do programa estadual de saúde quilombola, com atendimento itinerante, saúde mental e prioridade na regulação. • Entrega de 50 cheques do programa Sua Casa a famílias quilombolas de Abaetetuba. • Entrega oficial de Títulos Coletivos de Terra a 11 comunidades quilombolas. • Fomento cultural e econômico, incluindo o repasse de R$ 100 mil à Malungu para fortalecer manifestações culturais e jogos quilombolas. • Fomento ao afroturismo no aplicativo Visit Pará. • Doação de veículo e afetação de imóvel para a Malungu. • Garantia de internet de alta qualidade nos territórios. • Apoio da Semas no preenchimento do Sicar/PA, facilitando o CAR quilombola. • Avanços em infraestrutura, com recursos destinados à Defesa Civil e Corpo de Bombeiros para sistemas de abastecimento de água.
Comenda Maria Aguiar
A professora Sandra Guimarães foi uma das homenageadas com a Comenda Maria AguiarFoto: Divulgação
Ainda na segunda-feira (17), a Seirdh realizou a entrega da Comenda Maria Aguiar, honraria que celebra mulheres que se destacam na luta por equidade racial, fortalecimento das tradições afro-amazônicas e defesa de direitos. Ao todo, 20 mulheres foram homenageadas, entre elas educadoras, lideranças comunitárias, artistas e defensoras de direitos humanos.
Ano marcado por avanços históricos Ao longo de 2025, o governo do Pará realizou uma agenda contínua de fortalecimento das políticas de igualdade racial e garantia de direitos das comunidades quilombolas. Em outubro, por exemplo, a Seirdh deu posse aos integrantes do primeiro Conselho Estadual de Políticas para Comunidades Quilombolas, criado pelo Decreto nº 4.372/2024.
Composto por 40 conselheiros — representantes da sociedade civil e do poder público — o colegiado atua propondo, fiscalizando e monitorando políticas para os territórios. A criação do Conselho é considerada um marco histórico, pois é o primeiro do Brasil, garantindo participação direta das comunidades na formulação de políticas públicas.
A mobilização do Pará nas Conferências de Promoção da Igualdade Racial começou ainda nas etapas municipais, que contaram com apoio direto da Seirdh. As equipes da Secretaria, por meio da Diretoria de Igualdade Racial, acompanharam os municípios, ofereceram orientação técnica e incentivaram a realização dos encontros. No total, 27 conferências municipais foram promovidas com apoio do governo do Estado.
Com base nas discussões locais, a Seirdh realizou, nos dias 20 e 21 de agosto, a 5ª Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, em Belém, reunindo representantes da sociedade civil, especialistas e lideranças quilombolas e negras. O encontro consolidou as propostas prioritárias e definiu os delegados que representariam o Pará na etapa nacional.
O processo concluiu com a participação do Estado na 5ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em Brasília, para onde o Pará levou 63 delegados e apresentou 15 propostas construídas coletivamente.
Conferência Nacional de Promoção da Igualdade RacialFoto: Divulgação
As ações realizadas em 2025 consolidam um ciclo de transformação das políticas para quilombolas e para a promoção da igualdade racial no Pará. Com investimentos, participação social e políticas de longo prazo, o governo do Estado reafirma seu compromisso com a reparação histórica, a inclusão e a dignidade das populações negras e tradicionais.
Estado se destaca como o porta-voz de um modelo de economia verde, com uma gestão vanguardista no cuidado e ações sobre o tema
Por Jamille Leão (SEMAS)
Semas participa do painel “O Pará na Vanguarda da Bioeconomia Amazônica”, no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP 30Foto: Lucas Maciel - ASCOM SEMAS
O Governo do Pará reforçou, na terça-feira (18), sua posição de protagonista no desenvolvimento da bioeconomia durante o painel “O Pará na Vanguarda da Bioeconomia Amazônica”, realizado no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30. A secretária adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy, representou o Estado e apresentou a trajetória, o processo de construção e os resultados alcançados nos últimos anos para consolidar um novo modelo de desenvolvimento baseado na floresta.
Ao lado de representantes da Uepa, Fapespa e da equipe do enviado especial da COP30 para a Bioeconomia, Camille conduziu reflexões sobre políticas públicas, desafios estruturais e articulações institucionais que pavimentaram o caminho para que o Pará assumisse posições de liderança no cenário nacional e internacional.
Trajetória da bioeconomia paraense
O avanço da bioeconomia no Pará resulta de uma construção de longo prazo, ancorada em planejamento, colaboração e mudanças estruturais. O Estado chega à COP, após quase quatro anos de discussões, implementando mais ações dentro do PlanBio, entregando aparelhos como o Parque de Bioeconomia e monitorando de forma contínua as políticas bioeconômicas.
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“Acho que o Estado chega em 2025, após quase quatro anos entre discussão, implementação e monitoramento, para tirar lições aprendidas com elementos-chave muito importantes. Quando as discussões ganharam força no Pará, o debate global sobre bioeconomia ainda estava centrado em economia circular e transição energética, sem colocar a floresta como protagonista. A gente começa a discussão sobre bioeconomia quando a bioeconomia do mundo já tinha algum caminho, mas sempre pelo olhar muito mais de uma economia circular, sem a floresta como um ator que tinha a sua força e seu olhar atento enquanto processo de desenvolvimento econômico”, afirmou Camille.
Do carbono neutro às políticas estruturantes
Ela destacou que a virada de chave ocorreu quando o Estado estabeleceu seu plano para ser carbono neutro — inicialmente em 2036, posteriormente antecipado para 2030. A definição dessa meta provocou uma revisão estratégica que levou à criação de um eixo de desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono.
Camille explicou como se deu a atuação do Governo nesse processo de entendimento das especificidades locais e regionais que teriam que ser levadas em consideração na realização desse plano. “O Estado estabelece toda uma estratégia de comando e controle, regularização ambiental e fundiária, mas principalmente definindo um eixo de atuação".
"Como é que eu construo um modelo econômico, um novo paradigma que fosse sustentável, que não deixasse ninguém para trás, que olhasse a floresta e seu potencial de crescimento e prosperidade. Bem, a partir desse diagnóstico, definiu-se que a bioeconomia seria um dos pilares para sustentar essa transição — não o único, mas um eixo estratégico capaz de gerar oportunidades e novos modelos produtivos.”
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Desafios que moldaram as políticas públicas
Durante o painel, ao ser provocada a refletir sobre como o Pará chegou à vanguarda da bioeconomia amazônica, Camille ressaltou a importância de compreender as barreiras que as políticas precisam enfrentar — especialmente no que diz respeito à viabilidade de mercado e à escala dos negócios bioeconômicos.
“Falando de bioeconomia, tem muitos desafios, para os quais é necessária uma política pública para que a gente possa caminhar para o desenvolvimento bioeconômico. Inclusive, a escala da bioeconomia. Sempre que a gente fala em bioeconomia, vem a pergunta: como que viabiliza isso no mercado, já que para viabilizar negócios, a gente precisa de escala?”.
Ela lembrou ainda que alcançar consensos foi um processo complexo, especialmente no debate sobre o próprio conceito de bioeconomia. “Não foi um processo de discussão fácil, porque se não houvesse colaboração entre diferentes atores, a gente podia passar quase uma vida discutindo qual é o conceito de bioeconomia. O que a gente tinha bem claro é que essa bioeconomia tinha que ser baseada em soluções baseadas na natureza.”, concluiu.
Integração entre governo, academia e mercado
Camille também reforçou que a articulação entre instituições foi fundamental para transformar diretrizes em estruturas concretas, hoje reconhecidas nacionalmente como referências. Os debates trouxeram a visão integrada entre governo, academia e mercado, destacando as lições aprendidas no processo. “Foram articulações para transformar em realidade o que temos hoje em termos de políticas públicas… um ecossistema de inovação que já responde às necessidades da bioeconomia. Não é certo tantos projetos, estudos, ciências desenvolvidas aqui, serem arquivadas, deixadas nas prateleiras do mundo acadêmico. Precisamos desses conhecimentos aplicados no plano desenvolvedor."
O Pará avança de forma consistente porque construiu, de forma colaborativa, um modelo que reconhece a floresta e as populações amazônicas como protagonistas de um novo ciclo econômico. O painel demonstrou que o Estado não apenas definiu metas ambiciosas, mas criou condições reais para alcançá-las — consolidando a bioeconomia como caminho estratégico para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.